Por Santos Neves in A Bola
ESTÁ feito... o mais fácil. O Hertha de Berlim, agora só um bocadinho menos mau do que quando ficou em 2.º lugar, atrás do Sporting, no grupo de qualificação para esta fase da Liga Europa, não tinha nem leve hipótese de se impor ao Benfica. Em casa, aproveitou autogolo de Javier Garcia e subsequente engasgadela benfiquista para até parecer que poderia desfazer a igualdade com golo vindo de mérito próprio... Rumo à Luz, o treinador do Hertha mostrou faceta humorista: "2-2 chega-nos". Ainda se sonhasse com 0-1, admitindo acerto num remate e total êxito num ror de trancas a enervar Dí Maria, Saviola, Cardoso & Companhia... Mas taco a taco, marco eu, marcas tu, volto eu a marcar e tu também insistes... só num sonho tipo delírio, tal a diferença de categoria entre o líder português e o último na Alemanha. O Benfica atirou para o lado o seu autoconvencimento em Berlim — seguido por resignação com o empate — e pôs tudo em pratos limpíssimos. Luzindo com exibição categórica, brilhante nalguns períodos e com a eficácia de goleada, muita facilmente passou a fronteira para os oitavos-de-final. Era o que faltava assim não ser.
FALTA... o mais difícil. Com bem diferentes graus nessa dificuldade, tarefas europeias entregues ao Sporting e ao FC Porto.
O Everton melhorou (imenso!) face ao (recente) tempo em que levou 7-0 (2-0 + 5-0) do Benfica. Num ápice, livrou-se da zona negra da classificação inglesa, desatou a escalar lugares e, neste mês para si de ouro, até se deu ao espectacular luxo de vencer Chelsea e Manchester United! Logo, não seria preciso frisar quanto o actual Everton está acima do Hertha que veio a Alvalade e à Luz (no Sporting, 1-Hertha, 0, vi o pior jogo de futebol da minha vida!).
O penalty nos últimos minutos em Liverpool arrancado por Liedson e convertido por Miguel Veloso escancarou ao Sporting um janelão de oportunidade. Óbvio: absolutamente necessário haver esta noite um Sporting ressuscitado. Terá mesmo de ser uma noite de empolgamento, a raiva de tudo ou nada contra o terrível diagnóstico desde o início da temporada: morte lenta. Vamos lá ao enorme sopro de oxigénio capaz de tirar de profundíssima letargia o leão superfaminto de êxito.
UM golo. Só um golo. Eis o atraso do Sporting e a vantagem do FC Porto. Apesar disso, vida teoricamente ainda mais difícil para os portistas. Ao Sporting basta ganhar por 1-0 e o FC Porto por 1-0 não pode perder... Pior, para o tetracampeão campeão português: estará em casa do Arsenal, cuja cotação é muito superior à do Everton. Acresce que, para não variar, a bela equipa liderada por Arsène Wenger vê o tão ansiado título inglês a fugir-lhe. Logo, pois, por conseguinte, aposta a fundo na Liga dos Campeões... (Arsène Wenger: "Podemos ser campeões da Europa").
EM Londres estará um FC Porto que não só apresenta subida de rendimento, mas também conquistou reforço psicológico com os 5-1 ao Sp. Braga dando-lhe convicção de permanecer na corrida pelo quinto título nacional consecutivo. Sabe-se que o FC Porto, tal como o Benfica, coloca acima de tudo o objectivo de ser campeão... em Portugal (diferença de dimensão entre os clubes portugueses e os ingleses, italianos ou espanhóis). Mas este ainda não é o momento de fazer opção sobre intensidade de desgastes no entrechoque de duas competições.
A maturidade europeia do FC Porto, bem superior à de qualquer outra equipa portuguesa, dá-lhe potencial para derrubar o Arsenal. Nenhuma dúvida: o FC Porto quer mesmo esse feito! Vale muito prestígio e mais uma batelada de euros. E Jesualdo Ferreira tem feito gestão do plantel que lhe permite manter pleno gás para Alvalade... no imediato outro despique que lhe será crucial.
1 comentários:
E agora segue-se o Marselha... que me faz recordar o Glorioso Vata :D
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