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26 maio 2012

Campeões olé! Campeões ali!

Crónicas de Sílvio Cervan, in A Bola, 

Em primeiro lugar, e para registo de interesses, eu sou contra a escolha de Carlos Lisboa para treinador de basquetebol do Benfica. Carlos Lisboa está na categoria de ídolo nas hostes benfiquistas, não pode estar sujeito ao escrutínio dos mundanos.
Carlos Lisboa é, com José Maria Nicolau, o maior ídolo do universo benfiquista extra futebol, e por isso devia ser poupado às críticas do quotidiano.
Os seus triplos e exibições contra o Macabi de Telavive ou o Real Madrid, a vitória fora contra o Juventude de Badalona fazem parte do museu de memórias da minha geração. Títulos e taças em catadupa, fazem parte do imaginário colectivo vermelho e branco: dez em 11 anos (1984-1995).
Por essa razão, porque os deuses se querem no Olimpo, eu poupava os nossos à convivência mundana de adeptos como eu.
Mas atento a que a sua opção, foi viver connosco neste mundo, então que seja assim. Assim como, perguntam os leitores? Em provocação dirão os adversários, com razão. Podendo ser campeão em casa, no seu pavilhão, no recato dos seus, porque optou Carlos Lisboa por ir ganhar, sem espinhas, ao terreno do adversário?
O pavilhão que bateu recorde de assistência para ver... Carlos Lisboa ser campeão. 2237 espectadores, todos unidos numa vontade, foram provocatoriamente desrespeitados por um cinco de basquete vermelho e branco, e um Carlos Lisboa.
Se tal fosse por si só de pouca monta, já vinha o staff com as t-shirts preparadas para festejar o 23.º título. Como sabiam que iam ser campeões? Coisa de deuses, dirão os mais conhecedores.
O título de basquetebol de quarta-feira foi mais que um campeonato, para uns e outros, foi o sabor de uma época e o estado de espírito dos próximos tempos.
Parece, que de premeio é suposto dizermos Olá John, mas a mim só me apetece dizer: Obrigado Carlos!

11 fevereiro 2012

Os perigos do jogo de amanhã


Crónicas de Sílvio Cervan, in A Bola

Amanhã o jogo contra o Nacional encerra perigos muito diferentes dos habituais. Em condições normais o Benfica ganhará ao Nacional no Estádio da Luz.

Um dos problemas pode ser esse, os jogadores sabem que são favoritos e por isso não colocarem a intensidade de jogo necessária para vencer sem passar por sustos.

A deslocação da próxima semana a São Petersburgo, para a Liga dos Campeões, não pode estar na cabeça dos jogadores neste sábado. Se isso acontecer o risco aumenta. A confiança é boa quando é um tónico para a motivação e não uma desculpa para a preguiça.

Jorge Jesus é um antídoto para estes perigos, mas receio que a facilidades que apregoam, a superioridade que noticiam e a vantagem que conseguimos possam ser anestésicos da vontade de ganhar.

No último título conquistado pelo Benfica, o jogo com o Nacional foi uma das páginas mais coloridas, vencemos 6-1, e não consta que fosse a poupar. Que sirva de mote.

O Nacional tem vindo a subir de produção com este treinador, e mostrou frente ao Sporting, na quarta-feira, que será difícil vencê-lo.

É preciso ganhar amanhã para ver a Rússia de outra maneira. Se vencermos o Nacional, veremos com tranquilidade no domingo o novo FC Porto agora treinado por Lucho Gonzalez.

Nos caminhos do título é bom depender apenas de nós, e por isso teremos de conservar os cinco pontos de avanço. Quem está em tantas frentes de conquista sabe bem disso.

A Champions é uma espécie de matrioska, cada patamar que passamos temos um ainda maior para passar. É o interminável aumentar do desafio.

Há sempre novos e mais difíceis obstáculos, numa prova onde o dinheiro e o prestígio são o móbil, gostava essencialmente de jogar bem e mostrar qualidade em terras russas. Faltam três degraus para o limite.


PS - Acabo de saber que Pablo Aimar renovou contrato por mais uma época. Já dei ordens para que renovem a minha cadeira no estádio da Luz porque ter Aimar é ter a garantia de assistir a grandes espectáculos.

22 outubro 2011

Cardozo, o melhor tranquilizante


Bela exibição na Suíça e um excelente resultado. Liderança no grupo, dois jogos em casa e o apuramento a poder ser conseguido já no dia 2 de Novembro na recepção ao Basileia. Que mais se pode pedir a este Benfica de Jorge Jesus? Por mim, apenas para assim continuar. A única equipa portuguesa que ainda não perdeu os 15 jogos oficiais já disputados (e uma das poucas da Europa), onde apenas o empate em Barcelos se pode considerar tristonho.

Já a vitória frente ao Portimonense, no jogo da Taça, havia deixado bons indicadores sobre alguns dos jogadores menos utilizados. Rodrigo foi nos dois jogos a revelação-certeza, temos ali um avançado que em pouco tempo poderá ser titular.

