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02 outubro 2011

A banalidade

Banalmente, o Benfica empatou no estádio do FCP. Um empate é um resultado banal. O jogo foi banal. E nesta banalidade reside a novidade.

O facto de o Benfica ter ido jogar contra o FCP e ter acontecido apenas a banalidade de um jogo de futebol é algo de extraordinário. Não houve agressões gratuitas, não houve violência bárbara, não houve apedrejamento do autocarro dos nossos, não houve ameaças aos profissionais do nosso clube, não se criou um clima de terror, não se assistiu a espectáculos deprimentes dados por títeres de apito na boca e ninguém se lembrou de inocentemente incendiar o ambiente com ironia dita fina.

Tudo isto deveria ser referido, louvado e dado como a primeira explicação para que o Benfica pudesse sair do estádio do adversário com a ligeira vantagem de ter empatado no terreno do principal rival na luta pelo título. No entanto, e cito as palavras de Eça de Queirós, “Neste país, no meio desta prodigiosa imbecilidade nacional” o que serviu de tema para discussão foi (pasme-se!) um imaginado pontapé do Cardozo no rabo do Fucile. Pontapé que não existiu e que provocou em Fucile o acto reflexo de se queixar da cabeça antes de se lembrar que talvez fosse melhor queixar-se do traseiro. Sempre dava mais verosimilhança à encenação. Depois, foi um corre-corre de especialistas em física, cinética, balística e generalidades afins para provarem como a simples deslocação do ar junto à região glútea pode provocar dores imediatas na cabeça e, como tal, o malvado Cardozo deveria ter sido expulso por nunca ter agredido o Fucile.

Afinal, a banalidade manteve-se no pós-jogo. Por cá, já é banal fazer de um não existente pontapé no rabo um assunto de interesse nacional. Por outro lado, a corrupção no desporto, de tão banal, já nem é discutida. É, como tantos outros assuntos, convenientemente esquecida e diligentemente silenciada.

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