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04 fevereiro 2011

Saída do "Levezinho" é um problema financeiro e não de gestão desportiva


SPORTING DEIXA SAIR LIEDSON

Embora seja um admirador do Liedson e do futebol de fino recorte que ele pratica, compreendo que na encruzilhada em que o Sporting se encontra a sua saída era irreversível.
Creio que o Sporting está a viver uma situação semelhante à do “Benfica de Vale e Azevedo”, com a diferença de que nessa altura os “encarnados” viram-se na necessidade de dispensar o João Pinto, a custo zero, pois não podiam suportar o contrato que tinham estabelecido com ele. Agora, a saída de Liedson vai render mais de dois milhões de euros aos cofres de Alvalade.
É, pois, um problema de saneamento financeiro e não um problema de gestão desportiva.
Seja como for, repito, tenho pena que o “levezinho” deixe de fazer do nosso futebol, pois é um excelente jogador, leal, que nunca vacila e que faz a chamada nota artística.
Quanto ao que se passou com Kleber, não fiquei surpreendido pois os mercados gerem-se por acordos entre os clubes, e é bem possível que o FC Porto e o Atlético Mineiro, detentor do seu passe, já tenham um acordo de princípio.
Basta recordar o que disse o presidente do Marítimo no início da época, em que chegou a ameaçar fazer uma queixa à CD da Liga contra o FC Porto por aliciamento de jogadores.

DAVID LUÍS NO CHELSEA

É evidente que preferia que o Benfica não tivesse vendido o jogador nesta altura, mas há uma parte do passe do David Luís que pertence ao fundo de investimento criado pelo Benfica e que tem regras muito claras e próprias. No fundo, é uma situação semelhante à que se passou com a venda do Ramires. É o mercado de Inverno, de que não gosto, a funcionar.
Além disso, há que ter em conta a vontade do próprio jogador, que vai para outro mundo do futebol ganhar o triplo do ordenado, pelo que seria de todo desaconselhável forçá-lo a ficar no Benfica.
Embora lamente a saída do David Luís, julgo contudo que o Benfica se preparou a tempo para a possibilidade de ficar sem ele. A contratação do Jardel foi clara, o Rodri tem sido preparado para ser um grande central do futuro e o Sidnei está a subir de forma.

O FUTURO DA FPF

Estou muito preocupado com a situação actual da FPF porque, no limite, pode traduzir-se na retirada do estatuto de utilidade pública, o que seria o caos completo.
Mesmo que não lhe seja retirada a utilidade pública, a UEFA e a FIFA vão ter de intervir na FPF, o que significa que vão criar uma situação caótica no futebol português, com consequências imprevisíveis.
Aliás, o arrastar deste imbróglio poderá levar à inexistência de campeão nacional este ano e à não validação do campeonato. O que seria terrível e inqualificável!
Julgo, no entanto, que o mais importante é saber a quem é que interessa este estado de coisas, este pântano em que dia a dia alguns estão a mergulhar o futebol português.
Pelo que se passou na última AG da FPF, verificamos que as associações mais renitentes foram as do Porto e Braga, que, curiosamente, mudou de opinião nos últimos dias.

PORTO AFASTADO DA TAÇA DA LIGA

Contrariamente ao que tem sido habitual, desta vez estou de acordo com as declarações sensatas de André Villas-Boas que assumiu que esta era uma taça que ele queria ganhar e que no futuro iria preparar a equipa para que situações semelhantes não se repetissem.
Julgo que o FC Porto, tal como o Benfica ou o Sporting, pelo seu historial, não podem ter taças secundárias. Isto é, quando entram numa prova oficial fazem-no sempre com a intenção de ganhar.
Aproveito ainda para elogiar a forma como o FC Porto está a gerir o campeonato, antecipando o jogo com o Nacional, uma vez que vai ter uma tarefa difícil para a Liga Europa com o Sevilha.

A SEMANA:

MELHOR: A consolidação do modelo de exibição do Benfica. A confirmação do Jara e do Jardel, sem dúvida duas grandes aquisições. Ainda as 13 vitórias seguidas do Benfica em competições nacionais.

PIOR: O acidente que sofreu o Emídio Rafael, para mais agora que estava na iminência de ser chamado à selecção. Espero que regresse rapidamente. Por fim, os estatutos da FPF, uma questão terrível que envergonha o futebol português.

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