Contudo, numa altura em que todos falam de Rodrigo, eu queira escrever sobre Cardozo. Digam e escrevam o que vos for na alma sobre Takuara, mas os números são irrefutáveis; 15.524 minutos, 211 jogos, 130 golos ou seja um golo a cada 119 minutos (incluindo particulares).

Há melhor? Talvez, mas não estou a ver muitos. Desta vez demorou quatro minutos a por a bola naquela espécie de galinheiro que falava o Scolari.

Cardozo entrou e, quatro minutos depois, milhões de benfiquistas ficaram descansados sobre o desfecho do jogo. Não conheço melhor tranquilizante.

Por isso, são cada vez mais a gritar: «Tenham cuidado. Ele é perigoso. Ele é o Óscar Takuara Cardozo.»

Este fim-de-semana haverá em Aveiro um jogo difícil para o Benfica, naturalmente cansado. O melhor ataque joga contra a melhor defesa do campeonato, impressionante o registo defensivo do Beira-Mar. Será preciso toda a artilharia para fazer ruir aquele castelo e continuar na frente.

Ontem desabafava um grande amigo, triste com o rumo do Pais, com as nossas perspectivas económicas e financeiras, com o desemprego e as falências: «Só não imigro porque não consigo ir viver para longe do Benfica». Como eu percebo!

27 novembro 2010

Não tem sido apenas azar


Sorte para o Benfica será perceber que não tem sido azar a motivar os maus resultados. Azar têm os adeptos que esperavam uma equipa com mais garra e com mais alma. Durante o jogo quando algum infortúnio acontece, a equipe enerva-se e desune-se, parece que congela e não consegue dar a volta às dificuldades. Mesmo quando, a espaços a equipa joga bem, e isso acontece com frequência, há um sentimento de incapacidade na manutenção do ritmo e da qualidade de jogo.
Num ano fustigado por tantas contrariedades (árbitros, lesões, azar) convém centrarmo-nos apenas naquelas que são importantes, a qualidade e consistência das exibições.
As hipóteses deste Benfica (ou qualquer clube português) na Liga dos Campeões são ínfimas, e assim poderia até pensar numa boa Liga Europa como objectivo, mas o meu receio é que Telavive tenha sido uma machadada demasiado forte nos níveis anímicos do plantel.
Com a época na primeira metade, só a experiência de Jorge Jesus, o brio e profissionalismo dos atletas poderão inverter esta lógica. Há muito tempo para ganhar esta época se tal for conseguido, caso contrário veremos o Benfica afundar-se num mar de desânimo.

Nestas alturas as lideranças fortes dentro de campo e nos balneários aparecem, e a experiência e coesão dos grupos são cruciais.
A deslocação a Aveiro passou a ser desde quarta-feira o jogo mais difícil da época, é por isso preciso ganhá-lo. A revolta dentro das quatro linhas trará serenidade fora delas. Os verdadeiros adeptos apoiam sempre, e temos um clube ímpar nesse inesgotável amor.
Neste momento gostava de um meio campo mais português, com Martins e até Rúben Amorim, mas decisivo mesmo é Jorge Jesus dar a volta a isto. Ele sabe, ele é capaz. Treinadores de bancada todos seremos um pouco, mas como só sei ser adepto, domingo lá estarei a apoiar sem reservas o Benfica.
Quanto maiores forem as dificuldades, maior será o apoio.

12 novembro 2010

Benfica perdeu e perdeu bem no Dragão


Se o Benfica persistir nas comparações com a última época, em vez de melhorar o seu desempenho nesta, vai ter dificuldades em atingir os objectivos que ainda tem nesta temporada, e são muitos e importantes.
Embora a reconquista do título já tenha ficado comprometida na fruta servida na sobremesa da homenagem a Olegário que antecedeu a deslocação a Guimarães, a verdade é que o Porto tem sido uma equipa tacticamente evoluída e o seu treinador é merecedor de elogios. Já aqui escrevi, na altura contra a corrente, que no último ano a Académica nos jogos contra o Benfica jogou do futebol mais positivo e conseguido que tinha visto. Tenho pena que haja quem prefira elogiar aqueles que conseguem um pontinho com o autocarro em frente da baliza, muito antijogo e muita sorte em vez daqueles que arriscam a praticar bom futebol. Eu quero uma vez mais reiterar o apreço por Villas Boas como treinador.
Jorge Jesus não esteve feliz nas opções tomadas no último jogo, mas foi Jorge Jesus quem nos deu o melhor Benfica dos últimos 10 anos e será ele que ainda esta época nos trará vitórias e títulos. Evitar a sportinguização do Benfica parece prioritário para quem leu os jornais desta semana. Urgente por agora é ganhar à Naval.
Não são capas panfletárias, nem psis de pacotilha que farão o clube chegar aos seus objectivos. Vinte jogos de campeonato, uma Taça de Portugal, uma Taça da Liga e a mais importante competição europeia de clubes parece suficiente como caderno de encargos.
Compro e leio todos os dias A Bola, a partir de amanhã sem a crónica de Ricardo Araújo Pereira tiraram-me o meu garantido sorriso de sábado, fiquei privado de ler um amigo que admiro, mas sobretudo perdeu o Benfica e os nossos leitores um dos seus mais brilhantes e talentosos advogados. Que seja um parêntesis, que volte o sorriso da leitura e as vitórias com brevidade que nós merecemos.

