Saída do "Levezinho" é um problema financeiro e não de gestão desportiva

SPORTING DEIXA SAIR LIEDSON

Embora seja um admirador do Liedson e do futebol de fino recorte que ele pratica, compreendo que na encruzilhada em que o Sporting se encontra a sua saída era irreversível.
Creio que o Sporting está a viver uma situação semelhante à do “Benfica de Vale e Azevedo”, com a diferença de que nessa altura os “encarnados” viram-se na necessidade de dispensar o João Pinto, a custo zero, pois não podiam suportar o contrato que tinham estabelecido com ele. Agora, a saída de Liedson vai render mais de dois milhões de euros aos cofres de Alvalade.
É, pois, um problema de saneamento financeiro e não um problema de gestão desportiva.
Seja como for, repito, tenho pena que o “levezinho” deixe de fazer do nosso futebol, pois é um excelente jogador, leal, que nunca vacila e que faz a chamada nota artística.
Quanto ao que se passou com Kleber, não fiquei surpreendido pois os mercados gerem-se por acordos entre os clubes, e é bem possível que o FC Porto e o Atlético Mineiro, detentor do seu passe, já tenham um acordo de princípio.
Basta recordar o que disse o presidente do Marítimo no início da época, em que chegou a ameaçar fazer uma queixa à CD da Liga contra o FC Porto por aliciamento de jogadores.

DAVID LUÍS NO CHELSEA

É evidente que preferia que o Benfica não tivesse vendido o jogador nesta altura, mas há uma parte do passe do David Luís que pertence ao fundo de investimento criado pelo Benfica e que tem regras muito claras e próprias. No fundo, é uma situação semelhante à que se passou com a venda do Ramires. É o mercado de Inverno, de que não gosto, a funcionar.
Além disso, há que ter em conta a vontade do próprio jogador, que vai para outro mundo do futebol ganhar o triplo do ordenado, pelo que seria de todo desaconselhável forçá-lo a ficar no Benfica.
Embora lamente a saída do David Luís, julgo contudo que o Benfica se preparou a tempo para a possibilidade de ficar sem ele. A contratação do Jardel foi clara, o Rodri tem sido preparado para ser um grande central do futuro e o Sidnei está a subir de forma.

O FUTURO DA FPF

Estou muito preocupado com a situação actual da FPF porque, no limite, pode traduzir-se na retirada do estatuto de utilidade pública, o que seria o caos completo.
Mesmo que não lhe seja retirada a utilidade pública, a UEFA e a FIFA vão ter de intervir na FPF, o que significa que vão criar uma situação caótica no futebol português, com consequências imprevisíveis.
Aliás, o arrastar deste imbróglio poderá levar à inexistência de campeão nacional este ano e à não validação do campeonato. O que seria terrível e inqualificável!
Julgo, no entanto, que o mais importante é saber a quem é que interessa este estado de coisas, este pântano em que dia a dia alguns estão a mergulhar o futebol português.
Pelo que se passou na última AG da FPF, verificamos que as associações mais renitentes foram as do Porto e Braga, que, curiosamente, mudou de opinião nos últimos dias.

PORTO AFASTADO DA TAÇA DA LIGA

Contrariamente ao que tem sido habitual, desta vez estou de acordo com as declarações sensatas de André Villas-Boas que assumiu que esta era uma taça que ele queria ganhar e que no futuro iria preparar a equipa para que situações semelhantes não se repetissem.
Julgo que o FC Porto, tal como o Benfica ou o Sporting, pelo seu historial, não podem ter taças secundárias. Isto é, quando entram numa prova oficial fazem-no sempre com a intenção de ganhar.
Aproveito ainda para elogiar a forma como o FC Porto está a gerir o campeonato, antecipando o jogo com o Nacional, uma vez que vai ter uma tarefa difícil para a Liga Europa com o Sevilha.

A SEMANA:

MELHOR: A consolidação do modelo de exibição do Benfica. A confirmação do Jara e do Jardel, sem dúvida duas grandes aquisições. Ainda as 13 vitórias seguidas do Benfica em competições nacionais.

PIOR: O acidente que sofreu o Emídio Rafael, para mais agora que estava na iminência de ser chamado à selecção. Espero que regresse rapidamente. Por fim, os estatutos da FPF, uma questão terrível que envergonha o futebol português.

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Comissão de Disciplina da Liga deve abrir rapidamente um inquérito

O INCIDENTE COM JORGE JESUS

O que se passou com Jorge Jesus no final do Benfica-Nacional é inadequado, incorrecto e impróprio de um líder. Por isso, a Comissão de Disciplina da Liga deve intervir rapidamente, abrindo um processo ao treinador do Benfica.

