Há 35 anos, o escocês John Gordon precisou de dois batedores da polícia para chegar a tempo de apitar o jogo dos quartos-de-final da Taça dos Campeões
Com o técnico jugoslavo Milorad Pavic ao leme, o Benfica recupera a hegemonia perdida (para o Sporting) e ganha o campeonato nacional em 1974-75, que lhe garante o acesso directo à Taça dos Campeões da época seguinte. Aí o Benfica já é outro, com Mário Wilson a substituir Pavic, de malas aviadas para o Málaga.
A pré-época começa na Indonésia, com um empate (0-0 com a selecção de Jacarta) e uma vitória (2-1 aos argentinos do Rosario Central). Segue-se França, onde o Benfica perde 2-0 com Humberto Coelho. "Serão quatro longos anos fora de casa, mas já sonho com o regresso ao Benfica", desabafa o defesa-central português, transferido nesse Verão para o Paris SG. Que não estava qualificado para nenhuma das três competições europeias. O Benfica, esse, sim. E as primeiras duas eliminatórias na Taça dos Campeões são esquisitas. Na primeira, 7-0 ao Fenerbahçe na Luz e 0-1 em Istambul, onde Jordão recusa dar a bola ao árbitro no final do jogo e é suspenso um jogo pela UEFA por comportamento incorrecto. Curiosamente, da Hungria viria o adversário seguinte do Benfica. Na Luz, 5-2. Em Budapeste, está 2-0 para os magiares aos 51 minutos. Mais um golo e adeus Europa para o Benfica. Para agravar a situação, o médio Vítor Martins é expulso aos 60 minutos. Com menos um, o Benfica sofre o 3-0 de Dunai II aos 65'. Com calma, Nené faz o 3-1 (73') e silencia o Ujpest Stadion.
Garantido o apuramento para os quartos-de-final, ao Benfica resta esperar pela sorte no sorteio. Pela frente tem St. Etienne, Bayern Munique, Dínamo Kiev, Hajduk Split, Real Madrid, Borussia M'Gladbach e PSV Eindhoven, que eliminara os encarnados na época anterior (0-0 na Holanda e 2-1 na Luz). Ao Benfica sai-lhe a fava do Bayern Munique de Die Katz (o gato) Maier, Kaiser (imperador) Beckenbauer e Der Bomber (bombardeiro) Müller, entre outros artistas fisicamente superiores aos outros, e tecnicamente também, razão pela qual são bicampeões europeus. Na Luz, o Benfica de Mário Wilson trava os bávaros (0-0). À falta de golos, sobram elogios para os guarda-redes Bento e Maier. "A nossa táctica foi não perder mas ainda tivemos uma ou duas oportunidades de golo bem salvas pelo vosso guarda-redes", sintetiza Diettmar Cramer, treinador dos alemães. Já Mário Wilson deixa escapar: "O grande culpado deste zero a zero foi Maier."
A tudo isto contrapõe o árbitro escocês John Gordon, encantado com a luz de Lisboa e o caminho para a Luz. Duas coisas diferentes, atenção. "Precisei de dois batedores da polícia para chegar a horas ao estádio. Lisboa é encantadora, tem muita luz, porque os prédios são claros e basta um raio de sol para iluminar a cidade. E depois aquela multidão na rua a puxar pelo Benfica." O i fala então com Artur Correia, o ruço, lateral-direito do Benfica desse tempo, que nos confirma a "viagem" do árbitro. "Estagiávamos sempre na Linha e a viagem do hotel para o estádio era um caos. Às vezes ficávamos uma hora presos no autocarro, à espera que a polícia desbloqueasse a situação. Porque as pessoas faziam cordão humano, puxavam por nós, gritavam os nossos nomes. Aí já começávamos a ganhar o jogo." À excepção deste: 0-0. Na RFA, 5-1 para o Bayern, que se sagraria tricampeão europeu.
Com o técnico jugoslavo Milorad Pavic ao leme, o Benfica recupera a hegemonia perdida (para o Sporting) e ganha o campeonato nacional em 1974-75, que lhe garante o acesso directo à Taça dos Campeões da época seguinte. Aí o Benfica já é outro, com Mário Wilson a substituir Pavic, de malas aviadas para o Málaga.