06 novembro 2010

É obrigatório não perder


O Benfica chega desmoralizado ao jogo do Dragão. Esta é a conclusão óbvia de quem lê a imprensa, depois da modesta vitória, para a pouco importante Liga dos Campeões, contra o fraquíssimo Olympique de Lyon, pouco habituado a jogos internacionais. Já o Porto chega no auge depois do jogo com um colosso do futebol mundial, na mais importante competição do planeta. Teremos que ser humildes e reconhecer. Houve até quem alvitrasse que a vitória tinha sido má porque agora o Benfica vai perder o Coentrão. Génios assim não podem ser contrariados.
Ao contrário daqueles que dizem que só a vitória interessa ao Benfica eu baixo a ambição, para mim não perder no Dragão é obrigatório e se tal acontecer vamos disputar o título até ao fim com grandes possibilidades de o vencer. Só a derrota torna essa ambição quase impossível a 20 jornadas do fim.
A vantagem do Porto é boa, mas a partir de Domingo o calendário do Benfica passa a ser mais fácil. Das seis saídas mais complicadas do campeonato temos quatro realizadas (Nacional, Marítimo, Guimarães, Porto, Sporting, Braga). Será especulativo mas não perder no Dragão fazia-me acreditar mais no título daquilo que hoje, antes do jogo, julgo possível. Dito isto, reconheço que ganhar é melhor que empatar.
Não é um jogo qualquer, é uma deslocação que pôs no mapa futebolístico grandes figuras do futebol, este jogo já imortalizou Donato Ramos, Carlos Calheiros, Azevedo Duarte, Martins dos Santos, e até Paulo Costa, que hoje comenta nomeações, já nos deixou a jogar com oito no inesquecível clássico. Quem conhece o histórico aceita que o empate é dos deuses e que as regras não são as da FIFA.
De Pedro Proença queria a mesma competência (é claramente dos melhores árbitros) com mais personalidade.
Bela vitória sobre o Porto na Supertaça de basquetebol, num jogo onde ninguém parecia querer ganhar.

23 outubro 2010

As contas estão bem mais fáceis


O Benfica tem agora as contas da Liga dos Campeões bem mais fáceis: ou ganha os três jogos ou estará fora dos oitavos de final. Assim a matemática fica mais simples. Sem estes resultados e caso não perca o jogo de Telavive, estaria certo o cenário na Liga Europa, ou seja a Europa está aí, falta saber onde. Perdemos com o Lyon porque os franceses foram melhores, não valerá fugir a essa realidade, e no caso de conseguirmos passar aos oitavos de final sempre será de esperar um adversário com valia em excesso para qualquer equipa do nosso futebol. Por vezes há surpresas e nós regozijamos, mas convém saber que são surpresas.
O Benfica que pode e deve aspirar hoje a ser a melhor equipa do futebol português, não é das melhores equipas do futebol europeu, embora deva fazer o caminho sustentado de lá se aproximar. A realidade só pode incomodar quem a não vê, ou aqueles que noutras paragens insistem em viver na ficção. Por mim espero do Benfica uma serena e gradual melhoria, como tem acontecido nos últimos anos.
Novembro só será determinante para o futuro do Benfica, se ganharmos os dois jogos em falta de Outubro (Portimonense e Paços de Ferreira).
Segunda-feira passada no almoço com o embaixador do Chile, o camarote da Luz estava decorado com o número 33, alusivo ao número de mineiros resgatados do fundo da mina. Pois em época de crise era boa a economia caso se pudesse utilizar a decoração para o número de títulos de campeão nacional: 33 é mais que um número é um objectivo.

O estádio Algarve costuma ser talismã, e já embalamos lá para várias conquistas. Contra o Estoril para o título de 2005, contra Sporting e Porto para duas Taças da Liga.
Olegário continua imparável, merecedor de outra homenagem, arbitragem menos conseguida na Taça de Portugal, e expulsão de um jogador do Auxerre em aquecimento no jogo da Liga dos Campeões. Haja personalidade, num imitador de Quim Barreiros.