Os incidentes no fim do jogo apanharam-me de surpresa, tanto mais que se assistira a uma bela partida, bem disputada e com uma vitória justa do Benfica.

A propósito, faço daqui um apelo ao meu amigo Herculano Lima, grande adepto do FC Porto mas um homem sério, para que intervenha o mais depressa possível.

Para mim, neste programa também temos que ser pedagogos, razão pela qual lhe peço que não siga os maus exemplos anteriores, que beneficiaram o FC Porto. Refiro-me a Rondon, jogador do Paços de Ferreira que enganou Luís Catita e fez com que o Sporting perdesse em casa com os pacenses. Depois foi Hulk que ludibriou João Ferreira e que levou o FC Porto à vitória em Aveiro. Por fim, julgo que já devia ter sido aberto um processo às declarações incendiárias de Pinto da Costa na Casa do FC Porto em Espinho. O que para mal do futebol não sucedeu.

PORTO VENCE COM PÉNALTI DUVIDOSO

O triunfo à tangente do FC Porto em Aveiro (1-0) ainda que me pareça justo resultou de um lance cheio de manhosice do brasileiro Hulk. Até podia ser penálti mas não tenho a mais pequena dúvida que o João Ferreira foi levado pela habilidade de Hulk.

De resto, a vitória até podia ter sido mais dilatada e o FC Porto pode queixar-se de um penálti (aos 69 minutos) por mão do aveirense André Marques, que o árbitro não viu.

SEARA CANDIDATO À FPF?

A eventual candidatura de Fernando Seara à presidência da Liga de Clubes é normal e saúda-se. Trata-se de um homem que anda no futebol há muitos anos e que reúne um amplo consenso.

Além disso, Fernando Seara, no quadro de alteração dos Estatutos da FPF, tem um amplo consenso, julgo que será apoiado pelo presidente da Liga, Fernando Gomes, e por Gilberto Madail, que inclusive poderá vir a fazer parte da lista.

O facto do Sporting pôr reservas a esta candidatura não me causa estranheza, depois de ver que os sportinguistas apoiam uma lista encabeçada pelo presidente da AFP; Lourenço Pinto, e por mais 11 elementos, todos da mesma associação.

A SEMANA:

MELHOR: A Gala Eusébio, que coincide com o aniversário do jogador, considerado um dos melhores do Mundo; a entrevista do presidente da Liga ao Record, onde se pode ler que a guerra entre Porto e Benfica está a afastar muita gente dos estádios. Finalmente, a consistência das exibições do Benfica.

PIOR: A reacção do treinador do Benfica que não pode ter aquele comportamento. Ainda as declarações insultuosas feitas pelo presidente do FC Porto contra o Benfica e os seus adeptos

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Árbitros continuam a não marcar pénaltis contra "Os Dragões"

FC PORTO PERDEU INVENCIBILIDADE

Ao contrário de outros jogos em que foi claramente ajudado pelas arbitragens, na partida disputada no “Dragão”, o FC Porto merecia ganhar ao Nacional da Madeira. Foi superior do princípio ao fim e acabou por ser vítima de um “frango monumental” do jovem guarda-redes polaco, não conseguindo virar o resultado até final.

Para mim, o jogo foi típico desta temporada, pois serviu para mostrar que os árbitros, esta época, não marcam penáltis contra o FC Porto! Estou a recordar-me de um pénalti claríssimo feito por um defesa portista sobre um jogador do Nacional, que Olegário Benquerença não marcou. O já que não sucedeu no lance que originou o único golo dos “dragões”. Decididamente, esta é a “fruta” desta época.

Por outro lado, se os recordes pouco valem porque não são comparáveis, a derrota do FC Porto veio confirmar que a equipa está mais fraca do que no início do campeonato.

BENFICA COMEÇOU BEM

Contra o Marítimo, o Benfica fez uma boa exibição, jogou solto, rápido, com um perfume argentino que me encanta, não obstante lamentar que na equipa haja tão poucos portugueses.

A exemplo do que fez o FC Porto, o Benfica apresentou-se em campo com jogadores menos utilizados, numa rotação que Jesus pode repetir, tão boas foram algumas exibições individuais. Destaco a actuação individual de Sávio, um grande jogador que introduziu qualidade na equipa e que possui uma margem de progressão muito grande. A propósito, apelo aos responsáveis da Luz para que o Benfica exerça a cláusula de preferência na próxima época, pois estamos sem dúvida perante um grande jogador.

O jogo com o Marítimo mostrou também que o Benfica tem substitutos razoáveis. Moreira, o meu guarda-redes preferido, fez uma exibição muito segura e Sidnei, que já vinha jogando, revelou que Luisão tem substituto à altura. Airton e Kardec, cumpriram, ainda que este último não tenha conseguido acertar.

