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02 fevereiro 2010

O perigo das escolhas



Por Artur Agostinho in Record

Mesmo quem persiste na ideia de que o verdadeiro interesse do futebol reside nos erros de arbitragem, não pode ter ficado indiferentes ao que aconteceu no Estádio da Luz, na passada segunda-feira. Numa noite demasiado fria para o nosso gosto, mais de 50 mil assistiram a um jogo de futebol que não contava para nenhum campeonato. Havia, porém, algo mais - e muito importante - naquele Jogo contra a Pobreza que, só em receita de bilheteira, gerou qualquer coisa como meio milhão de euros. Estou a pensar na inigualável magia do futebol, no seu espírito solidário, em tudo o que de bom sabe transmitir, no momento certo - como foi o caso -. a quem vai a um estádio, não para participar numa "guerra" sem sentido mas num maravilhoso Hino à Amizade, à Fraternidade, ao Amor ao próximo.

Ofutebol não é incompatível com a beleza de um grande gesto humanitário. Muito pelo contrário. Quem assistiu àquele jogo por uma "causa maior", teve mais uma ocasião para "perceber" por que valeu a pena terem inventado o futebol e, também, a razão por que continua a ser importante lutar por um jogo sem truques e sem mentiras.

Registe-se que, além dos euros deixados nas bilheteiras pelos 51.312 espectadores, há que contabilizar o donativo de cada atleta participante e as diversas receitas televisivas. Sem falar num simpático "extra" disponibilizado pelos árbitros portugueses da Liga. Dir-se-á que tudo isto é apenas uma gota de água no enorme "oceano de necessidades" que aflige milhares de haitianos. Apesar de terem conseguido sobreviver à tragédia, são muitos os que ali perderam tragicamente, além de familiares e amigos, os parcos bens de que usufruíam e muitos dos sonhos que construíram com vista a um futuro melhor.

Não quero manchar o significado do 7.º Jogo contra a Pobreza, enumerando acontecimentos que foram notícia na última semana. Como diria o dr. Valter - meu antigo professor de Filosofia - naquele tom solene a que nos habituou, foram factos que constituíram "uma triste sucessão de sucessos sucessivos que se sucederam sucessivamente sem cessar". Alguns, apenas possíveis quando existe, de facto, uma crise de liderança na área do futebol. Tudo isto, a juntar a uma "cambalhota tecnológica" do sr. Blatter que surpreendeu tudo e todos. Finalmente, o presidente da FIFA admitiu (!) o recurso às novas tecnologias, mas apenas sobre a linha de baliza. E foi avisando que só depois do próximo Mundial, não fosse alguém pensar que se tinha assustado com a petição à AR.

Como o meu espaço está a esgotar-se, aproveito para uma curta história da vida real que proponho ao presidente JEB como tema de reflexão. "Um antigo político português - homem inteligente e muito culto - que desempenhou altas funções na governação do país era, quase sempre, mal sucedido quando tinha de fazer uma escolha. Se, por exemplo, tivesse de escolher um ministro e lhe apresentassem dez candidatos, sendo que nove eram, de facto, competentes e apenas um incapaz de desempenhar o cargo, o seu azar era tão grande que a escolha era exatamente neste que recaía."

1 comentários:

Artur Agostinho apesar de sportinguista é "um senhor"!
Grande "tacada" em JEB.
Abraço.

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