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14 setembro 2010

El Conejo é o rei da champions

Há nove anos, enquanto o Benfica nem a UEFA jogava - tinha ficado em sexto lugar na temporada anterior -, um jovem avançado argentino marcava, pelo Barcelona, o seu primeiro golo na Liga dos Campeões: Saviola, evidentemente. Hoje, esse jovem argentino, não tão jovem, mas ainda assim com apenas 28 anos, é talvez a esperança maior dos encarnados neste seu regresso à elite do futebol europeu, que amanhã os coloca diante dos israelitas do Hapoel de Telavive. Ele que é também o jogador do Benfica mais experimentado na Liga dos Campeões, com 40 partidas disputadas - tem sozinho mais do que muitos colegas juntos.

Nessa noite de 18 de Setembro de 2001, Saviola apontou o primeiro de 15 golos na liga milionária - que foi também o primeiro com a camisola blaugrana - aconteceu frente ao Fenerbahçe, em Istambul, na Turquia. Saviola entrou em campo aos 56', substituindo… Geovanni. Esse mesmo, o avançado brasileiro que mais tarde, entre 2002 e 2006, também representou o Benfica. "Lembro-me bem desse jogo com o Fenerbahçe. E o golo que o Saviola marcou foi na cara dele. Teve ali uma bola morta e não perdoou. Ele é assim mesmo. É um grande finalizador. Se ele fica na cara do golo, ele não falha, não tem jeito de ele errar. É muito eficaz e isso é essencial numa competição como a Liga dos Campeões", afirma Geovanni a O JOGO.

A mesma convicção tem Carles Rexach, lenda viva do Barcelona que à data era o treinador principal do conjunto blaugrana e, por isso, foi o responsável pelo lançamento do camisola 30 dos encarnados na principal competição de clubes. Para Rexach, ter sucesso numa prova com a dimensão da Liga dos Campeões depende de futebolistas da qualidade de Saviola. "Ele é um jogador fundamental no Benfica e em qualquer equipa onde jogue. Lancei-o tinha ele acabado de chegar da Argentina, era um jovem, vindo de uma realidade diferente daquela a que estava habituado, mas logo mostrou o seu potencial. Esse foi o seu segundo jogo na Liga dos Campeões, mas no primeiro [com o Bayer Leverkusen] só tinha jogado uns minutos. Estava a lançá-lo aos poucos e ele marcou logo. É um fenómeno", frisa o antigo técnico dos blaugrana, entretanto retirado da actividade, também em declarações a O Jogo.

Geovanni, que chegou a disputar a Liga dos Campeões também pelo Benfica - em 2005/06, na excelente campanha das águias que só terminou já nos quartos-de-final, aos pés do Barcelona (que viria a vencer a competição) -, lembra a maturidade que o internacional argentino tem hoje é um trunfo para os campeões portugueses neste seu reencontro com a Liga dos Campeões. "O talento dele é nato, mas, como qualquer futebolista, também cresceu e evoluiu. E isso pode ajudá-lo a ter um rendimento bem significativo", indica o agora futebolista do San Jose Eartquakes, dos Estados Unidos. "O Saviola tem uma coisa que é muito difícil encontrar num jogador: ele tem o dom do golo. Se o treinador lhe der moral e carinho, ele é capaz de render muitíssimo, como já se viu no campeonato português na época passada. E ele vai mostrá-lo uma vez mais na Liga dos Campeões, estou plenamente convencido disso", assegura Rexach.

30 dezembro 2009

Ninguém oferece tanto como ele


Por Bruno Venâncio in O Jogo

Um suplente que vale ouro. Fábio Coentrão, apesar de apenas ter sido titular em quatro jogos no campeonato (foi utilizado em 12), leva já seis assistências para golo e é, neste capítulo, o líder da Liga Sagres. Estes números ganham ainda maior relevo se pensarmos que, na época passada, ele fez apenas duas nas 16 partidas em que actuou pelo Rio Ave. Mas há mais dois benfiquistas em destaque neste ranking: Aimar (com cinco assistências) e Di María (com quatro). Curioso é o facto de, nos oito mais, não figurar nenhum jogador do líder Braga nem do Sporting.

Fábio Coentrão ganhou, com Jorge Jesus, um lugar no plantel encarnado. Depois de duas épocas a rodar (no Nacional, na segunda metade de 2007/08, e no Saragoça e no Rio Ave, na época passada), o extremo apresentou-se na última pré-temporada com mais experiência e, acima de tudo, muito mais maturidade. Apesar de não ter conquistado a titularidade, que já estava destinada a Di María, Coentrão ganhou espaço no seio da equipa e no coração dos adeptos, fruto das boas exibições e das declarações de entrega à causa benfiquista, expressas em entrevista concedida a O JOGO onde assegurava já ter ultrapassado a fase em que sofria pelo Sporting.

Passou a ser a primeira opção para sair do banco, o que aconteceu logo na primeira jornada, frente ao Marítimo, quando aos 17' entrou para o lugar do lesionado Carlos Martins. O jovem deu conta do recado e, de livre, acabou por assistir Weldon para o golo do empate. Nas três jornadas seguintes, Coentrão não parou de oferecer golos aos colegas. Em Guimarães, entrou na segunda parte e bateu, já nos descontos, o livre a que Ramires respondeu com um cabeceamento certeiro para a vitória. Depois, na goleada caseira sobre o Setúbal, entrou aos 64' e fez o cruzamento para o último golo dos encarnados, apontado por Nuno Gomes. E, em Belém, voltou a entrar a meio da segunda parte e a fazer um passe mortífero, desta feita para Ramires, no último golo do jogo.

