Por Fernando Guerra in A Bola
JORGE JESUS deve sentir-se um homem feliz. Recebeu de braços abertos a primeira oportunidade que lhe deram para se tornar campeão nacional, e soube merecê-la. Entregaram-lhe valioso grupo de jogadores e foi capaz de formar uma boa equipa, empreitada que, apesar de aparentar facilidades, repetidamente fracassou no passado recente por variadíssimas razões, algumas bem estranhas. O Benfica ganhou com a contratação de Jesus e este talvez nem se dê conta do salto fantástico que a sua já longa carreira registou neste último ano.
Não é campeão quem quer, mas quem pode, e a Jesus, embora ele o desejasse intensamente, nunca antes lhe fora entregue a responsabilidade de gerir um projecto futebolístico vocacionado para o sucesso. Este foi apenas o primeiro. O futuro é aliciante e oferece-lhe desafios irrecusáveis, menos pelo dinheiro e mais pelo prazer. Na interessante entrevista publicada hoje em A Bola, o treinador benfiquista surge com um discurso diferente, mais ordenado e seguro. Num clube com a grandeza do Benfica a noção de crescimento não se consegue medir, não há limites para a ambição. Jesus entendeu isso muito depressa. Se há meia dúzia de meses as prioridades ainda o atormentavam, agora tudo se lhe afigura claro: ganhar todos os jogos, em todas as frentes, até na Liga dos Campeões. Foi com esse arrojado espírito de conquista que Mourinho se notabilizou e se impôs ao Mundo.
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