Uma referência para o “fado” benfiquista esta época: assumidamente, os árbitros não marcam pénaltis a favor do Benfica. Como sucedeu uma vez mais.

Quanto ao Sporting, mereceu ganhar o jogo, numa partida bem disputada e sem casos. Paulo Sérgio, desta vez, mexeu pouco na equipa e o resultado está à vista. Uma palavra ainda para o infortúnio que continua a perseguir a equipa de Alvalade, que neste jogo mandou duas bolas à trave. No total, desde o início da época, parece que já foram 20 bolas à madeira.

“BRAÇO DE FERRO” NA FPF

Embora me pareça que o Governo e o secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, deviam ter sido mais prudentes, julgo que nesta altura estarão a fazer tudo para que o bom senso vingue e se evite uma situação mais delicada. Isto é, que se utilize a “bomba atómica”.

Na verdade, com este impasse na FPF, estamos perante uma crise gravíssima do futebol português, com origem em homens influentes da AF Porto, liderados pelo senhor Lourenço Pinto.

Este conhecido advogado do Porto, com ligações conhecidas a um determinado clube, tem conseguido manipular um conjunto de associações que estão a conduzir o futebol português à ruína e à desgraça.

Para mim, mais do que discutir a justeza jurídica do que se está a passar, o que está em causa é o domínio do futebol, da arbitragem e da disciplina.

De resto, este controlo por parte de um certo poder organizado a Norte, já vem do tempo do falecido Adriano Pinto, que presidiu à AF Porto até à morte.

Além disso, estou convencido de que não haverá Assembleia Geral Extraordinária, porque o presidente da AG também é um homem da AF Porto (já foi presidente do Leixões) que se recusa a marcá-la.

OS MELHORES DO ANO

Quanto a jogadores, internamente, hesito entre o David Luís, o Di Maria e o Fábio Coentrão. São três grandes figuras do último campeonato, que o Benfica venceu com justiça. A nível internacional, destaco o Iniesta e o Schneider, pelas suas exibições no Mundial.

No que toca a equipas, considero a Alemanha a equipa do ano.

A SEMANA:

MELHOR: A afirmação de que o Benfica afinal tem boas soluções no “banco”, sobretudo a confirmação do Sávio, sem dúvida um excelente jogador.

PIOR: A telecomédia da FPF que vai acabar em teletragédia.

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Direcção dos "Leões" deve preocupar-se mais consigo

SPORTING ELIMINADO DA “TAÇA”

Sem pretender pôr em causa o trabalho meritório do sagaz Manuel Fernandes, julgo que mesmo sem jogar bem, o Sporting podia ter saído de Setúbal com uma vitória e seguir em frente na Taça. A equipa de Paulo Sérgio fez o suficiente para ganhar o jogo mas o azar bateu-lhe mais uma vez à porta.

O Sporting está aquém daquilo que vale, tem acertado muitas vezes na trave e nos postes, tem tido notória falta de sorte mas tem cometido erros que lhe têm sido fatais. Por isso, tem que se reencontrar rapidamente, tem que se afirmar e olhar para si mesmo. De uma vez por todas.

Importa no entanto meditar nas “contratações do senhor Costinha”, um desastre autêntico, e na teimosia da Direcção “leonina”, que tem cometido o grave erro de eleger como seu principal adversário o Benfica.

Julgo que é tempo das cúpulas dirigentes dos “leões” se preocuparem mais com o Sporting do que com o Benfica…

BENFICA-BRAGA

Esta semana tivemos um Benfica bipolar. Contra o Schalke 04, para a Liga dos Campeões, a exibição dos “encarnados” foi péssima. Foi pior do que a do jogo de Israel, a que eu assisti ao vivo.

Se bem que nunca me tenha passado pela cabeça que o Benfica ficasse de fora da Liga Europa, confesso que a sorte acabou por proteger-nos.

Contra os alemães, o Benfica teve mais posse de bola, dominou, teve muitos mais remates e cantos, mas foi confrangedor ver a exibição lenta e previsível da equipa. O Schalke montou um autêntico colete de forças que funcionou em pleno e a equipa alemã, em duas ou três ocasiões em que chegou à baliza de Roberto, fez golo…e ganhou.

Frente ao Braga, o Benfica sem ter sido brilhante foi muito eficaz e venceu bem. Fez um bom jogo, dominou a maior parte do tempo, e aproveitou um erro do Braga para marcar o primeiro golo.

Infelizmente, o Braga jogou sem cinco jogadores habituais que lhe poderiam ter dado (ou não) mais força.