Depois de três jogos em branco, foi adaptado pela primeira vez a lateral-esquerdo, devido a lesão de César Peixoto no aquecimento, e cumpriu na perfeição a defender… mas também no ataque, servindo Cardozo e Saviola para os dois primeiros tentos da equipa na goleada ao Nacional. Desde então não mais logrou fazer um passe para golo, mas continua a liderar a tabela dos oito melhores assistentes da Liga.

As seis assistências confirmam a influência de Coentrão no desempenho atacante dos encarnados, apesar da condição de suplente. De resto, o extremo até já se estreou pela Selecção Nacional, no encontro disputado na Luz, frente à Bósnia, a contar para o play-off de apuramento para o Mundial'2010, e acalenta agora a esperança de ser um dos eleitos para a fase final, na África do Sul.

Assistentes: "os 8 mais"

FÁBIO COENTRÃO (Benfica) 6

AIMAR (Benfica) 5

MARCINHO (Marítimo) 5

RÚBEN MICAEL (Nacional) 5

BELLUSCHI (FC Porto) 4

DI MARÍA (Benfica) 4

DJALMA (Marítimo) 4

FALCAO (FC Porto) 4

22 dezembro 2009

16 anos à espera de um Natal assim


Por
Bruno Venâncio in O Jogo

O Benfica vai entrar em 2010 com quatro pontos de avanço sobre o FC Porto, depois da vitória caseira de domingo sobre os dragões. Em si, este facto não é muito relevante. O que é surpreendente é a quantidade de tempo que passou desde a última vez que os encarnados conseguiram ultrapassar o Natal com uma superioridade pontual sobre os dragões tão grande como a desta época: foi há exactamente 16 anos, em 1993/94, ano de... título para o Benfica. Pode ser um bom prenúncio para o que falta desta época.

Com Toni ao leme de uma equipa que tinha, como grande figura, João Vieira Pinto, o Benfica chegou ao fim do ano com 23 pontos, mais cinco que o FC Porto, mas também mais um jogo disputado. As vitórias, no entanto, valiam apenas dois pontos nessa altura, pelo que, se valessem três, como acontece hoje, o Benfica teria os mesmos 33 pontos que contabiliza neste momento, contra 24 do FC Porto, que, mesmo ganhando o jogo em atraso, ficaria a seis dos encarnados. Curiosamente, o Benfica tinha as mesmas dez vitórias, três empates e apenas uma derrota que regista neste momento.

Depois dessa época, apenas por uma vez os encarnados conseguiram terminar o ano à frente dos dragões: foi na temporada passada, durante o consulado de Quique Flores. Aí, o Benfica contava, à 12ª jornada, 26 pontos, mais dois que Leixões e FC Porto. Vantagem que acabaria por ser anulada pelos azuis e brancos no decorrer da época.

Curiosamente, na época do último título encarnado o Benfica entrou no novo ano com menos um ponto que os dragões, ao fim de 15 jogos. A equipa comandada por Giovanni Trapattoni dividia o segundo lugar com o Sporting. O Benfica haveria de conquistar o título, terminando a época com mais três pontos que os dragões.

08 dezembro 2009

Há 45 anos que não havia uma dupla assim


Por Bruno Venâncio in O Jogo

A dupla formada por Cardozo e Saviola tem-se mostrado insaciável e chega ao início de Dezembro com registos imbatíveis nos últimos 45 anos no Benfica. Juntos, o paraguaio e o argentino somam 31 golos. E é preciso recuar até 1964/65 para encontrar números melhores a 6 de Dezembro, data do último jogo oficial dos encarnados. A proeza foi conseguida por Eusébio e José Torres, que chegaram a esta altura da temporada com 35 golos. Números que não espantam, já que se tratam do primeiro e quarto melhores marcadores da história do clube, com 473 e 226 golos, respectivamente.

No domingo, frente à Académica, Saviola e Cardozo confirmaram a tendência para bater recordes. Com o hat trick apontado, o paraguaio passou a contabilizar 19 golos em todas as competições, 14 dos quais no campeonato - ultrapassou o total da época passada, em que chegou aos 17. El Conejo não apresenta uma contabilidade tão estratosférica, mas já leva 12 golos marcados. Juntando os números dos dois, verifica-se que 54 por cento dos 57 golos feitos pelo Benfica de Jorge Jesus foram entregues pela temível dupla sul-americana.

Em 1964/65, Eusébio chegou ao final da temporada com 48 golos apontados em todas as competições, o que contribuiu muito para a Bola de Ouro que lhe foi atribuída pela revista France Football para melhor jogador europeu. José Torres, o bom gigante do ataque, marcou 35. Números muito significativos, mesmo para um ataque que chegou ao final da temporada com a impressionante marca de 157 golos marcados nos 46 jogos disputados em todas as competições. Nesta temporada, o Benfica chegou à final da Taça de Portugal (que perdeu por 3-1 para o Setúbal) e à da Taça dos Campeões Europeus, conquistada pelo Inter de Milão com um triunfo por 1-0.

Nos últimos 10 anos, o melhor que os avançados encarnados conseguiram foi, por três vezes, atingir os 17 golos a 6 de Dezembro. Primeiro em 00/01, com a dupla constituída por Van Hooijdonk e João Tomás; depois em 2004/05, época do último título encarnado, com Simão e Nuno Gomes a assumir as despesas atacantes; e por último, na época seguinte, com os protagonistas a manterem-se, embora aqui o actual capitão encarnado tenha chegado ao final da temporada à frente de Simão.