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10 maio 2011

O exagero de chamar ruinosa à época do Benfica

Segundo lugar no campeonato, meias-finais da Taça de Portugal e da Liga Europa e conquista da Taça da Liga significam uma época desastrosa, como se apregoa? Não me parece. Diria mesmo que é a terceira melhor temporada da década, só ultrapassada pelas duas em que o Benfica se sagrou campeão nacional.

Percebe-se a frustração dos benfiquistas com a eliminação europeia aos pés do Braga, que nas contas caseiras ainda tem muito que pedalar na história para ter o nome do Benfica. Mas que outra equipa no mundo classificaria de ruinosa uma época como esta?

Os objectivos principais falharam, é certo. Ou melhor: o objectivo principal - revalidar o título nacional - falhou. E falhou de forma retumbante, com direito a festa do principal rival em pleno Estádio da Luz. A Taça de Portugal, segundo objectivo por natureza, falhou como falha muitas vezes, mas é certo que nem sempre (e cá estamos de novo) com o Porto a festejar a passagem à final no Estádio da Luz à custa do Benfica. A Supertaça foi idem aspas, mas em Aveiro. A derrota de Braga, ainda por cima com o Porto a qualificar-se também para Dublin, é a cereja no topo deste bolo de frustrações - tivesse ela acontecido com um Villarreal qualquer e rapidamente se transformava o desastre em vaidade pela chegada à semifinal.

O que começou por ser um problema de expectativas (agravado com um discurso algo irresponsável no que respeita à Europa), terminou num problema de honra e orgulho feridos. E por isso tudo parece pior, nomeadamente Jorge Jesus e o futebol que conseguiu pôr a equipa a praticar nos últimos dois anos.

O Porto funciona, para o Benfica, como o próprio Benfica para o Porto e para o Sporting: perder é sempre muito mau, mas torna-se horrível quando se perde para aquele adversário em concreto. Repare-se, por exemplo, como quatro segundos lugares consecutivos, adocicados com Taças de Portugal e Supertaças, ficaram nos registos do imaginário sportinguista como um bom período da equipa. E como Paulo Bento só foi despedido quando o apanharam atrás... do Benfica. Ou como o Porto reagiu muito pior aos títulos perdidos em 2005 e 2010 (para o Benfica) que em 2000, 2001 e 2002 (para Sporting e Boavista).

Ganhar um ou dois campeonatos de forma esporádica custa muito, é trabalhoso e justifica festa como se não houvesse amanhã. Mas há. E manter a veia ganhadora por largos períodos consecutivos custa muito mais e é muito mais raro. O Sporting fê-lo nos anos 40 e 50, o Benfica foi hegemónico nas décadas de 60 e 70, o Porto tomou as rédeas do futebol português desde a segunda metade dos anos 80. E não está com ar de querer largá-las. É este o grande problema do Benfica.

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