«Com ou sem derrotas quero é ser campeão»
Entrevista de NUNO REIS
É o melhor momento do Benfica desde que chegou ao clube, em Janeiro de 2007, para trabalhar com Fernando Santos?
— Pode dizer-se que sim, estamos muito coesos e concentrados, noutras épocas não estivemos tão bem... Bom, e sabemos como é que acabaram essas épocas, esta não sabemos. Mas esperamos que seja da melhor forma possível. Acredito que este é o melhor momento desde que aqui cheguei.
— E este final será diferente?
— É o que esperamos, que o fim dê para sorrir e não para chorar. Sentimos isso, mesmo quando andamos na rua, sentimos que o nosso arranque está a contagiar muita gente e a trazer os adeptos para perto de nós e isso é bonito. Dá prazer e é muito gostoso. Mas estamos tranquilos, pois nada ganhámos, falta muita coisa e temos de manter-nos humildes e trabalhadores, pois importante é chegar ao fim com o objectivo cumprido.
— Que mudou, realmente, de Quique Flores para Jorge Jesus?
— Sempre que há uma mudança sente-se uma mudança. São excelentes treinadores, mas as coisas estão a acontecer de uma maneira melhor para o mister Jesus, pois está a conseguir passar a mensagem e nós a conseguir absorvê-la rapidamente. E vamos tendo confiança uns nos outros. O futebol vive de resultados e estamos a conseguir bons resultados.
— Dentro do que mudou o que é mais visível? A parte psicológica ou a vertente táctica?
— A mudança tem a ver com tudo, o mister Jesus tem uma linguagem muito ganhadora, é uma pessoa que todos os dias trabalha sério. Quique também, mas Jesus está sempre a cobrar... Posso falar por mim, é uma pessoa que me olha nos olhos e diz-me os defeitos e isso há muito tempo que não acontecia comigo. Muitos passavam a mão na minha cabeça, mas ele não, ele fala o que eu devo ouvir e não o que eu quero ouvir.
— É importante para um jogador sofrer uma crítica, em vez de receber apenas aprovação?
— Cabe a cada jogador saber lidar com isso e eu gosto de ouvir quando estou errado. Podemos ficar amuados um dia, mas quando vou para casa tento reflectir e perceber qual é a ideia e se aquele conselho é mesmo produtivo.
— Jesus é o grande reforço do Benfica para esta temporada?
— Tudo é importante, o grupo que se está a criar... todos estão dando a sua contribuição. E estamos com a cabeça diferente. Quando a maré está para um lado e remamos nesse sentido as coisas acontecem da melhor forma.
— Que ideias trocam os jogadores no segredo do balneário?
— Estamos felizes. Sentimos alegria nos olhos uns dos outros, sentimos a vontade de chegar rapidamente ao final de semana. Andamos ansiosos por chegar ao dia do jogo, com vontade de jogar e mostrar a toda a gente o nosso trabalho. Há muita solidariedade e companheirismo. Indo assim para o campo é difícil vencerem-nos.
— O Sp. Braga incomoda?
— Temos de dar os parabéns ao Sp. Braga, pelo grande momento, porque é uma grande equipa. Estamos em segundo e temos de ir atrás. É uma equipa qualificada e muito forte, logo vamos atrás dela, pegar no calcanhar até que tropece e possamos passar à frente.
— Ainda assim, o Benfica está à frente de FC Porto e Sporting...
— Não é o lugar ideal, porque ideal é ser primeiro, não segundo, terceiro ou quarto. Queremos chegar em primeiro.
— Acreditam que o Sp. Braga será candidato ao título até ao fim?
— Sem dúvida, vai lutar pelo título, pois é grande equipa, com excelentes jogadores. Vai lutar pelo título da mesma forma que nós.
— Esperava enchente benfiquista em P. Ferreira. Gostou?
— O suficiente para nos empurrar para a vitória. Quando entro no Estádio da Luz ou em qualquer outro fico arrepiado quando vejo aquela massa vermelha.
— Isso conta de facto?
— Conta bastante. Lembro-me quando era pequeno e ia ao estádio... No final da semana se calhar o pai deixa de comprar um brinquedo ao filho para poder levá-lo ao estádio. São essas coisas que também nos empurram. Por vezes podemos querer reclamar de alguma coisa, mas quando nos lembramos disso esquecemos tudo. Lembro-me sempre das pessoas humildes que tiram do pouco que têm uma parcela para verem a sua outra paixão, o Benfica.
— Começa a passar-lhe pela cabeça como será festejar um título?
