A fazer fé nos jornais desportivos, no fim do jogo de domingo passado o presidente do Porto, provavelmente por naquele momento não dispor de isqueiros, viu-se forçado a lançar sobre os elementos da direcção do Benfica presentes no camarote presidencial uma saraivada de insultos. Como sempre acontece quando alguém ligado ao Porto se comporta como um energúmeno, o culpado deste incidente foi, uma vez mais, o Benfica. Os dirigentes benfiquistas sabem perfeitamente que, se querem ser bem recebidos por Pinto da Costa, devem apresentar-se no Dragão com um apito na boca. Augusto Duarte — agraciado, segundo os relatos mais modestos, com um delicioso cafezinho — nunca se queixou das qualidades de Pinto da Costa como anfitrião. O problema só pode ser dos convidados.
Sem querer branquear actos repugnantes — até porque esse pelouro é dos subcomandantes da PSP do Porto — devo dizer que a ira de Pinto da Costa é compreensível. A posição que o Benfica ocupa no campeonato tem dedo do presidente do Porto. É evidente para todos que Jorge Jesus seguiu as indicações que Pinto da Costa deu a Augusto Duarte naquela notável escuta e, desde a primeira jornada, não tem feito outra coisa senão seguir «sempre em frente! Sempre em frente! Sempre em frente!» É muito desagradável quando os outros se aproveitam das nossas ideias.
SEGUNDO a opinião insuspeita e prestigiada de Cruz dos Santos, os amarelos a Di María e Maxi Pereira foram injustos, Fucile devia ter sido expulso ainda na primeira parte, e é discutível que não tenha havido penalties por mão de Hulk e derrube de Álvaro a Maxi. Além disso, de acordo com o mesmo especialista, o Benfica teria sido campeão já no domingo passado se tivesse sido assinalado o fora-de-jogo existente no golo do Braga. É refrescante poder ler as observações de um perito, sobretudo depois de passarmos uma semana a ouvir opiniões de completos leigos em arbitragem, como um Miguel Sousa Tavares, um Rui Moreira, ou um Olegário Benquerença.
APÓS o Benfica-Porto, segundo foi dado como provado, os jogadores do Porto não foram insultados nem agredidos. Houve, no entender da Comissão Disciplinar da Liga, uma provocação: o já célebre e por demais infame enxovalho «vão lá para dentro e voltem lá para cima». Os jogadores do Porto reagiram com o natural e amplamente justificado espancamento dos stewards. Já no Porto-Benfica, Jorge Jesus levou com um isqueiro e não reagiu. Luisão levou com outro isqueiro e não o devolveu. Os dirigentes do Benfica foram insultados e não reagiram. Foi, claro, uma vergonha para todos os benfiquistas. Isto é gente que não sabe estar no futebol.
LINDA e comovente, a homenagem que o tribunal obrigou o Sporting a prestar a Iordanov. Eu bem vi as lágrimas a marejarem os olhos do búlgaro quando José Eduardo Bettencourt, obedecendo à ordem judicial, lhe ofereceu uma lembrança. São sempre emocionantes, estas manifestações de gratidão que os clubes têm para com os seus heróis com o objectivo de evitar punições legais. Um juiz decretou que houvesse decência em Alvalade, e eles não tiveram outro remédio senão acatar a decisão. A lei é dura, mas é a lei.
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