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19 dezembro 2009

Lucílio Baptista fez dieta. Só não emagreceu nas faltas



Por Filipe Duarte Santos in ionline

O árbitro não faz um Benfica-FC Porto por menos de 35 apitadelas. Se vai ao jogo prepare-se para as interrupções

Lucílio Baptista pinta o cabelo, afia as patilhas em bico, nos últimos tempos até fez uma dieta que o emagreceu a olhos vistos. Os árbitros portugueses não são os melhores do mundo - qualquer pessoa mais ou menos interessada dirá que isto é inquestionável - mas procuram um certo estilo que lhes dê conforto ou, então, que os faça notar. E mesmo que Lucílio fosse barrigudo ou não cuidasse os cabelos que lhe contornam a cabeça, ele acabaria sempre por ser protagonista. Porquê? Porque o árbitro do próximo Benfica-FC Porto de domingo costuma apitar em cada clássico umas 36 vezes. É essa a média dos últimos seis jogos que conduziu entre as duas equipas. O apito ouve-se 36 vezes, o jogo pára 36 vezes, o ritmo quebra-se 36 vezes... também assim é impossível passar despercebido.

É claro que Lucílio Baptista, um setubalense que se lançou como juiz da bola em 1984, pode sempre argumentar que só apita o que os jogadores pedem, isto é, pode defender-se com o facto de os clássicos potenciarem a conflitualidade e ilegalidade. Mas no campo testemunha-se o contrário e percebe-se como um árbitro também pode jogar à defesa: há um cruzamento para a área, os jogadores disputam posições, a bola ainda não caiu na zona de acção e o árbitro já marcou falta, por um toque ou encosto qualquer. Claro. É mais fácil matar o lance do que julgá-lo na confusão.

Essa confusão é a maior adversária do árbitro, especialmente se ele não tiver tranquilidade para deixar o jogo chegar ao limite da lei. Os ingleses são apreciados por isso, os portugueses preferem precaver-se e defendem o equilíbrio. O ideal é apitar a meio-campo, longe da baliza, e se de um lado houver um penálti o mais certo é aparecer uma compensação no outro. Sempre com o apito a funcionar. Na final da Taça de Portugal de 2004 (vitória 2-1 do Benfica de Camacho, no prolongamento, frente ao FC Porto de Mourinho), Lucílio Baptista soprou 49 vezes; em 2003, num jogo de campeonato (2-0 para os dragões), foram outras 47. Este século, Lucílio Baptista não fez um Benfica-FC Porto por menos de 35 faltas (2006).

OLHOS PARA QUE TE QUERO É preciso estar em forma para soprar tanto, correr e respirar ao mesmo tempo e aí o colega de treino de Bruno Paixão não perdoa. Lucílio Baptista faz os seus exercícios com os colegas setubalenses em Corroios mas também é visto nas suas corridas privadas pelo Estádio Universitário, em Lisboa, cidade onde está o banco que lhe dá emprego. Um dos seus passatempos preferidos é esses mesmo, o jogging, mas também se atira à natação. Para descansar gosta de fotografia, filmes e leitura, e sempre a olhar ao que come. Agora, após a tal dieta, a cintura dos calções entra-lhe barriga dentro e está mais ágil do que nunca, tão leve que andou de lado quando Pedro Silva, do Sporting, lhe encostou o peito no final da Taça da Liga, em Março, num dos mais polémicos jogos da carreira. Tão polémico que o árbitro foi à televisão assumir erros cometidos em prejuízo dos leões (único título do Benfica de Quique Flores) e garantir que aquele encosto não foi nada. Expliquemos: Lucílio apita muitas faltas mas tem critério mais largo para os incidentes que deveriam ser mencionados no relatório de jogo. Num célebre Boavista-Benfica de 2008, os encarnados queixaram-se de dois penáltis e a imprensa escreveu que Rui Costa o abordou de forma imprópria à porta do seu balneário. No relatório a conversa foi descrita como normal.

A nomeação de Lucílio Baptista não deve ter caído bem na Luz (depois do jogo no Bessa, Luís Filipe Vieira foi suspenso dois meses devido às críticas ao árbitro) ao mesmo tempo que no Dragão se torce o nariz à imagem de caseiro da homem em questão. Nada está garantido, o jogo até pode ser tranquilo e isento e casos, mas terá muito provavelmente um número de faltas acima do normal. E de cartões. Nos dois jogos que apitou no Euro'2004, Lucílio Baptista dividiu 18 cartões pelo Suíça-Croácia e pelo Bulgária-Dinamarca e, por alguma razão, daí par cá nunca mais trabalhou num evento de topo. Azar dos azares, para manchar a imagem, ainda viu o seu nome envolvido nas escutas do CalcioCaos, o maior escândalo recente do futebol italiano. Quem apita tanto acaba por ouvir-se em todo o lado.

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