A pré-época começa na Indonésia, com um empate (0-0 com a selecção de Jacarta) e uma vitória (2-1 aos argentinos do Rosario Central). Segue-se França, onde o Benfica perde 2-0 com Humberto Coelho. "Serão quatro longos anos fora de casa, mas já sonho com o regresso ao Benfica", desabafa o defesa-central português, transferido nesse Verão para o Paris SG. Que não estava qualificado para nenhuma das três competições europeias. O Benfica, esse, sim. E as primeiras duas eliminatórias na Taça dos Campeões são esquisitas. Na primeira, 7-0 ao Fenerbahçe na Luz e 0-1 em Istambul, onde Jordão recusa dar a bola ao árbitro no final do jogo e é suspenso um jogo pela UEFA por comportamento incorrecto. Curiosamente, da Hungria viria o adversário seguinte do Benfica. Na Luz, 5-2. Em Budapeste, está 2-0 para os magiares aos 51 minutos. Mais um golo e adeus Europa para o Benfica. Para agravar a situação, o médio Vítor Martins é expulso aos 60 minutos. Com menos um, o Benfica sofre o 3-0 de Dunai II aos 65'. Com calma, Nené faz o 3-1 (73') e silencia o Ujpest Stadion.
Garantido o apuramento para os quartos-de-final, ao Benfica resta esperar pela sorte no sorteio. Pela frente tem St. Etienne, Bayern Munique, Dínamo Kiev, Hajduk Split, Real Madrid, Borussia M'Gladbach e PSV Eindhoven, que eliminara os encarnados na época anterior (0-0 na Holanda e 2-1 na Luz). Ao Benfica sai-lhe a fava do Bayern Munique de Die Katz (o gato) Maier, Kaiser (imperador) Beckenbauer e Der Bomber (bombardeiro) Müller, entre outros artistas fisicamente superiores aos outros, e tecnicamente também, razão pela qual são bicampeões europeus. Na Luz, o Benfica de Mário Wilson trava os bávaros (0-0). À falta de golos, sobram elogios para os guarda-redes Bento e Maier. "A nossa táctica foi não perder mas ainda tivemos uma ou duas oportunidades de golo bem salvas pelo vosso guarda-redes", sintetiza Diettmar Cramer, treinador dos alemães. Já Mário Wilson deixa escapar: "O grande culpado deste zero a zero foi Maier."
A tudo isto contrapõe o árbitro escocês John Gordon, encantado com a luz de Lisboa e o caminho para a Luz. Duas coisas diferentes, atenção. "Precisei de dois batedores da polícia para chegar a horas ao estádio. Lisboa é encantadora, tem muita luz, porque os prédios são claros e basta um raio de sol para iluminar a cidade. E depois aquela multidão na rua a puxar pelo Benfica." O i fala então com Artur Correia, o ruço, lateral-direito do Benfica desse tempo, que nos confirma a "viagem" do árbitro. "Estagiávamos sempre na Linha e a viagem do hotel para o estádio era um caos. Às vezes ficávamos uma hora presos no autocarro, à espera que a polícia desbloqueasse a situação. Porque as pessoas faziam cordão humano, puxavam por nós, gritavam os nossos nomes. Aí já começávamos a ganhar o jogo." À excepção deste: 0-0. Na RFA, 5-1 para o Bayern, que se sagraria tricampeão europeu.
1 comentários:
Pois é! O Benfica joga com o Bayern de Munich do Beckenbauer, Maier, Muller, Kaiser e ... Breitner (esqueceu-se deste!), com o Ajax do Cruijj e Companhia, nas finais, com o Real Madrid de Pukas, Gento, Di Stéfano, com o Manchester de B. Charlton e Cía, com o Barcelona de Kubala, Luis Suarez, Czibor, com o Milan (agora não estou lembrado mas eram monstros sagrados), na Intercontinental com o Santos de Pelé .... e vêm o s Andrades, e à excepção do Bayern de Mattaus, jogam com o Celtic (escoceses) com 40 º em Sevilha, com o Peñarol (uruguaios) na neve, com o Mónaco, estão a levar um banho de bola e o melhor jogador dos franceses o Giuli, lesiona-se, marcam num ressalto, na outra Intercontinental jogam com os coitados do Onze das Caldas, que ti nham perdido o seu avançado e ganham nos penaltis após um jogo horrível ... f...-se, não temos essa SORTE!
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