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07 janeiro 2011

Benfica. E se Salvio fosse a cara-metade de Saviola?

Saviola

Quando El Conejo precisa de um par para dançar não olha a nomes. Só ao jeito

Saviola tem um problema com o tango: não gosta dele. Não é que seja contra a dança em si, porque até se ajeita com os ritmos modernos do reggaeton; não, Saviola não pode com o tango, como muitos miúdos portugueses não podiam com o fado até ele lhes entrar pele dentro – El Conejo acha todo aquele espectáculo de dois corpos juntos, onde um comanda e o outro obedece, apenas aborrecido e ultrapassado. É estranho, talvez irónico, que um tipo que vive a vida entre alianças e trocando de parceiros dentro de campo não goste da cumplicidade de um tango argentino.
Saviola é um daqueles avançados que preferem passar uma tarde acompanhados, entre dois dedos de conversa de chacha, do que estarem entregues a si, sozinhos. Como ele, há alguns: Liedson, Rooney, Benzema, Villa ou Tevez; ao contrário dele, Jardel, Trezeguet ou Drogba. A diferença está entre quem prefere fugir aos centrais e quem gosta de estar metido no meio deles. E Saviola não é nada esquisito no que toca ao comparsa: alto (Cardozo), baixo (Jara), médio (Aimar) ou extremo (Di María), tanto lhe faz. Ele quer é ter alguém com quem trocar umas tabelinhas. Mas esse alguém também tem de ser capaz de o fazer: não é para quem quer, mas para quem pode. Por isso, quando Cardozo andou perdido por lesão, a produção de El Conejo foi irrisória – por mais que se esforce, Kardec não é tipo para o toma lá dá cá. E quando o Takuará voltou em grande, Saviola reencontrou-se à Beira-Mar (3-1, em Aveiro, bis de Cardozo e um de Saviola). "A dupla maravilha está de volta", disse Jesus. Nos jogos que se seguiram e em que ambos coincidiram (Olhanense, Schalke, Sporting de Braga e Rio Ave), Saviola fez quatro golos.
Não digam que é por causa do tempo e de que o que ele gosta mesmo é do Natal, porque nunca marcou por estações – o Agosto de 1999 do River Plate rendeu-lhe sete golos; o Setembro de 2000 do River, seis; o Abril do Barcelona de 2002, outros seis; e o Maio do Barça de 2003, cinco. O rendimento de Saviola não depende só dele mas da sua cara-metade. E Salvio preenche-lhe as medidas.

Salvio

El Toto tinha ginga nos pés mas faltava-lhe acertar os passos na defesa

O destino de Eduardo Antonio Salvio foi-lhe traçado pela imprensa argentina quando marcou dois golos ao Argentinos Juniors pelo Lanús. Acabado de ser promovido aos seniores da equipa de Buenos Aires, Salvio nem tempo teve para realizar o que se passava à sua volta: no quarto jogo à séria da sua vida, viu-se elevado à condição de menino de ouro do futebol argentino. Tinha 18 anos, um país aos seus pés e a Europa à espera dele. "Ele é fantástico e os fantásticos como ele não duram muito neste país", disse o superveterano Ariel Ortega.
O salto para o Velho Continente não demorou muito: em Janeiro de 2009 o Atlético passou um cheque de 10 milhões de euros e trouxe-o para Madrid. Aterrou como grande promessa mas a juventude, a pressão e a concorrência levaram a melhor sobre o talento puro. Como quase todos os sul-americanos, veio carregado de ilusión e de vícios que tinham de ser vencidos – Salvio não sabia o que era defender e isso custou-lhe um lugar naquele 4x4x2 aberto de Quique, onde os extremos como ele são obrigados a ter olhos abaixo da testa e na nuca. Passou os seis meses apenas com um momento alto (dois golos ao Tenerife) para contar; e regressou do Verão com uns quilos a mais para atacar 2010/11. Uma vez mais, o destino foi-lhe traçado pela imprensa. A espanhola, que o pôs na lista "a emprestar". O Benfica acercou-se, inteirou-se das condições e garantiu um empréstimo no mínimo carote: 2,5 milhões por um ano.
Na Luz, demorou a assumir-se como um futebolista válido – desajustado, lesionado e atrasado no momento de ajudar o defesa, Salvio foi aprendendo, garantia de Jorge Jesus. A história tem todos os condimentos para ser como a de Angel Di María, um extremo rápido, fogoso e virtuoso, mas com o seu quê de tonto na hora de definir a jogada. Agora, no lado direito, Salvio transformou-se de umas noites para as outras: a assistência para Saviola contra o Rio Ave, o bis frente ao mesmo adversário e o tiro diante do Marítimo fazem dele um rosto do Benfica. A meias com Saviola. Falta o resto, que é comprá-lo.

1 comentários:

E aí é que a porca torce o rabo. Penso que vai ser um parecido com o Ramires. Vamos ficar sem ele ao fim de um ano. E começar tudo de novo.

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