15 outubro 2010

Esperança em vitórias


Numa semana marcada (confesso a pieguice mas emocionei-me) pelo salvamento dos 33 mineiros presos nas profundezas de uma mina chilena, valeria a pena pensar como o segredo do sucesso está na organização, na coragem, na capacidade de trabalhar em equipa.
Aqueles mineiros encurralados numa situação dramática, souberam aceitar a liderança natural, racionaram a comida, a água e os recursos, motivaram-se para o sonho desejado (muito pouco provável à partida) e conseguiram alcançar o maior de todos os triunfos… a vida.
Quando um deles conseguiu em desespero pedir à mulher que desse o nome de Esperança à filha que iria nascer, gritou ao Mundo o segredo da vitória.
Em tudo na vida é assim, e o desporto não foge à regra. Não serão precisos grandes ‘gurus’ para aprender muito com esta epopeia chilena.
Espero que o Benfica, os seus atletas e profissionais bebam desta mesma fonte inspiradora. Organizados, com vontade e dedicação ao limite, com motivação e esperança os impossíveis acontecem.
Este sábado iniciamos um percurso que espero acabar em Maio a subir a escadaria do Jamor. Eu tenho esperança numa época de vitórias, eu sinto a vontade de um treinador e um grupo em alcançar essas metas.
O Arouca é um adversário perigoso, não ganhou no passado domingo à Académica (Taça da Liga) por mais um erro de Olegário (segundo as crónicas) e treinou com o FC Porto a meio da semana para que a motivação subisse ao limite. Mas o Arouca na Luz e Lyon em França serão dois degraus a mais na escada que estamos a subir.
Sinal dos tempos que merece reflexão o estado dos de Liverpool, um dos maiores clubes do Mundo em história e adeptos corre riscos que por cá poucos acreditam ser possíveis. Mas os clubes também acabam e os muito grandes não são excepção.

09 outubro 2010

Tinha saudades de protestar


Faouzi ficou lesionado para mais de dois meses na sequência de uma entrada dura de Fucile. Também em Guimarães o Benfica ficou sem os três pontos mas foi até ao fim do campeonato na sequência duma arbitragem duríssima. A última vez que Villas Boas foi prejudicado pela arbitragem foi num torneio de pré-época em França, foi há tanto tempo que já tem vontade de protestar mesmo quando é beneficiado.
O FC Porto leva sete pontos de vantagem, e não há memória de algum clube perder um campeonato com tanta vantagem, mas que existe um nervosismo grande por aqueles lados, disso já ninguém duvida. Eu fico satisfeito ao ver o Benfica a ganhar os seus jogos, jogo a jogo e com serenidade. Se puder voltar aos resultados mais folgados da época passada julgo que os cardiologistas agradecem, caso contrário vitórias justas como a obtida contra o Sp. Braga também servem.
Este ano, o Benfica cria e desperdiça oportunidades de golo como há muito não se via, com um pouco mais de eficácia e já teríamos goleado várias vezes. Aimar contra o Sp. Braga voltou a deslumbrar, pelo que jogou, pelo que fez jogar, pela forma como se entregou ao jogo, como festejou, como defendeu, como correu, disputava em cima do minuto 90 o jogo como se fosse o último da sua vida. Aimar é dos meus eleitos, o futebol é bonito por existirem jogadores assim, nivelam por cima.
Feito digno de sublinhado o conseguido pelo basquetebol do Benfica, ao entrar na elite do basquetebol europeu com uma vitória na Ucrânia. Na tradição do inesquecível cinco de Lisboa: Vieira, Jean Jaques, Guimarães e Mike Plowden, das noites gloriosas do velhinho pavilhão da Luz, desejo que seja possível conseguir algo de aproximado. Para já estamos novamente nos grandes palcos e por isso parabéns ao Henrique Vieira e aos seus jogadores.

19 setembro 2010

O sistema existe e revolta-se

Depois do Vitória de Guimarães – Benfica, Olegário Benquerença foi arbitrar o Manchester United - Rangers para a Liga dos Campeões. Em Manchester, à cautela ninguém marcou golos (0-0), com medo de levar um amarelo igual ao do Cardozo. A este nível estudam-se todos os pormenores.
Em Guimarães, o Benfica foi estrategicamente mais afastado do título, Roberto esteve bem melhor que Nilson, mas Olegário foi intransponível, em gíria futebolística diria «foi gigante», julgo mesmo ser merecida outra homenagem já. Parabéns aos promotores de homenagens, aqueles que sabem lidar com os «pobres de espírito».
O único caminho que depende só do Benfica, é neste momento, o de tentar melhorar cada vez mais o seu jogo, e deixar que o futebol, alguns dos seus protagonistas e a muita fruta que ainda sobra não consigam decidir tudo. O caminho é estreito e está «Xistrado», mas é o único. A nomeação para o ‘derby’ mostra que «o sistema» existe, é o mesmo de sempre, e se revolta contra quem o põe em causa.
No jogo Europeu de terça-feira, o Benfica cumpriu aquilo que se exigia no regresso à Liga milionária. Ganhou e luta por um apuramento que vai ser apertado e disputado a quatro.

Aimar foi o melhor em campo, fez 70 minutos de delicioso futebol e no fim já na zona de entrevistas deu o mote para o que falta da época. Foi excelente perceber o espírito daquele profissional e eleição.
O Sp. Braga no Dragão escorregou a tempo do Porto não perder pontos e em Londres fez parecer bons os resultados dos azuis e brancos contra os ‘gunners’ nos últimos anos. É bom ter clubes amigos.
Neste momento resta-nos confiar na competência de Jorge Jesus e na qualidade inegável de um plantel que poderá minimizar o embuste que nos preparam com zelo e eficácia. Só um Benfica «do outro mundo» poderá inverter o rumo deste campeonato.

