Com o tetracampeão FC Porto desterrado no último lugar do pódio, acabou por ser o Sporting de Braga a formação que mais tentou perigar a consecução dos objectivos do Benfica. O título, decidido apenas na última ronda, diz bem da forma briosa como o conjunto bracarense soube replicar numa temporada que vai ficar gravada a maiúsculas no seu já longo historial.
Reconhecer os predicados do Sporting de Braga é, desde logo, um exercício de justiça. Também de desportivismo, até de satisfação por se ver um emblema cronicamente menos habilitado a intrometer-se na luta pela primazia da bola doméstica. Só que já são menos toleráveis as expressões de deslumbramento e, pior do que isso, de agressividade de alguns dos seus responsáveis E com o Benfica sempre no ponto de mira.
Domingos Paciência foi um dos melhores jogadores das mais recentes fornadas do futebol nacional. Domingos Paciência, tudo indica, vai ser um dos melhores treinadores da nova geração. Só que Domingos Paciência não honrou o apelido, Domingos Paciência impacientou-se. Impacientou-se e impacientou-nos.
Há dois anos, dirigia a União de Leiria, numa altura em que Ricardo Quaresma foi expulso por agressão nítida a um dos seus jogadores, Domingos Paciência foi paciente. Mais ainda, foi escandalosamente submisso a outra entidade. “Não vi, estava com os olhos no chão”. Foi o que disse. Foi uma vergonha.
Agora, só porque o Benfica e não o seu FC Porto arrebatou a Liga, Domingos Paciência tirou os olhos do chão. Vê fantasmas em tudo o que mexe, em tudo o que é lado. Pacientemente, há quem possa tolerar. Piedosamente, deve dizer-se que está de olhos pregados na lua.
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