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09 fevereiro 2011

Argentina e Argentina


Antes do jogo de hoje à noite, falemos das mais recentes felicidades argentinas. No relvado do Bonfim, do lado direito, ainda longe da zona dos perigos convencionais, Saviola espreita o horizonte e toma a decisão. Sem parar, levanta a bola com o máximo de força para o lado contrário. Tanta força que acaba por rodar sobre si próprio como um daqueles bonecos de subbuteo que havia nos anos oitenta da nossa infância, nem vê o belo arco diagonal do passe que acaba de fazer. Quando os olhos voltam ao mesmo sítio, já a bola está a chegar à chuteira do miúdo. Que momento maravilhoso, Nico, que magnífico centésimo, que instante flamejante.
Em vez de se pôr o problema de como receber a bola, em vez de pensar “dentro da caixinha”, em vez de se perder num qualquer clichê confortável, o craque número 20 do Glorioso pensa pela própria cabeça e espanta da melhor maneira. Receber a bola? Não, atacá-la, reencaminhá-la. Não deixa sequer que o esférico desça ao chão mortal. Abre os braços como que se preparando para voar e, com um simples toque - a chuteira esquerda esticada, apontando o caminho -, faz a história desenrolar-se para o golo. Palmas, palmas, caros amigos. Por favor, repitam comigo: Osvaldo Nicolás Fabián Gaitán.
Mas o domingo em Setúbal ainda teve mais Argentina. Com três nomes apenas se anuncia a outra maravilha benfiquista no Bonfim: Franco Daniel Jara. Na repetição, até parece fácil. Uma tabela com o lateral Maximiliano, a bola devolvida pelo ar, um tudo-nada para trás. Um problema? Não, problema é não enfrentar os problemas com boa cara e melhor imaginação. Num movimento de dança que Fred Astaire, Mikhail Baryshnikov e Edson Arantes do Nascimento não desdenhariam, o argentino número 11 do Benfica sobe pela escadaria de ar que dá para o sonho e, o quê? como é que é possível?, chuta. Sem força a mais nem alma a menos, no ponto perfeito: a bola aconchegadinha nas redes, toda contente. Viva, iupi, uma ovação para o futebol-arte.
Belos golos, grandes momentos, sim. Mas, sem querer ser desmancha-prazeres: o Benfica não tem de jogar mais, ainda mais, muito mais?
Hoje à noite, a Argentina está do lado de lá, bem sei. Mas a questão permanece, no futebol e fora. Seremos capazes de juntar um verdadeiro jogo de equipa à alegria dos nossos craques? Acções concretas às belas palavras? A força transformadora do sonho ao “sangue, suor e lágrimas” dos tempos difíceis?

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