17 maio 2010

Para o ano vamos gritar 33 - Por Sílvio Cervan


Por Sílvio Cervan in A Bola

ESTE título do Benfica serviu para mostrar ao Portugal desportivo um Benfica de invulgar classe. Um dos melhores dos últimos 40 anos. Este ano fomos quem mais golos marcou (mais 30 golos que o segundo classificado), quem menos golos sofreu e quem teve o melhor marcador da Liga (mesmo cansado, ao pé coxinho, e a falhar quatro penalties). Claramente o único campeão possível, tal a diferença para a concorrência tradicional que só um super Sp. Braga conseguiu manter alguma emoção sobre um desfecho obrigatório.

Quando o Rio Ave marcou na Luz houve quem visse para além da realidade, mas Óscar Cardozo demorou poucos minutos a afundar o adversário directo algures no meio do atlântico, e os que já não eram nada há muito tempo tiveram apenas tempo de desligar a televisão e não ver milhões em festa.

Aimar, Saviola, Cardozo, Ramires, Di María e alguns mais são de outro mundo quando comparados com a concorrência directa, mesmo que haja quem ainda chore, como no Beira-Mar de Fary, por não ter conseguido alguma coisita extra.

Este Benfica teve uma média de pontos superior (sem fruta nem café com leite) ao melhor FC Porto de Mourinho, e o melhor FC Porto de Mourinho jogava muito futebol.

Neste Benfica há muitos méritos mas o maior de todos chama-se Jorge Jesus, que soube com a administração da SAD construir uma equipa vencedora. Numa época em que se consegue dois títulos, facto que há muito tempo não sucedia, resta saborear e preparar a revalidação do campeonato com afinco.

No ano passado perdemos Katsouranis, Reyes e Suazo e fizemos com as novas aquisições um plantel equilibrado e com qualidade. Este ano Jorge Jesus saberá com mais tempo e mais dinheiro fazer ainda melhor. Porque no Benfica vencer é a regra e perder a excepção, em Maio de 2011 haverá outra vez milhões em festa, a gritar 33 .

07 maio 2010

Apenas o título nos fará rejubilar - Por Sílvio Cervan

Por Sílvio Cervan in A Bola

Percebendo a tristeza e frustração que tivemos na última época com a conquista do terceiro lugar na Liga, não deixou de ser um momento de muita satisfação ver o FC Porto festejar com incontida alegria o seu terceiro lugar deste ano. Toda essa alegria faz sentido, senão vejamos: o FC Porto não vencia o Benfica para nenhuma competição há mais de dois anos e foi para provas nacionais a única equipa a fazê-lo no corrente 2010. Há razões para festejos porque há vitórias que nunca se esquecem, mas para nós que estávamos habituados a ver o FC Porto festejar o primeiro lugar é uma enorme felicidade vê-los festejar o terceiro.

Não gostei da forma como correu esta semana, três jogadores (mal) castigados, uma Imprensa escrita que fala de compras e de vendas num timing desapropriado e sobretudo os comentários sobre os lugares de uma festa que ainda não foi conseguida. Espero que Jorge Jesus não deixe nada disto passar para os jogadores.

Só a elevada concentração, a consciência do valor do Rio Ave e uma motivação máximas podem tornar possível o objectivo. A época foi boa, as exibições também mas apenas o título nacional nos fará rejubilar.

Domingo teremos que ser 65 mil a apoiar em todos os momentos, mesmo que alguma incidência não seja positiva, mesmo que o jogo traga dificuldades acrescidas, porque do jogo do Sp. Braga só deveremos contar um insólito golo. O topo deste campeonato é todo vermelho, mas não é preciso inverter a ordem, porque assim está muito bem.

Até eu que nem sempre concordo com a atitude de José Mourinho face ao jogo e aos adversários reconheço que não é só sorte, não é por acaso e não podemos deixar de reconhecer que um dos melhores treinadores do Mundo é Português e o seu nome é José Mourinho. Competente, eficaz e brilhante.


23 abril 2010

Espero uma noite mágica - Por Silvio Cervan

Por Sílvio Cervan in A Bola

NO jogo contra o Olhanense, na primeira volta, o Benfica não conseguiu ir além de um empate, um jogador expulso e muitos amarelos, casos e provocações.
O meu desejo para este jogo seria tudo o inverso, um jogo bem mais conseguido, uma arbitragem bem melhor, os três pontos e um titulo à distância de um pontinho.

Jorge Jesus, com a sua experiência, sabe muito bem que gerir a ansiedade de estar tão perto de um objectivo nem sempre é muito fácil, mas um Benfica pressionante e com os seus principais jogadores disponíveis será seguramente capaz de ganhar e fazer uma exibição de Campeão. Na segunda volta ganhámos todos, repito todos os jogos com excepção daquele em Setúbal que no último minuto falhámos um penalty. Não confiar, não acreditar, não encher o estádio a gritar e apoiar a equipa seria de uma total ingratidão. Por isso, espero uma noite mágica e uma vitória convincente.