— Desde que cheguei que sonho com isso, é o sonho de qualquer jogador. Sonho ver Portugal pintado de vermelho, mas para isso temos de trabalhar bastante e fazer com que essa conquista seja possível. Temos de fazer com que as coisas aconteçam. As coisas não acontecem se dormirmos ou descansarmos. Temos de plantar coisas boas para colher coisas boas.
— Envolveu-se em lances que custaram golos ao Benfica...
— Chateia um pouco, porque sou uma pessoa que se cobra bastante. Mas só quem está ali é que se sujeita a isso. Quando fazemos as coisas tentando acertar, temos de estar tranquilos. Infelizmente, não posso fugir a isso.
— Sente-se em dívida para com Jorge Jesus, que não quer sofrer mais de sete golos na Liga?
— Não, passa-me tranquilidade, assim como todo o grupo. Temos os nossos objectivos e estamos juntos nisso. Aconteceu comigo e podia acontecer a outros. Sou defesa e quando o Benfica sofrer golos vou estar sempre por perto...
— Como vê o facto de ter à sua frente um ataque tão poderoso?
— Feliz, vemos que o nosso trabalho está sendo reconhecido e isso só nos dá mais força.
— Já imaginou acabar o campeonato sem derrotas?
— Com ou sem derrotas, passa-me pela cabeça conquistar o título, queremos é ser campeões.
— Não passa pela cabeça dos jogadores do Benfica que Falcao não marcaria pelo FC Porto se tivesse sido contratado?
— Deus sabe o que faz e cada um tem o seu caminho. O caminho do Falcao era o FC Porto e não o Benfica.
— Na Liga Europa o nível não tem sido o mesmo. Qual a razão?
— Não fizemos um jogo tão bom com o AEK, mas fizemos o suficiente para ganhar. Só que o guarda-redes fez quatro defesas incríveis. Lidamos com os jogos da mesma forma, mas os resultados têm sido melhores na Liga.
— Os jogos com o Everton serão decisivos para a Liga Europa?
— Sem dúvida!
— Considera, pois, obrigatório um Benfica mais forte do que em Atenas na recepção ao Everton?
— Sem dúvida alguma, é a nossa marca, a nossa identidade, não pode ser de outra forma.
— É bom ou mau jogar com um guarda-redes para o campeonato e outro para a Liga Europa?
— O Benfica é um grupo, não somente 11 jogadores, toda a gente tem qualidade, quer jogar e dará conta do recado. Seja Júlio César, Quim ou Moreira, temos confiança em todos eles.
É o melhor momento do Benfica desde que chegou ao clube, em Janeiro de 2007, para trabalhar com Fernando Santos?
— Pode dizer-se que sim, estamos muito coesos e concentrados, noutras épocas não estivemos tão bem... Bom, e sabemos como é que acabaram essas épocas, esta não sabemos. Mas esperamos que seja da melhor forma possível. Acredito que este é o melhor momento desde que aqui cheguei.
— E este final será diferente?
— É o que esperamos, que o fim dê para sorrir e não para chorar. Sentimos isso, mesmo quando andamos na rua, sentimos que o nosso arranque está a contagiar muita gente e a trazer os adeptos para perto de nós e isso é bonito. Dá prazer e é muito gostoso. Mas estamos tranquilos, pois nada ganhámos, falta muita coisa e temos de manter-nos humildes e trabalhadores, pois importante é chegar ao fim com o objectivo cumprido.
— Que mudou, realmente, de Quique Flores para Jorge Jesus?
— Sempre que há uma mudança sente-se uma mudança. São excelentes treinadores, mas as coisas estão a acontecer de uma maneira melhor para o mister Jesus, pois está a conseguir passar a mensagem e nós a conseguir absorvê-la rapidamente. E vamos tendo confiança uns nos outros. O futebol vive de resultados e estamos a conseguir bons resultados.
— Dentro do que mudou o que é mais visível? A parte psicológica ou a vertente táctica?
— A mudança tem a ver com tudo, o mister Jesus tem uma linguagem muito ganhadora, é uma pessoa que todos os dias trabalha sério. Quique também, mas Jesus está sempre a cobrar... Posso falar por mim, é uma pessoa que me olha nos olhos e diz-me os defeitos e isso há muito tempo que não acontecia comigo. Muitos passavam a mão na minha cabeça, mas ele não, ele fala o que eu devo ouvir e não o que eu quero ouvir.
— É importante para um jogador sofrer uma crítica, em vez de receber apenas aprovação?
— Cabe a cada jogador saber lidar com isso e eu gosto de ouvir quando estou errado. Podemos ficar amuados um dia, mas quando vou para casa tento reflectir e perceber qual é a ideia e se aquele conselho é mesmo produtivo.
— Jesus é o grande reforço do Benfica para esta temporada?
