Por Miguel Góis in Record
Como os meus amigos se recordarão, na noite de 20 de dezembro - alguns minutos antes de Hulk e Sapunaru agredirem violentamente um elemento do público, que ainda hoje ninguém sabe como teve acesso à entrada dos balneários (uma explicação possível é o facto de, segundo o Conselho de Justiça, não haver seguranças privados nos estádios: apenas "elementos do público" que vigiam outros elementos do público) -, o Benfica ficou a quatro pontos do FC Porto. Desde essa altura, o clube da Luz só obteve vitórias, à exceção de um empate em Setúbal. Daqui resulta que, mesmo que o FC Porto tivesse vencido todos os seus jogos, estaria a dois pontos do Benfica. Ainda assim, Pinto da Costa revelou a Judite Sousa que, sem o castigo a Hulk, "não tenho dúvidas que estaríamos em primeiro lugar". Só concebo uma hipótese: Hulk marcaria golos de tão rara beleza que a FIFA autorizaria a Liga de Clubes a rever os critérios de pontuação e, a título excecional, conceder ao FC Porto seis pontos por vitória. Era estranho, sem dúvida. Mas isto é o futebol português: tudo pode acontecer.
E a prova é que, alguns minutos depois destas afirmações, o presidente do FC Porto, referindo-se à indemnização que vai pedir à Liga de Clubes, revela que "houve uma boa proposta para o atleta: só para ele eram 3,5 milhões de euros". Nesse caso, se Hulk ia ser transferido, como é que poderia vir a garantir uma melhor performance desportiva do FC Porto, a partir de Espanha ou Inglaterra? Só mesmo um jogador fantástico, que é o caso, conseguiria tal proeza,
Seja como for, este campeonato ficará para a história como a liga das desculpas. Daqui a uns anos, sentados numa esplanada com amigos, recordaremos a noite em que Domingos se queixou de um golo do Benfica "14, 15 segundos para lá do minuto de compensação". Ganhar assim tem, definitivamente, mais graça.
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