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11 dezembro 2009

Meias verdades


Por João Gobern in Record

Pelos insondáveis desígnios da sorte e do sorteio, traduzíveis na sua chegada ao comando do Atlético Madrid e ao calendário da Liga dos Campeões, Quique Flores voltou às páginas da Imprensa portuguesa - por razões de profissão. Seria quase inevitável desafiá-lo a falar da temporada do Benfica - e assim se fez. O técnico espanhol explicou o salto da equipa em que trabalhou com "a qualidade dos reforços". Ninguém duvida que os encarnados ganharam qualidade e dinâmica com as chegadas de Saviola (o ressuscitado), de Ramires (o confirmado) e de Javi García (a revelação). E que, por consequência, o plantel da presente temporada é mais forte - além de mais variado - do que o da época anterior.

Ainda assim, não terá sido por esquecimento ou distração que o treinador-cavalheiro passou por cima do "fator" Jorge Jesus, talvez porque a guerra de bastidores no final da época anterior e a rendição lhe tenham deixado amargos de boca... Teria sido útil, no entanto, ouvir Flores discorrer sobre a capitalização do talento único de Pablo Aimar, finalmente colocado no seu lugar, estrategicamente protegido de desgastes supérfluos; sobre o rendimento multiplicado de Oscar Cardozo, a quem - pelos vistos - bastava dar a prova de confiança que não teve noutros tempos (coincidindo com a colocação de Suazo no papel de estátua de área que se lhe não molda) e municiar decentemente; sobre a explosão de Angel di María, cada vez mais distante de irregularidades e inconsequências que ameaçaram tornar-se imagem de marca. Mais: Ruben Amorim, menos vezes titular, é agora mais útil e mais jogador de equipa do que colocado artificialmente na ala direita; Luisão está a fazer a melhor época de sempre no clube; David Luiz, afastado o espetro da lateral-esquerda, ganha dimensão mundial... Já Balboa, reforço de Quique, é bota que ainda não se percebeu ao certo como vai ser descalça. Razão para concluir que Quique perdeu quando silenciou a outra metade da verdade - quem cala, consente, também neste caso.

Ofutebol parece, aliás, ser um paraíso para as meias verdades. Como a de Jesualdo Ferreira, quando defende que o "FC Porto está mais equilibrado e mais personalizado". O resultado em Guimarães parece dar razão ao técnico, especialista em reconstrução de equipas. Mas Jesualdo não negará a importância da recuperação de Varela na dinâmica de jogo. E terá mais dificuldade em comparar o rendimento atual com o do onze portista que fechou 2008.

No mesmo quadro, houve o "desabafo" de Liedson face à tática de Carvalhal. Talvez morasse ali mais de meia verdade. Mas, dita na hora errada (a seguir a um apuramento suado e antes do seu próprio retorno à condição de goleador), soou pior do que uma mentira.

2 comentários:

é bem verdade que o Benfica contratou bem e caro, e do ano passado para este só metade é que são titulares!!

mas para se contratar bem é necessãrio saber, e não são só os departamentos técnicos que decidem, e aliás as decisões finais devem ser da responsabilidade do treinador que é quem sabe como quer jogar e que jogadores precisa.

já o Quique decidiu bem por Aimar, mas já errou ao decidir por Suazo e ter deixado o Cardozo de lado... porque um dos suplentes da época passada é quem mais decide esta época!!

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