Amanhã não seremos campeões no final do encontro da Luz, mas uma vitória dá-nos o direito de ter cinco jogos para o conseguir, três do Braga que não tem falhado, e dois nossos. Ganhar com esta consistência e com esta réplica do nosso adversário torna o campeonato ainda mais saboroso. Depois de ganharmos ao Olhanense só ficará a faltar o 'ponto final'.

Os adeptos do Real Madrid podem somar à tristeza de não ganhar o título espanhol, a estranheza de ver os seus dispensados decidirem triunfos por essa Europa fora. Em Portugal, Saviola e Javi García são decisivos para a força deste Benfica, no Inter o dispensado Sneijder ajudou e muito a pôr o primeiro pé na final do Bernabéu, Robben foi decisivo na vantagem do Bayern de Munique, enquanto na Liga Europa Van Nistelrooy leva o Hamburgo ao colo.

O Real Madrid pode não ganhar nada esta temporada, mas clubes e adeptos agradecidos, isso o Real tem garantido um pouco por toda essa Europa.


10 abril 2010

Título mais perto... - Por Sílvio Cervan

Por Sílvio Cervan in A Bola

NOS últimos cinco anos, período em que se contabiliza o ranking da UEFA para clubes e países, o Benfica atingiu por três vezes os quartos-de-final de uma competição Europeia. Primeiro da Liga dos Campeões, onde caiu frente ao vencedor Barcelona, depois com Fernando Santos diante do Espanhol na Taça UEFA, e ontem em Anfield com o Liverpool na Liga Europa. Se ainda estamos longe de ter o brilho de épocas em que disputamos finais, também é verdade que subimos muitos degraus no patamar Europeu.
Parabéns ao Liverpool, que gostava muito que vencesse a Liga Europa deste ano. Steven Gerrard, Fernando Torres ou Kuyt são de uma galáxia merecedora de palmas de quem gosta de futebol para além da paixão pelo seu clube.

Esta semana, primeiro com a vitória na Figueira frente à Naval e depois com a derrota (que obviamente não desejava) de ontem, o Benfica ficou mais perto do trigésimo segundo título de campeão nacional.

Na Figueira porque demos a volta a um pesadelo de 15 minutos, com segurança e com garra, mantendo a distância para a concorrência que, levada ao colo, mantém pressão bastante sobre o Benfica.

Ontem porque com lesões como a de Saviola, e cansaço generalizado num plantel que jogou mais de 45 jogos oficiais, ficámos com um calendário que não sendo fácil tem pelo menos tempos de recuperação aceitáveis. Esta época será importante não descurar o objectivo primordial desta equipa, Ser Campeã.

No caminho para a conquista desse objectivo teremos ainda cinco adversários e o próximo é dos que estão a jogar melhor, e daqueles para quem tirar o título ao Benfica seria por si só, salvar a época, a velha rivalidade assim o dita. Na próxima terça-feira teremos que ter um estádio cheio que ajude a equipa a superar o cansaço e as dificuldades.

02 abril 2010

O direito ao sonho - Por Sílvio Cervan

Por Sílvio Cervan in A Bola

O Benfica foi contra o Sporting de Braga uma equipa campeã. Soube jogar, soube marcar e soube sofrer num jogo que tinha riscos acrescidos pela qualidade do adversário. Luisão, com o seu pé esquerdo, seria a última das probabilidades para fazer um golo, mas este Benfica também vence as estatísticas e até as probabilidades.
A seis jornadas do fim deste campeonato, com 18 pontos ainda em disputa, os próximos três jogos serão contra, primeiro, uma equipa (Naval) treinada por um ex-treinador do Sporting (Augusto Inácio), depois contra o Sporting, que é treinado por um anunciado ex-treinador (Carlos Carvalhal), e , finalmente em Coimbra, contra o ainda não anunciado próximo treinador leonino (André Villas Boas).

Este fim-de-semana pode acabar com a réstia de receio que me acompanha neste percurso rumo ao título nacional. Sporting de Braga-Vitória de Guimarães e Naval-Benfica podem bem dissipar incertezas que ainda me atormentam. Embora até eu, angustiado por natureza e pessimista por vocação, esteja vencido pela qualidade do jogo e a consistência da atitude que este Benfica de Jorge Jesus demonstra.

Na Liga Europa, contra o azar do sorteio, restava uma atitude à Benfica. Das equipas em prova só os ingleses do Liverpool e os espanhóis doValência, em condições normais, poderiam travar este Benfica

Ontem, no Estádio da Luz, perante uma impressionante moldura de gente (quase 63 mil espectadores!) o Benfica conseguiu um resultado que não pode ser considerado tranquilizador para a deslocação a Anfield, mas provou que tem uma equipa capaz de se bater com os principais emblemas europeus.

Essa foi a maior vitória. Na próxima quinta-feira, em Inglaterra e num palco mítico, todos poderemos sonhar, porque fomos capazes de ganhar o direito ao sonho.