— Tudo é importante, o grupo que se está a criar... todos estão dando a sua contribuição. E estamos com a cabeça diferente. Quando a maré está para um lado e remamos nesse sentido as coisas acontecem da melhor forma.
— Que ideias trocam os jogadores no segredo do balneário?
— Estamos felizes. Sentimos alegria nos olhos uns dos outros, sentimos a vontade de chegar rapidamente ao final de semana. Andamos ansiosos por chegar ao dia do jogo, com vontade de jogar e mostrar a toda a gente o nosso trabalho. Há muita solidariedade e companheirismo. Indo assim para o campo é difícil vencerem-nos.
— O Sp. Braga incomoda?
— Temos de dar os parabéns ao Sp. Braga, pelo grande momento, porque é uma grande equipa. Estamos em segundo e temos de ir atrás. É uma equipa qualificada e muito forte, logo vamos atrás dela, pegar no calcanhar até que tropece e possamos passar à frente.
— Ainda assim, o Benfica está à frente de FC Porto e Sporting...
— Não é o lugar ideal, porque ideal é ser primeiro, não segundo, terceiro ou quarto. Queremos chegar em primeiro.
— Acreditam que o Sp. Braga será candidato ao título até ao fim?
— Sem dúvida, vai lutar pelo título, pois é grande equipa, com excelentes jogadores. Vai lutar pelo título da mesma forma que nós.
— Esperava enchente benfiquista em P. Ferreira. Gostou?
— O suficiente para nos empurrar para a vitória. Quando entro no Estádio da Luz ou em qualquer outro fico arrepiado quando vejo aquela massa vermelha.
— Isso conta de facto?
— Conta bastante. Lembro-me quando era pequeno e ia ao estádio... No final da semana se calhar o pai deixa de comprar um brinquedo ao filho para poder levá-lo ao estádio. São essas coisas que também nos empurram. Por vezes podemos querer reclamar de alguma coisa, mas quando nos lembramos disso esquecemos tudo. Lembro-me sempre das pessoas humildes que tiram do pouco que têm uma parcela para verem a sua outra paixão, o Benfica.
— Começa a passar-lhe pela cabeça como será festejar um título?
— Desde que cheguei que sonho com isso, é o sonho de qualquer jogador. Sonho ver Portugal pintado de vermelho, mas para isso temos de trabalhar bastante e fazer com que essa conquista seja possível. Temos de fazer com que as coisas aconteçam. As coisas não acontecem se dormirmos ou descansarmos. Temos de plantar coisas boas para colher coisas boas.
— Envolveu-se em lances que custaram golos ao Benfica...
— Chateia um pouco, porque sou uma pessoa que se cobra bastante. Mas só quem está ali é que se sujeita a isso. Quando fazemos as coisas tentando acertar, temos de estar tranquilos. Infelizmente, não posso fugir a isso.
— Sente-se em dívida para com Jorge Jesus, que não quer sofrer mais de sete golos na Liga?
— Não, passa-me tranquilidade, assim como todo o grupo. Temos os nossos objectivos e estamos juntos nisso. Aconteceu comigo e podia acontecer a outros. Sou defesa e quando o Benfica sofrer golos vou estar sempre por perto...
— Como vê o facto de ter à sua frente um ataque tão poderoso?
— Feliz, vemos que o nosso trabalho está sendo reconhecido e isso só nos dá mais força.
— Já imaginou acabar o campeonato sem derrotas?
— Com ou sem derrotas, passa-me pela cabeça conquistar o título, queremos é ser campeões.
— Não passa pela cabeça dos jogadores do Benfica que Falcao não marcaria pelo FC Porto se tivesse sido contratado?
— Deus sabe o que faz e cada um tem o seu caminho. O caminho do Falcao era o FC Porto e não o Benfica.
— Na Liga Europa o nível não tem sido o mesmo. Qual a razão?
— Não fizemos um jogo tão bom com o AEK, mas fizemos o suficiente para ganhar. Só que o guarda-redes fez quatro defesas incríveis. Lidamos com os jogos da mesma forma, mas os resultados têm sido melhores na Liga.
— Os jogos com o Everton serão decisivos para a Liga Europa?
— Sem dúvida!
— Considera, pois, obrigatório um Benfica mais forte do que em Atenas na recepção ao Everton?
— Sem dúvida alguma, é a nossa marca, a nossa identidade, não pode ser de outra forma.
— É bom ou mau jogar com um guarda-redes para o campeonato e outro para a Liga Europa?
— O Benfica é um grupo, não somente 11 jogadores, toda a gente tem qualidade, quer jogar e dará conta do recado. Seja Júlio César, Quim ou Moreira, temos confiança em todos eles.
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