Quanto às declarações de Luís Filipe Vieira, esta semana, à “Benfica TV”, julgo que foram sensatas e ditas no momento próprio. O presidente do Benfica demonstrou muita humildade e inteligência, porque foi capaz de mudar algo que ele percebeu que não estava a funcionar. Desde logo, o discurso sobre os treinadores. Aliás, julgo que o LFV ainda está muito tocado pelo erro que cometeu quando dispensou o treinador Fernando Santos. Como ele próprio de resto confessou.

A SEMANA:

MELHOR: A humildade e inteligência demonstradas por Luís Filipe Vieira e por Rui Costa, ao evitar uma cena de túneis, no intervalo do jogo com o Braga.

PIOR: O “Berbequim Falante”, numa alusão a André Villas-Boas, que não se cala e fala muito do Benfica e de Jorge Jesus.

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Acredito na vitória em Israel que garante o segundo lugar

Na lógica portuguesa, creio que o adiamento do jogo da “Taça” entre o Benfica e o Braga favoreceu as duas equipas, pois tiveram mais tempo para descansar e preparar os seus jogos europeus.

No caso do Benfica, acredito que uma vitória, quarta-feira, em Israel, será decisiva para a consagração definitiva do segundo lugar. A partir daí, julgo que o Benfica vai fazer um resto de prova razoável do ponto de vista financeiro. O que é muito importante.

Com o Benfica arredado da possibilidade de renovar o título nacional, pois não depende de si próprio, terá ainda uma oportunidade remota na Liga dos Campeões, que deve aproveitar.

Em relação ao mercado de Inverno, julgo que são especulações jornalísticas.

De resto, choca-me estas ditas janelas de oportunidade em Janeiro, que só servem para encher os bolsos aos empresários, contrariando a tão apregoada contenção da UEFA.

Julgo que do plantel do Benfica ninguém vai sair em Janeiro, ainda que admita que pudesse ser um bom negócio a ida do David Luís para o Chelsea por troca com o Ramires, que ainda não se adaptou.

Nos outros jogos da “Taça”, creio que FC Porto e Sporting jogaram os mínimos e acabaram por vencer com justiça.

Contra o Moreirense, o Porto mostrou que afinal não é tão forte como alguns fizeram crer, inclusive alguns benfiquistas que se assustaram com a espantosa exibição do “Dragão”.

Na sua estrutura, excluindo os minutos em que Falcão não esteve em campo, não se notaram grandes alterações. De resto, acho que equipas como o Porto, o Benfica e o Sporting têm que ter no mínimo 16/18 jogadores prontos para entrar e jogar.

Do ponto de vista estatístico, este jogo é surpreendente, pois no final dos 90 minutos as diferenças não foram assim tão grandes.

Realço a grande exibição do Belluschi que com João Moutinho fazem o “fermento” que alterou o Porto vulgaríssimo da época passada (com ou sem Hulk) para o Porto de excelência actual…

Paulo Baptista fez uma péssima arbitragem, prejudicou o Moreirense, ainda que não tenha assinalado um pénalti sobre o Hulk. Foi mal auxiliado pelos juízes de linha, um dos quais invalidou um golo limpo aos donos da casa.

Uma má arbitragem que não foi encomendada, mas que nos deve fazer meditar.

GOLEADA HISTÓRICA À ESPANHA

A vitória de Portugal não aconteceu por demérito da Espanha. Pelo contrário, se havia algum jogo particular que a Espanha queria ganhar era este. Em primeiro lugar, porque queria confirmar a vitória no último “Mundial”; em segundo lugar, por razões óbvias de rivalidade ibérica. Julgo que os espanhóis fizeram tudo para ganhar o jogo e só não o conseguiram porque Portugal fez uma super-exibição.

Aqui temos de tirar o chapéu ao Paulo Bento pela forma como recuperou a equipa e a pôs a jogar ao nível das melhores do mundo.

Contra a Espanha, toda a equipa esteve muito bem. O meio campo, porém, foi soberbo e complementou-se, mercê da acção de três grandes jogadores: Raul Meireles, João Moutinho e Carlos Martins, que foi o parente pobre marginalizado por Carlos Queiroz e até certa altura pelo próprio Paulo Bento.

O jogo em si abriu uma esperança muito grande de que podemos qualificar-nos para a fase final do “Europeu” e teve momentos de encanto, como aquele golo que o não foi do Cristiano Ronaldo.

A SEMANA:

MELHOR: A selecção de Portugal, pela exibição e goleada histórica sobre a Espanha.

PIOR: As assistências que estão a diminuir cada vez mais; o petardo que rebentou em Alvalade; a eleição do Conselho de Justiça, que é um regresso ao passado.

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