31 março 2010

Um rumo - Por Sílvio Cervan


Por Sílvio Cervan in A Bola

CONFIRMA-SE: é muito mais interessante uma entrevista que se transforma numa conversa do que uma entrevista em que entrevistador e entrevistado se arranham ou insultam. Gostei, pois, do tom e gostei do cenário.
Primeira nota: Luís Filipe Vieira mostrou claramente que tem um rumo para o Benfica. Definiria o seu discurso em quatro pontos: rumo, estratégia, serenidade e profunda convicção.

O presidente explicou muito bem as dificuldades que encontrou quando chegou ao clube, e porque não começou a reconstruir a casa pelo telhado. Ficou claro porque apostou nas infraestruturas (estádio, centro de estágio), e só agora conduziu o clube ao estado desportivamente mais avançado do seu projecto.

Além disso, quando confrontado, e bem, com as eventuais implicações que a situação financeira possa vir a ter no futuro próximo do clube, o presidente vincou a aposta num projecto continuadamente ganhador. Ou seja: que o Benfica aposta em vencer e vencer mais vezes, sabendo que não pode vencer sempre, mas sabendo sobretudo que não pode vencer um ano e deixar de vencer logo a seguir. Um rumo, pois, mas também uma estratégia, como a de perceber que 2013 será um ano de mudança, tendo em conta as diferentes renegociações de diferentes contratos, de que os direitos televisivos são apenas uma parte, um 2013 a partir do qual o Benfica poderá ter asas acrescidas, receitas acrescidas, imputs financeiros acrescidos para reforçar a sua competitividade.

Enorme a felicidade de ver e ouvir o presidente manter-se fiel à ideia de que o clube é grande porque a sua maior receita resulta da contribuição dos seus sócios e adeptos (quotas e bilhetes) e não da venda de jogadores, e que o aumento da receita por via do aumento do número de sócios deixa o clube cada vez mais livre de outro tipo de interesses e mais apto a tomar o seu rumo mais genuíno. Fantástica esta relação afectiva dos sócios com o clube, como notável é termos podido colocar à venda para o público zero bilhetes para o jogo com o Liverpool porque os sócios os compraram todos. É inigualável!

Nota final: o sentimento de uma ligação forte do presidente com Jorge Jesus, que tranquiliza sócios e adeptos. No futebol os resultados são sempre decisivos, mas fica claro tratar-se de um casamento por amor e não por conveniência.

26 março 2010

Maturidade e nervos de aço - Por Sílvio Cervan

Por Sílvio Cervan in A Bola

O Benfica joga amanhã contra o Sp. Braga mais um jogo, dos sete que faltam, numa caminhada para o objectivo principal desta época. O facto do Benfica estar a jogar melhor e ter vindo a mostrar uma qualidade de jogo bem superior à do Sp. Braga de nada servirá se a humildade e ambição da equipa não se mantiver igual aquela que se demonstrou em Marselha e no Algarve.


Esta equipa tem que mostrar uma maturidade e uns nervos de aço para não responder às provocações permanentes e ao mesmo tempo saber manter a garra e a fibra de uma equipa campeã. Poupando alguns titulares importantes soubemos dar uma resposta competente na final da Taça da Liga, que não deixa de ser uma conquista relevante e sem contestação. Esta Taça da Liga colocou-nos num grupo com 3 candidatos à Europa (Rio Ave, Guimarães e Nacional) com dois jogos fora, depois vencemos por larga margem em Alvalade o velho rival, e na final despachamos um FC Porto, sempre candidato, por 3-0, assim, só a refinada má fé pode encontrar mácula nesta conquista.

Numa organização brilhante, apenas o comportamento selvático de uma pequena minoria, insistiu em estragar uma festa que ganha lugar de destaque no nosso calendário.

O Sp. Braga que joga amanhã na Luz é, independentemente do resultado, uma revelação neste campeonato. Se a mesquinhez impede muitos de reconhecer que o Benfica lidera com mérito, porque tem o melhor ataque, a melhor defesa, o melhor marcador e o melhor futebol deste campeonato, não é menos verdade que o Sp. Braga mostra uma seriedade competitiva e uma ambição dignas de respeito e elogio.

Espero ganhar, estou seguro que tudo faremos para ser campeões, e estou certo que até ao fim da época será com um Estádio da Luz repleto que apoiará sem reserva uma equipa que nos orgulha. Este Benfica embalado é um hino ao futebol, e vê-lo dá um prazer sem limites.

Depois da Taça da Liga, como cantam os adeptos, «nós só queremos o Benfica campeão».

12 março 2010

Golos também na Madeira


Por
Sílvio Cervan in A Bola


SE Jesualdo Ferreira já tinha dificuldades em convencer os adeptos do Porto quando ganhava quase tudo, agora que não ganha quase nada, essa tarefa afigura-se impossível.
No entanto, nós sabemos que os treinadores campeões no Porto são insultados pela própria massa associativa, foi assim com Mourinho campeão Europeu e Nacional antes de sair, foi assim com Co Adriaanse no jogo de Vila do Conde quase campeão, é assim agora com Jesualdo tricampeão. A solução para o próximo treinador do Porto é não tentar sequer ganhar. Eu nem arriscava.

