CONFIRMA-SE: é muito mais interessante uma entrevista que se transforma numa conversa do que uma entrevista em que entrevistador e entrevistado se arranham ou insultam. Gostei, pois, do tom e gostei do cenário.
Primeira nota: Luís Filipe Vieira mostrou claramente que tem um rumo para o Benfica. Definiria o seu discurso em quatro pontos: rumo, estratégia, serenidade e profunda convicção.
O presidente explicou muito bem as dificuldades que encontrou quando chegou ao clube, e porque não começou a reconstruir a casa pelo telhado. Ficou claro porque apostou nas infraestruturas (estádio, centro de estágio), e só agora conduziu o clube ao estado desportivamente mais avançado do seu projecto.
Além disso, quando confrontado, e bem, com as eventuais implicações que a situação financeira possa vir a ter no futuro próximo do clube, o presidente vincou a aposta num projecto continuadamente ganhador. Ou seja: que o Benfica aposta em vencer e vencer mais vezes, sabendo que não pode vencer sempre, mas sabendo sobretudo que não pode vencer um ano e deixar de vencer logo a seguir. Um rumo, pois, mas também uma estratégia, como a de perceber que 2013 será um ano de mudança, tendo em conta as diferentes renegociações de diferentes contratos, de que os direitos televisivos são apenas uma parte, um 2013 a partir do qual o Benfica poderá ter asas acrescidas, receitas acrescidas, imputs financeiros acrescidos para reforçar a sua competitividade.
Enorme a felicidade de ver e ouvir o presidente manter-se fiel à ideia de que o clube é grande porque a sua maior receita resulta da contribuição dos seus sócios e adeptos (quotas e bilhetes) e não da venda de jogadores, e que o aumento da receita por via do aumento do número de sócios deixa o clube cada vez mais livre de outro tipo de interesses e mais apto a tomar o seu rumo mais genuíno. Fantástica esta relação afectiva dos sócios com o clube, como notável é termos podido colocar à venda para o público zero bilhetes para o jogo com o Liverpool porque os sócios os compraram todos. É inigualável!
Nota final: o sentimento de uma ligação forte do presidente com Jorge Jesus, que tranquiliza sócios e adeptos. No futebol os resultados são sempre decisivos, mas fica claro tratar-se de um casamento por amor e não por conveniência.
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