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11 dezembro 2009

Eusébio: "Até o guarda-redes deles veio cumprimentar-me"



Por Rui Tovar in ionline.pt

Há 35 anos, o Pantera Negra marcou o melhor golo da sua carreira. Eleito por ele mesmo. Foi ao La Chaux-de-Fonds

Eusébio da Silva Ferreira. O tempo não vai conseguir apagar este nome. À conta dele, Portugal é conhecido em todo o mundo. Por causa dele, a história do futebol nacional mudou radicalmente.

Quando chegou a Portugal, em 1960, o Sporting era rei e senhor, com nove campeonatos nacionais contra sete do Benfica. No reinado de 15 épocas do Pantera Negra, o Benfica sai fortalecido, com 11 campeonatos e cinco Taças de Portugal, mais duas Taças dos Campeões, e deixa a concorrência para trás - o Sporting, nesse mesmo período, só ganhou quatro campeonatos e outras tantas Taças de Portugal. Em 1975, quando Eusébio abandona o clube da Luz, o Benfica é o clube de Portugal mais admirado em todo o lado, situação que ainda persiste nos tempos que correm. Para evidente dor de cotovelo dos rivais.

E, atenção, que o cotovelo foi uma das poucas partes do corpo com que Eusébio não marcou nenhum dos seus 727 golos dos 715 jogados ao longo da magnífica carreira. O pé direito foi a maneira mais comum que o avançado português encontrou para se expressar diante da baliza e é dele (pé direito) que hoje falamos para descrever o seu melhor golo. Eleito pelo próprio.

OCORRÊNCIA Foi a 9 de Dezembro de 1964, quando o Benfica goleou 5-0 os suíços do La Chaux-de-Fonds para a 2.ª mão dos oitavos da Taça dos Campeões.

Aos 52 minutos, já com 2-0 no marcador, um lançamento de Cruz encontrou Eusébio. Este dominou a bola com um pé e com o outro passou-a por cima (o vulgo "cabrito") do central Koisard, depois sobre o lateral esquerdo Deforel e rematou de forma fulminante à entrada da área - tudo isto sem deixar a bola cair no chão.

"Foi o meu melhor golo, sem dúvida. Mantenho essa opinião desde que o marquei e não a alterei depois disso", garante Eusébio ao i, devidamente sustentado pelos seus companheiros de então, como Simões. "Aquilo foi uma obra de arte. Só mesmo quem viu é que pode vibrar com essas memórias. Mas, na altura, os jogos não davam na televisão e o mediatismo era mais pelos jornais."

CONCORRÊNCIA De volta a Eusébio. "É um golo inesquecível porque o guarda-redes [Eichmann] veio cumprimentar-me logo a seguir e disse-me que nunca teria defendido aquela bola." Depois, a piada oportuna: "Não me posso envergonhar do adversário. Foi o último jogo deles na Europa."

É verdade, sim senhor. O La Chaux-de-Fonds só fez seis jogos na Europa, dois deles em Portugal (0-5 em Matosinhos com o Leixões em 1961), e está actualmente na 2.a divisão suíça. Mas na 1.ª do pé direito de Eusébio.

1 comentários:

Já vi e revi essas imagens um sem numero de vezes, mas cada vez que vejo é um sentimento de orgulho indiscritivel :)

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