O Benfica espetáculo da época passada já lá vai. Depois da corrida de obstáculos no início da Liga, o SLB 2010/2011 pode levar cinco vitórias consecutivas, mas a Vitória já voou mais alto. Jorge Jesus passou de Mister-Maravilha a um vencedor pragmático, que nos impôs uma dieta de golos racional e que nos deixa muito espaço na barriga depois de marcarmos apenas um ou dois.
O Paços de Ferreira não é pera doce. Aliás, já deu a provar o seu amargar a vários e honrados clubes desde agosto. E foi com o mesmo espírito de combate que se apresentou na Luz, numa noite de temporal e de muita magia argentina. Há jogos que não têm história. E temo que o Benfica, 2 - Paços de Ferreira, 0 fosse mais um, não tivesse Pablito Aimar construído um golo do início ao fim, aos 14’ da primeira metade, e deixado de cara à banda os pacenses e os colegas de equipa. Já aqui escrevi muitas vezes que Aimar joga que é uma beleza, mas em raras ocasiões faz bonito para lá dos 45’. As pernas costumam faltar-lhe. Pois na sexta-feira nada lhe faltou, desbloqueou um jogo que poucas vezes passou de morno e deixou-nos esquecer César Peixoto; que Gaitán não sabe tomar posição defensiva no terreno após um ataque; que o David Luiz está como este outro Benfica de JJ: pragmático mas sem a magia na ponta dos caracóis; e que Coentrão está em desperdício, sem conquistar rotinas de jogo, a oscilar entre a defesa e o extremo do corredor esquerdo. No Dragão, não há espaço para defesas de aprendiz. Tal como contra o Braga, Fabito tem de regressar à defesa.
E para a semana, temos greve de árbitros. Se viesse um espanhol arbitrar o FCP-Glorioso talvez não fosse má ideia, pois as probabilidades de a Associação de Futebol do Porto o homenagear nos próximos dias são escassas. Mas nunca se sabe.
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