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19 dezembro 2009

Duelo ao sul

Por João Bonzinho in A Bola

A Liga portuguesa vive, este domingo, no Estádio da Luz, um dos seus pontos altos, o Benfica-FC Porto. Este é nos dias de hoje o clássico dos clássicos, tendo em conta que opõe a equipa mais popular do País à equipa mais dominadora do futebol em Portugal nas duas últimas décadas. É, julgo que não restam dúvidas, o confronto mais especial. Não o de maior rivalidade, mas o mais especial.


O derby da capital continuará a ser o jogo da grande rivalidade, porque Benfica e Sporting são, eles sim, os mais antigos adversários de sucesso. Mas o encontro entre o Benfica e o FC Porto transformou-se, em especial nos últimos 20 anos, no jogo de todos os jogos.

Porque o FC Porto tem sido o adversário mais difícil para o Benfica e ao qual o Benfica menos vezes tem ganho, e porque o Benfica será o adversário que mais gozo dará ao FC Porto vencer, sobretudo pelas más relações institucionais que há muito se vivem entre os dois clubes. Não é certamente difícil de compreender.

É o jogo mais intenso e o mais mediático. Por todas as razões.

Todos os anos, o confronto entre Benfica e FC Porto ganha novas expectativas entre os adeptos encarnados. Uma espécie de este ano é que é. É normal, quando se ganha tão poucas vezes. Já os portistas, mais habituados ao sucesso, vencedores inapeláveis, entre outras, das últimas quatro ligas, têm justificadas razões para olhar para este confronto com aquele ar de superioridade, tipo, vocês falam, falam, falam, mas no fim quem ganha somos nós.

Tem ou não tem sido assim?

Pois este ano, mais uma vez, a esperança dos benfiquistas está renovada. Um novo treinador, novos reforços e uma equipa claramente mais competitiva, que joga melhor, não o dobro, mas realmente muito melhor do que jogava, há um ano, por exemplo, com Quique Flores.

O FC Porto vem à Luz mais ou menos como tem vindo nos últimos anos, ou seja, confiante na sua maturidade e na sua personalidade de campeão. Seja sem Pepe e Bosingwa e com os menos cotados Rolando e Fernando, seja sem Lucho Gonzalez e Lisandro Lopez e com os menos cotados Falcao e Varela. Seja, pois, como for.

A previsão de um clássico raramente tem em conta o que as equipas vêm realizando até ao momento em que se confrontam. A época passada, mesmo com piores recursos, um futebol muito menos sólido e bastante mais prevísivel, o Benfica de Quique Flores esteve a um passo de vencer o FC Porto no Estádio do Dragão (impedido por um penalty fantasma) e, em contrapartida, quando o entusiasmo era ainda muito grande e os benfiquistas sonhavam com uma equipa vencedora, o FC Porto só não ganhou na Luz (empatando 1-1 logo à 2.ª jornada) porque algumas das maiores referências dessa equipa (Hulk, Rodríguez, Lisandro) pareceram, a dada altura, querer ganhar o jogo sozinhos.

Desta vez, o que pode, então, esperar-se?

O Benfica forte e ofensivo que se tem visto nos jogos em casa (mas compreensivelmente menos ofensivo por se tratar do FC Porto) ou o Benfica imaturo e incompreensivelmente mal preparado que se apresentou, por exemplo, em Olhão, tropeçando perigosamente num adversário jovem mas que estava muito bem preparado para lhe fazer a vida negra com um espírito à FC Porto?

O Benfica de Jorge Jesus tem ainda duas caras. Não mostra a mesma segurança em casa e fora. Claro que não pode ganhar sempre, quanto mais golear, e nem se espera que tenha o mesmo ritmo ofensivo quando joga longe da Luz. Mas já tinha obrigação de se mostrar mais seguro, e sobretudo, de não ir na conversa de adversários, como o foi o Olhanense e como serão, certamente, muitos mais até final do campeonato, motivados e concentrados em impo r, mais do que um estilo de jogo, um certo estilo guerreiro de jogo.

Como ontem o Benfica voltou a confirmar, no seu estádio, frente aos gregos do AEK (num jogo sem qualquer carácter decisivo mas que nunca é a feijões), talento e criatividade não lhe faltam. É, aliás, fácil imaginar Jorge Jesus ainda a pensar a esta hora como é que o seu bom malandro Dí Maria (ontem em noite com pormenores mágicos) não foi capaz de conter os seus piores impulsos e evitar a expulsão em Olhão e o tremendo prejuízo de não defrontar o FC Porto.

O problema do Benfica não está pois no talento e na criatividade. Está na capacidade de controlar emocionalmente um jogo. É uma equipa que já dificilmente falha no todo mas que ainda facilmente falha nos detalhes. E é uma equipa que apenas tem tempo para ganhar mas que precisa de tempo para crescer. O que só a pressiona.

O FC Porto virá à Luz para jogar com tudo isso e para tirar partido de todas essas fragilidades. Não sendo este FC Porto um adversário tão forte como noutros anos, a matriz do FC Porto é a mesma: combatividade, sistematização, solidariedade, bom domínio do lado mental e emocional do jogo e total concentração nos diferentes desafios que o jogo vai colocando.

O duelo tem tudo para ser fantástico. Não será ao Sol mas a sul, e, como sempre, desejável era que nem se falasse do árbitro.

Bom, mas talvez isso já seja pedir demais...

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