Crónicas de José António Saraiva, in Record
Mais uma vez o FC Porto venceu um jogo com a tripla
“Hulk/penálti/expulsão de adversários”, que levou a equipa à conquista
deste campeonato. A grande dúvida para a próxima época, além da ação dos
árbitros, reside pois na pergunta: o que será o FC Porto sem Hulk?
O
Sporting reentrou nos carris com Sá Pinto (quem diria?) e parece capaz
de discutir a próxima Liga. Trata-se de uma equipa matreira, que defende
com muitos e é velocíssima a explorar o espaço nas costas dos
adversários.
O Braga pagou na parte final da época a
felicidade que teve durante muitos jogos, vencendo 13 vezes
consecutivas. É também uma equipa manhosa, que se fecha bem atrás e
explode quando parte para a frente.
Finalmente, o Benfica. O
jogo com o Leiria mostrou que o “grande plantel” do Benfica é um mito.
Artur e Maxi são ótimos, mas Luisão e Garay são lentos e o
lateral-esquerdo não existe. Javi García baixou muito, Witsel é bom mas
às vezes parece perdido, Matic tem dias e Aimar precisa de ser gerido
com pinças. No ataque, Gaitán é muito dotado mas intermitente, Nolito é
aproveitável mas trapalhão, Nélson Oliveira está verde, Rodrigo acabou
em S. Petersburgo, Saviola mostrou por que foi pouco utilizado, Cardozo é
desconcertante, Bruno César é o mais regular mas não é um
fora-de-série.
O Benfica precisa de uma renovação no plantel.
Repare-se que nenhum avançado ganhou no um-para-um contra os juniores do
Leiria! Assim, ou a dinâmica coletiva funciona e a equipa faz exibições
brilhantes, ou não engrena e não tem jogadores que resolvam os jogos.
Essa foi uma grande limitação este ano face ao FC Porto, que quando
faltava o coletivo tinha Hulk para resolver.
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