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16 março 2010

Liga portuguesa. Uma espécie de fragilidade (financeira e não só)



Por Rui Catalão in ionline

O campeonato português tem fama de ser um dos melhores da Europa. No entanto, as estatísticas apontam noutro sentido. Somos, como classifica o Futebol Finance, "uma liga da 2.ª divisão europeia"

Quem vasculhar um pouco a história da Liga dos Campeões não terá grande dificuldade em perceber que Portugal tem várias páginas escritas com a palavra campeão. Os dois títulos europeus de Benfica e FC Porto deixam o nosso país muito bem cotado no ranking histórico da competição mais importante da UEFA - no sexto lugar - apenas atrás de Espanha, Itália, Inglaterra, Alemanhã e Holanda.
No entanto, a história do futebol prova igualmente que apenas os três grandes têm contribuído a longo-prazo para esta imagem de qualidade. Na verdade, a liga portuguesa está muitos furos abaixo das ligas de topo na Europa, entrando numa "2.ª divisão europeia", como explica o site "Futebol Finance".
Esta realidade pode ser explicada em seis pontos, sendo que a maior parte aponta sinais de fragilidade ao nosso campeonato:

Espectadores
Portugal surge em décimo numa lista de 53 campeonatos. Em 2008/2009, a média de espectadores nos estádios da primeira liga foi de 10.390, atrás de Bélgica, Rússia ou Escócia.

Receitas
Mais uma vez, o futebol português fica aquém das melhores ligas europeias. A UEFA, esclarece o artigo do "Futebol Finance", divide todas as ligas em cinco grupos (de acordo com as receitas): ligas de topo, grandes, médias, pequenas e micro. Portugal pertence ao segundo, ao lado de Áustria, Bélgica, Dinamarca, Grécia, Holanda, Noruega, Polónia, Roménia, Rússia, Escócia, Suíça, Turquia e Ucrânia. A média de receitas coloca o nosso campeonato no 11.º lugar deste ranking.

Salários
Outro indicador usado para comparar as muitas ligas é a percentagem das receitas que serve para pagar os salários dos jogadores. No caso português, esse valor ascende aos 57%. Apenas aqui surge na média, já que as ligas de topo gastam entre 52% e 71%.

Endividamento
Saber que Alemanha e França estão atrás de Portugal neste aspecto é logo um sinal alarmante. Duas das cinco maiores ligas europeias têm uma média inferior à portuguesa. O campeonato português é o quinto mais endividado da Europa.

Valor total dos jogadores
A UEFA estima que a liga portuguesa valha 555 milhões de euros, no que diz respeito aos passes dos jogadores. Se todos os campeonatos tivessem o mesmo número de equipas - 16 - Portugal seria sexto.

Venda de jogadores
Aqui somos campeões. Portugal vende mais do que todos os outros. A percentagem de receitas provenientes da venda de jogadores, indica o "Futebol Finance", chega aos 86%. Mas, neste caso, o primeiro lugar é sinónimo de uma necessidade constante de gerar receitas com transferências para manter uma certa estabilidade financeira.

Numa altura em que as competições europeias são cada vez mais uma máquina de fazer dinheiro - seja pelos prémios ou pelos ganhos de bilheteira e direitos de transmissão - o fosso entre os grandes e os mais pequenos tende a acentuar-se. O FC Porto, por exemplo, somou 13,5 milhões de euros só esta época na Liga dos Campeões.
Por outro lado, os clubes portugueses continuam sujeitos a um contrato de cedência dos direitos de transmissão - actualmente nas mãos da Sport TV (que é propriedade da Sportinveste Multimédia e da Zon Multimédia) - que limita em grande medida o potencial das receitas. Esta situação vai prolongar-se pelo menos até 2012/2013, altura que cessa o contrato. No caso de Benfica, FC Porto e Sporting (e até de outros clubes como o Sp. Braga ou o V. Guimarães) a negociação directa dos direitos de transmissão poderia trazer receitas adicionais.

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