Crédito e apoio

Por Sílvio Cervan in A Bola

COM o final da primeira volta, o clube que contratou Saviola, Ramires e Javi García tem quatro pontos de avanço sobre aquele que contratou Valeri, Prediguer e Varela. A diferença não será maior graças ao departamento de prospecção do primeiro, que havia descoberto Falcao e Álvaro Pereira, que no entanto assinaram pelo segundo. Julgo que fizeram bem, o essencial para um jogador é jogar, e ser titular do Porto pode ser melhor do que suplente do Benfica em ano de Mundial.

Claro que o Benfica comprou melhor e vendeu menos, mas o importante para que isso não se note é montar a guerra. Um adversário externo evita o aparecimento de contestação interna. A estratégia é inteligente mas desadequada à realidade, a realidade é que o Benfica é melhor, joga melhor, tem o melhor ataque e tem a melhor diferença de golos deste campeonato, talvez por isso tenha mais espectadores nos seus jogos e talvez por isso irrite os seus adversários. O Benfica ainda não conquistou nenhum dos ambicionados títulos, mas já tem crédito e apoio dos adeptos.

Na batalha de Guimarães fica a entrega total a um jogo onde jogar foi impossível. A crítica não apreciou a estreia de Éder Luís, eu, que costumo ser exigente com contratações transatlânticas de meio da época, confesso que gostei bastante. Naquele campo e condições vi muito mais do que esperava. Temos homem, o 32 pode ser um 31. Esta segunda volta, onde precisamos de jogar tão bem ou melhor do que na primeira, começa contra o Marítimo, teremos de repetir a exibição da primeira volta e bastará ter metade da sorte que o nosso adversário teve contra nós no jogo da Luz. Mas como a sorte só se merece com trabalho, só com esse trabalho conseguiremos dobrar mais este obstáculo.

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