Por Filipe Pedras in O Jogo
À entrada para o último terço da época, um dado salta à vista: as últimas equipas treinadas por Jorge Jesus conseguem ter ainda mais rendimento, na segunda volta, do que haviam tido na primeira. Até agora, o técnico tem apenas meia dúzia de temporadas completas no currículo e, das três primeiras (ver gráfico), é notória uma evolução para as últimas. Ao serviço de Belenenses e Braga, fez sempre mais pontos na segunda volta do campeonato. Portanto, cai por terra aquela teoria de que as equipas de Jesus "morrem" na segunda volta devido ao cansaço. Aliás, o treinador do Benfica garante que a equipa está "fresca como uma alface".
Diamantino Figueiredo integrou-se em equipas técnicas de Jesus durante quatro anos e meio - entre Setúbal e Belenenses - como treinador de guarda-redes e adianta que o segredo está na qualidade do técnico. "Ele evoluiu muito e está hoje a um nível mundial. Em termos de qualidade de treino, de preparação e de estudo pormenorizado, está num patamar muito elevado. Tem uma visão do jogo fora do normal. É um dom. Já no Belenenses, preparava coisas nos treinos que mais ninguém fazia", explica a O JOGO.
Figueiredo acrescenta que "nesta gestão entra muito, muito trabalho de laboratório", na Luz conseguido através do LORD (Laboratório de Optimização do Rendimento Desportivo): "Se já no Belenenses era assim, imagino no Benfica... O Jesus sabe tudo sobre os jogadores, pede análises e afins regularmente, e depois gere o esforço de cada um individualmente. Todos são estudados ao pormenor. Ele sabe quando um jogador está em fadiga ou perto disso, e é extremamente cauteloso com esses aspectos. As boas equipas são aquelas que conseguem manter a intensidade de jogo, e o segredo das boas segundas voltas é esta gestão, feita sempre em sintonia com os médicos e todos os outros técnicos."
Para além da "constante actualização" de Jesus, há outros factores que ditam a franca melhoria nas segundas rondas. "Num Belenenses ou num Braga, há 18/19 jogadores de valor semelhante e, no Benfica, ainda mais. Logo, com a sua qualidade em termos de potenciar o trabalho da vasta equipa que o rodeia, ele vai gerindo o esforço dos jogadores de forma a que a intensidade de jogo da equipa se mantenha", remata o treinador de guarda-redes.
Guarda-redes "bem geridos"
Jorge Jesus definiu uma estratégia não estanque entre os guarda-redes: Quim para a Liga Sagres, Júlio César para a Liga Europa, e Moreira para a Taça de Portugal. Na Taça da Liga, já jogaram os três, o mesmo acontecendo na Liga Europa, embora Quim e Moreira só tenham feito um jogo nesta competição. E para o antigo treinador de guardiães de Jesus, Diamantino Figueiredo, esta gestão "tem sido bem feita". "Tem dado certo até agora, e isso é importante. Os resultados têm aparecido e, também nesse capítulo específico dos guarda-redes, creio que o Jorge Jesus e a restante equipa técnica têm trabalhado bem", concretiza.
2 comentários:
por alguma razão é que o Benfica este ano quase que não tem tido jogadores lesionados... e só espero que assim continue até ao fim :D
Pela lógica, um treinador que em equipas de "suposta qualidade inferior" consegue bons resultados, então numa equipa com a qualidade da do BENFICA, a fasquia da qualidade do trabalho eleva-se... mas o futebol já demonstrou que pouco tem a ver com lógicas.
Mas até neste aspecto o JJ tem sido exemplar, e segue a lógica.
BENFICA a melhor equipa do mundo!
Ps.: Murcon, andas puff... (desaparecido?!??)
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