Das Caxinas, região piscatória de Vila do Conde, as notícias são sempre muitas. Trágicas, mais vezes, sublinhando desastres fatídicos daqueles que vivem a desafiar o oceano. Mas a maior co-munidade nacional de pescadores também aparece maiusculizada nos jornais por causa de futebol.
André e Paulinho Santos notabilizaram-se pelo FC Porto e pela Selecção Nacional. Hélder Postiga continua a integrar o lote restrito dos melhores avançados portugueses. Mas o grande fenómeno é Fábio Coentrão, lateral-esquerdo do Benfica.
O que se passou com a nova coqueluche da Luz? Disparou de rendimento, num curto espaço de tempo, transformando-se numa das unidades de maior importância no clube e na Selecção. Hoje, de múltiplas paragens, acenam-lhe com propostas tentadoras e não há quem nele não veja já um dos melhores jogadores mundiais na sua posição.
Rejeitado, há anos, pelo FC Porto, Coentrão também experimentou alguns dissabores no início da cruzada Benfica. Mas no domínio de uma nova posição táctica, explodiu. Fenómeno? Mesmo. Quem ousaria aventar, há pouco mais de um ano, a sua trajectória ascensional e arrebatadora?
«Sou o melhor lateral--esquerdo do Mundo.» Sobranceria? Jactância? Nem coisa que se pareça. «Se não sou eu a acreditar em mim, quem será?» Coentrão quer ser, pelo menos, o melhor na determinação, na coragem, na crença. Ou como um auto-elogio pode transformar-se em elixir.
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