Para todo e qualquer benfiquista, os tempos não têm sido fáceis. A equipa que incondicionalmente apoiamos volta a fazer jus à frase do grande João César Monteiro, que, perguntado como andava, respondia como o Benfica, arrastando-se pelos relvados. Este arrastão vermelho tem duas nuances: uma, física, bem visível no estado agonizante que se lhe dá depois dos primeiros dez minutos de cada jogo em que entra - a equipa está de rastos; outra psíquica, que faz com que esta época do Benfica, analisada ao primeiro dia de Maio de 2011, se prepare para entrar na História do clube, tornando-se absolutamente inesquecível. Sempre que se referirem os Campeões de 2009-2010, gerações e gerações de benfiquistas lembrar-se-ão do que se passou no ano seguinte. Do ano em que copiosa e incompetentemente nos tornamos um saco de porrada do F. C. do Porto, conseguindo a proeza de perder um troféu, um campeonato em casa, uma taça com o requinte de uma reviravolta épica e de apanhar uma cabazada monumental. Se nas três primeiras vezes, intercaladas por uma vitória no Dragão que a História acabou por tornar irrelevante, se admite um, dois ou três azares (já que estes raramente vêm sós) a quarta vez demonstra precisamente que resultados trazem as casmurrices consecutivas, as más apostas e a incapacidade de motivar uma equipa pelos seus pergaminhos, dever moral e honorabilidade. Sim, já o escrevi e repito: o Benfica, se quer ter futuro, precisa de um departamento de História, de importância estratégica tão grande como o Marketing.
Aqui chegados, o Benfica vê-se entre o abismo e o passo em frente: ou não consegue sequer gerir uma vantagem magra alcançada a ferros contra o Braga e, desta feita, é ingloriamente eliminado da final da Liga Europa ou, gerindo-a, consegue o apuramento e vai a Dublin defrontar o F. C. do Porto naquele que será o encontro mais indesejado de todos os tempos por todo e qualquer Benfiquista que não seja, também ele, um adepto ferrenho da literatura de Leopold von Sacher-Masoch.
Posto isto, e armando-me em Agostiniano de bancada, resta-me ir acreditando no que vou vendo. E congeminando, nas crónicas que se seguem até ao fim desta temporada agonizante, uma análise à época calamitosa e autofágica do Benfica bem como uma abordagem aos cinco desafios essenciais do Benfica para o futuro que se avizinha. É que os ventos, decididamente, não correm de feição, por muito que custe a crer a alguns de nós.
[Adenda: já depois de ter alinhavado estas palavras, o Benfica deixou-se empatar com a Olhanense. Nada de anormal no decurso do ano: a Robertada do costume é já uma imagem de marca deste medíocre Benfica e, claro está, um incentivo aos adversários para acreditarem até ao fim. O que choca verdadeiramente é a desculpabilização patética que o treinador do Benfica faz não só à falta de agressividade da equipa, mas também ao pior titular de todos os tempos das redes vermelhas (Bossio foi quase sempre suplente), passando a toda a massa adepta, crítica e directiva um atestado de incompetência que devia ser endossado ao actual número 12 da equipa do Benfica. Neste ponto, só não compreende e só não age quem decididamente não o quer fazer.]
Aqui chegados, o Benfica vê-se entre o abismo e o passo em frente: ou não consegue sequer gerir uma vantagem magra alcançada a ferros contra o Braga e, desta feita, é ingloriamente eliminado da final da Liga Europa ou, gerindo-a, consegue o apuramento e vai a Dublin defrontar o F. C. do Porto naquele que será o encontro mais indesejado de todos os tempos por todo e qualquer Benfiquista que não seja, também ele, um adepto ferrenho da literatura de Leopold von Sacher-Masoch.
Posto isto, e armando-me em Agostiniano de bancada, resta-me ir acreditando no que vou vendo. E congeminando, nas crónicas que se seguem até ao fim desta temporada agonizante, uma análise à época calamitosa e autofágica do Benfica bem como uma abordagem aos cinco desafios essenciais do Benfica para o futuro que se avizinha. É que os ventos, decididamente, não correm de feição, por muito que custe a crer a alguns de nós.
[Adenda: já depois de ter alinhavado estas palavras, o Benfica deixou-se empatar com a Olhanense. Nada de anormal no decurso do ano: a Robertada do costume é já uma imagem de marca deste medíocre Benfica e, claro está, um incentivo aos adversários para acreditarem até ao fim. O que choca verdadeiramente é a desculpabilização patética que o treinador do Benfica faz não só à falta de agressividade da equipa, mas também ao pior titular de todos os tempos das redes vermelhas (Bossio foi quase sempre suplente), passando a toda a massa adepta, crítica e directiva um atestado de incompetência que devia ser endossado ao actual número 12 da equipa do Benfica. Neste ponto, só não compreende e só não age quem decididamente não o quer fazer.]
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