Algo de errado deve estar para acontecer ao Benfica, a imprensa, analistas e adversários não encontraram nem cansaço, nem problemas, nem desculpas e reconhecem até que se joga bem, 8 meses depois deve estar um santo para cair do altar.

Na Madeira o Benfica joga um dos três jogos mais difíceis que tem pela frente, ultrapassar o Nacional era de campeão nacional. Jorge Jesus saberá manter o espírito de ambição, e a qualidade que tem feito felizes todos os que apoiam o Benfica e os que gostam de bom futebol.

O Lyon equipa que luta taco-a-taco com o Marselha na Liga gaulesa, eliminou no Santiago Bernabéu o Real Madrid que agora, como o Porto, se vai dedicar ao campeonato.

O Benfica, que tem no campeonato o seu principal objectivo, sofreu ontem na Luz, num embate entre dois ex-campeões europeus, um golo no último minuto. O resultado (1-1) limita muito as nossas hipóteses, mas a ambição desta equipa poderá arrancar uma grande noite europeia no Velodròme. Decisivo é que esta infelicidade não condicione o jogo da Choupana.

Concordo com Jorge Jesus, que promete fazer golos em Marselha; mas que comecemos a marcá-los já na Madeira.

27 fevereiro 2010

Faltam dez obstáculos



Por Sílvio Cervan in A Bola

O resultado de 4-0 obtido na passada terça-feira constitui mais um contratempo dos profetas que anunciaram a propalada crise de exibições e resultados do Benfica. O resultado foi bom mas a exibição foi ainda mais convincente. Estamos assim com mérito nos oitavos-de-final de uma Liga Europa onde apresentamos um significativo registo de golos e resultados. Numa Liga Europa recheada de clubes de topo segue-se o Marselha, com grau de dificuldade elevado a apertar o exigente calendário de Março.
Vencidos os Alemães temos que estar concentrados no determinante jogo contra o Leixões. O Campeão será o mais regular, e o mais regular não pode deixar pontos no Estádio do Mar. Sem Javi García, castigado pelo mesmo concelho de disciplina que castigou os suplentes do FC Porto, Hulk e Sapunaru, as dificuldades aumentam. Chegamos pois ao último terço do campeonato no primeiro lugar, com o melhor ataque da Liga, a melhor defesa da Liga e o melhor marcador da Liga, mas isso de pouco nos valerá se não se mantiver a mesma humildade e ambição na recta final. Dirão os nossos adversários, com preocupação, que só faltam dez jogos mas eu garanto que serão dez longos, intensos e difíceis obstáculos.

Ontem no Casino do Estoril festejou-se o 106.º aniversário do Sport Lisboa e Benfica numa Gala de imenso benfiquismo, mas todos estamos cientes que é no próximo sábado que precisamos de uma exibição de gala.

Temos em Jorge Jesus o nosso seguro contra a euforia e o disparate. E diga-se que se a euforia não é muita o disparate que se tem lido e visto não pára de crescer. A experiência e sagueza de Jorge Jesus saberão tirar partido de várias lateralidades e fazer um Benfica mais coeso, mais forte e mais campeão.

Que seja assim nas dez finais que faltam, e que não faltem os milhões de benfiquistas que tem apoiado até ao momento. Só merecem festejar os títulos os que nos ajudam a conquistá-los.

22 fevereiro 2010

Por quem torcer?



Por Sílvio Cervan in A Bola de 19 Fev 2010

O futebol não está igual. Nas ruas de Berlim, enregeladas pelos três graus negativos, dezenas de benfiquistas discutiam de forma acalorada por quem torcer no próximo domingo no jogo FC Porto-Sp. Braga. Quando me «obrigam» a, racionalmente, ser pelo FC Porto, devo concluir duas coisas: em primeiro lugar que, de facto, o futebol não está igual; em segundo lugar que não me sinto psicologicamente preparado para que subitamente isso aconteça. Cresci com o FC Porto adversário e rival e sempre simpatizei com os vermelhos de Braga, onde me lembro de ter festejado mais do que um título nacional, no velho 1.º de Maio. São coisas que não se esquecem...
Este fim-de-semana, o Benfica já venceu o seu jogo e temos a certeza de não perder pontos para os concorrentes; vamos, isso sim, ver qual deles (ou os dois…) perderá pontos para nós.

Mas além deste dilema «interno», há outro dilema, também recorrente nas conversas entre benfiquistas, que se coloca de âmbito internacional. É o de se saber se uma prova europeia de sucesso pode fazer perigar a vitória no Campeonato. Recuso-me a aceitar tal argumento. Conheço os riscos mas uma boa prova europeia, uma boa Liga Europa, representa a recuperação de prestígio internacional de que não quero abdicar.

O empate de ontem, não sendo aquele resultado que mais desejávamos, foi um passo importante na passagem da eliminatória. Sejamos realistas, na próxima terça-feira temos todas as condições (e obrigação) de ultrapassar o Hertha de Berlim e marcar encontro com os nossos velhos conhecidos do Marselha.

Aí poderemos reviver uma grande noite europeia da qual todos temos as melhores recordações.