Por João Bonzinho in A Bola
FEVEREIRO de 2006, dia 28, noite na Luz, porque nestes jogos, há muito que é de noite na Luz. Primeira parte, tal como ontem, mas mais tarde, já no minuto 40. O francês Laurent Robert, um rapaz irreverente e pouco dedicado à causa da profissão, passa pela Luz como um meteorito mas não passa sem lá deixar um rasto que a história não apagará. O livre assinalado contra o FC Porto coloca a bola ainda muito longe da baliza de Vítor Baia. Ninguém acredita numa proeza a não ser, talvez, Laurent Robert. O rapaz prepara o seu pé esquerdo (o mesmo com que o vi, por estes dias, fazer dois golos que ainda hoje figuram nos dez melhores da Liga inglesa de 2002/03), e remata a bola directamente para a baliza portista. O tiro é forte, sim, mas defensável. Perfeitamente defensável. Baía faz-se à bola, embrulha- -se, e, subitamente, o estádio dá com a bola no fundo das redes azuis e brancas. Parece impossível.
Laurent já não mora cá, mas acredito que também ele dificilmente esquecerá o que ficou como o último grande momento da sua carreira, e um dos momentos ines-quecíveis do clássico, ainda por cima, até ontem, o da última vitória encarnada sobre o seu mais temido adversário dos últimos anos. É inesquecível. Mas, claro, a partir de agora, é o golo de Saviola que os benfi-quistas celebram, esperando que o próximo sucesso não demore tanto tempo...
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