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04 novembro 2010

A HUMILHANTE VITÓRIA (ESPECIAL LIGA DOS CAMPEÕES)


A jornada dupla que o Benfica realizou esta semana – sexta versus Paços, ontem versus Lyon – motiva, da parte deste glosador, uma análise ritmada e tipificada de grandes verdades benfiquistas, ciente da compreensão profunda, porém contida, dos meus correligionários de clube.
Começando pelo jogo do Nacional Maior da Primeira Divisão (terminologia vintage da nossa primeira Liga), urge condensar a sua sistematização na obra de futebol arte com que o Professor Doutor Pablo Aimar brindou qualquer ser humano que goste ou diga que gosta de futebol. Nada mais, depois desta obra, há a dizer sobre este jogo. Tudo que se queira acrescentar é irrelevante. O deslumbrante golo vai directamente para uma monografia em que me encontro a trabalhar, chamada Para Uma Antologia do Futebol-Arte Benfiquista – Casos, Estudos e Teorias.
Passando, de imediato, para o jogo da Liga dos Campeões, urge começar pela sua qualificação dizendo, sem espinhas, que a vitória do por 4-3 sobre o Lyon foi a vitória mais humilhante de sempre do Benfica. O leitor mais sagaz avivar-me-á a memória com aquela, em 2004/2005, com que brindamos o Oliveirense por 4-1 para a Taça de Portugal, mas apenas após prolongamento e após colapso físico dos atletas de Oliveira de Azeméis, então a prestar contas na II Divisão. Porém, este jogo da Champions é pior. E é-o pelas seguintes e insofismáveis certezas que todos sentimos e poucos confessam, que passo a elencar:
a) mais vinte segundos de jogo e o Lyon empatava.
b) mais um minuto e vinte segundos de jogo e o Lyon ganhava.
Um sustento transcendental do que se escreve mora aos setenta e seis minutos de jogo, quando, após o 4-1, o enciclopédico Alexandre Albuquerque, nos pertinazes comentários com que ilustrava a transmissão televisiva, disse: “atenção que ainda há muito para jogar”. Estou profundamente certo que apenas o mencionado Albuquerque, eu e o meu primo Ricardo Pringle (que por sinal estava ao meu lado esquerdo a ver o jogo) sentimos que a profecia fazia todo o sentido e que o jogo, apesar de estar em quatro a um, ainda não estava ganho. Ora, sentir uma coisa destas num resultado destes é um pouco como aquele mestre japonês que vê uma borboleta a bater as asas em Quioto, liga para o primo na Carolina do Norte e lhe diz "vai para casa, Hidetoshi, que está aí a chegar um furacão": no caso benfiquista é algo que só está ao alcance de todos aqueles que, compreendendo a essência da melancolia benfiquista estão certos que este ano é ano dela. Limpinho.
Porém, e no negrume desta humilhante vitória, espreita um corolário que urge considerar: a descida à terra, o regresso à época 2010/2011. É que caso o Benfica-Lyon tivesse terminado como estava aos setenta minutos, seria um facto absolutamente indesmentível que a efervescência vermelha iria dizer, a), somos candidatos à Champions e, b), vamos ao Dragão cilindrar. Daí que no facto dúplice deste jogo ter acabado quando acabou e de ter acabado como acabou - com o regresso das Robertadas - resida a referida descida à terra necessária para encarar com realismo o jogo no Estádio do Dragão, ao qual conto assistir - tendo para tal procedido à feitura de um seguro de vida e um testamento - uma vez que sou portador de um bilhete falso (jamais conseguiria aceitar um convite e, claro, jamais compraria um bilhete aos seus proprietários).
Uma nota final em forma de dupla questão: o que é que passa pela cabeça de um atleta de 24 anos, que usufruirá por certo de um vencimento mensal superior a 60 mil euros, e que tem, portanto, a vida resolvida numa tenra idade, para, nos últimos segundos de um jogo importante, em que a sua equipa até estava a vencer por margem confortável, porém, não lhe correndo tudo de feição, deixou tal margem encurtar-se para valores perigosos, para, dizia, sair da baliza correndo que nem um prisioneiro perseguido por um cão raivoso a fugir em busca da liberdade, até ao limite da grande área para socar a bola, sendo que o mencionado atleta sabe-se portador de bastante insegurança neste tipo de jogadas – ou pelo menos terá lido algo a seu respeito sobre isso –, pelo que, considerando a sua idade, profissão, salário, características e desempenho, o melhor seria ter ficado quietinho no seu lugar uma vez que o jogo, como se disse, estava a cinco segundos do fim? E já agora, o que é que lhe passa pela cabeça para usar meias tipo collants?

2 comentários:

És Benfiquista? Post ridículo.

"Post ridículo" disse o calhau com olhos anónimo que vê mas não lê: "Este blog faz uma recolha sobre crónicas que são publicadas na imprensa e são artigos que discutem o nosso Benfica!
Como responsável pela colocação das crónicas, não significa que me identifique com todas elas, mas acho por bem coloca-las, afim de julgarmos o seu conteúdo e os seus autores.
Abraço e boas leituras!"
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