A três jornadas do fim da Liga Sagres há contas incontornáveis: o FC Porto não renovará o título; o Benfica precisa de quatro pontos para ser campeão; o Sp. Braga necessita de cinco pontos para aceder à pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Trocado isto por miúdos, se, sem mais, a equipa de Jorge Jesus ganhar ao Olhanense e empatar com o Rio Ave (ou vice--versa), na Luz, é campeã, não lhe fazendo falta os pontos que vai disputar ao Dragão, na penúltima jornada; e se o conjunto de Domingos Paciência empatar na Figueira da Foz e na Choupana, e superar, na Pedreira, o Paços de Ferreira, faz história, bate à porta dos milhões da Champions e, por tabela, relega o FC Porto para a Liga Europa.
O facto de olhar para cima, não tirando os olhos do líder, tem ajudado muito os arsenalistas a aguentar a pressão do FC Porto, numa altura em que a equipa de Jesualdo Ferreira já não cede pontos há cinco jogos.
Mas este campeonato ficará marcado pela onda vermelha que, do princípio ao fim, acompanhou, de norte a sul, a equipa do Benfica. Há vários anos que não se via uma adesão tão grande, catapultada pelas exibições dos pupilos de Jorge Jesus que conseguiram 70 pontos nas 27 jornadas disputadas, número que contrasta com os 65 pontos que, em 34 jornadas, renderam o título de 2004/05 a Giovanni Trapattoni.
Neste particular da movimentação popular, Coimbra também foi uma lição. Apesar do preço absurdo dos bilhetes, estiveram ontem a ver o Académica-Benfica 21.742 espectadores. Mais do que no Académica-Sporting e no Académica-FC Porto... juntos!
De facto, o Benfica (189 mil sócios em dia), que vai ultrapassar, na Luz, a cifra de um milhão de espectadores em jogos oficiais, acabou por ser levado, neste campeonato, ao colo pelos adeptos. A pensar no sucesso da indústria do futebol, esta é uma realidade que deve ser devidamente realçada.
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