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14 janeiro 2011

DA IMPORTÂNCIA DA NOMENCLATURA


Confirmadas as minhas teses sobre a correlação forte e tensa entre mercado aberto e x vem para o Benfica, confirmada a minha tese quanto ao genoma reactivo do F. C. do Porto ao universo Benfica – desta feira com o perigo vermelho e o Funes Mori certo no Benfica, ai já não vem, inflacionou-se, afinal Funes Mori interessa ao Porto – venho escrever-vos um desabafo rápido, curto e pertintente, ainda quente que está o siga em frente na Taça.

Não escondo eu um certo fascínio pela nomenclatura no futebol, tão na berra que está por força deste pedaço de literatura. Entendo - e já o expressei nesta mesmíssima ágora - que há uma relação directa entre um nome forte e a qualidade do futebol que se produz. Maradona, Zidane, Scifo, de todos o meu preferido, e Baggio (quem me dera chamar-me Carlos Baggio) tinham que ser grandes jogadores. Indalécio Hitler, que passou por Barcelos, jamais poderia ser um grande mago da bola, assim como Carlinhos, Carlitos, Zito, Vitinha ou Neca.

Posto isto, foi com particular júbilo que assisti à referida relação tensa entre mercado aberto e x vem para o Benfica desta semana, com a inscrição, nas capas dos jornais, de dois tipos com um nome absolutamente descomunal para jogador de futebol: Daniel Wass e Oscar Wendt, respectivamente lateral esquerdo e direito. Já consigo imaginá-los com a raça de um Shwartz, a força de um Thern e a elegância de um Strömberg e a eficácia de um Mats Magnusson. Ao constatar quem eram, o que fazem e ao que vêm, ousei até congeminar que Wass e Wendt, só pelo nome, têm tudo para se tornarem dos melhores jogadores de sempre do Benfica. Ainda por cima, jogando nas laterais, arrisca-se uma espécie de GreNoLi com os WW's vermelhos, não cometendo a injustiça de particularizar alguém da equipa do ano passado, uma verdadeira e épica QuiMaDaLuCoJaRaDiAiSaCa.

Continuando na esteira da dita relação de mercado aberto e vem para o Benfica, louvor também para a possibilidade de vinda de Taiwo: lateral esquerdo e nigeriano, tem a força bruta de um grande nome africano. Se Taiwo tiver tiro potente e certerio, tanto melhor, com aliteração em tê.

Estava eu bastante animado com este leque de possibilidades, mais ainda pela referência a um tipo chamado Ziegler que, diga-se, tem também grande nome de estratega e pensador da bola - sobretudo se for alto, esguio e falso lento (atributos para onde o nome Ziegler imediatamente remete) – quando me convulso pelo facto do Benfica ter ido buscar um central chamado Jardel ao Olhanense. Nesta altura estará o leitor mais benfiquista tão em choque térmico quanto eu ao escrevinhar estas linhas: Jardel? Mas o Benfica vai agora comprar um tipo chamado Jardel? Depois de tudo o que se passou com o Jardel e com o Jardel quase no Benfica e com o George Jardel no Benfica? Certo que o dito zagueiro Jardel possa até ser um central competente. Porém, se pensarmos na relação investimento em Jardel sobre número de piadas fáceis que uma contratação de Jardel para o Benfica é capaz de gerar, facilmente concluimos que não vale a pena ir buscar este senhor. Só assim por alto lembro-me de oito piadas fáceis demolidoras, com destaque para uma que ocorra na remota probabilidade de um auto-golo num jogo contra o F. C. do Porto, Sporting ou Beira-Mar. Ou seja, a vinda de um tipo chamado Jardel é bem capaz de ser um abalo moral forte numa altura de ressurgimento do Benfica pós cataplexia no Dragão. A única forma de contornar este melindroso assunto seria seduzir o jogador a mudar de nome antes de assinar contrato - solução que não é inédita e que se pratica em Chelsea, Londres, onde um tipo com o nome brutamontano de Paredão passou a ser conhecido, elegantemente, por Emerson Thomé.

Caros leitores: é também em situações como esta da vinda do Jardel que o Benfica falha, que o Benfica vacila, que o Benfica titubeia: para se jogar no Benfica não deve bastar só ser-se um jogador enorme, imenso, bem formado e culto. Deve, também, ter-se nome para jogar no Benfica. Deve existir, destarte, uma triagem na nomenclatura antes de se avançar para a contratação: há certos tipos que, graças à graça que têm jamais poderiam ter graça para jogar de águia ao peito. Que o diga George Jardel (bis), Carlitos, Carlitos, Nelo, Nandinho, Marinho e isto só para me ficar por uns quantos. Mal chegaram e já se sabia no que iam dar. E porquê? Porque não têm nome para ser jogadores do Benfica. Tal como este Jardel.

A continuar assim, daqui a uns dias ainda contratamos um José Deco.

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