BENFICA ARRASA V.SETÚBAL
Por Rui Tovar in sapo.pt
Num campeonato muito calculista e defensivo, queixava-se meio mundo da falta de golos e eis que o Benfica responde à letra (e ao número), com nada menos de oito, frente a um V.Setúbal, que nem nas épocas mais atribuladas mostrou tanta fragilidade e descontrolo.
A marca fixou-se nos 8-1, mas os encarnados poderiam ter ido para lá dos dois dígitos, que, ontem, a coisa deu mesmo para tudo.
As fragilidades dos visitantes ficaram à vista logo no primeiro lance, com a defesa sadina a ver Di Maria, à vontade, dentro da área, a falhar o remate e o golo. Podia ter sido um lance fortuito de uma equipa apanhada a frio e apenas isso, mas esse sinal - confirmou-se mais tarde - foi o claro e inequívoco anúncio do que iria passar-se durante todo o jogo.
A superioridade da formação da casa nunca foi questionada, dada a força e maior clarividência do seu meio-campo e da interligação perfeita e constante com os homens mais adiantados. A isso juntou-se uma dinâmica linha de retaguarda, que, sempre a defender bem à frente, nunca concedeu espaços às escassas manobras dos sadinos nesses terrenos.
Assim, perante tamanho "pressing", o V.Setúbal viu-se obrigado a jogar muito atrás, quase sempre sobre a sua defensiva. E mal. Acossado por um adversário em noite de grande inspiração, o Vitória também não teve discernimento para utilizar outros argumentos que não fosse a rispidez. Por isso, na primeira meia hora, quatro dos seus atletas foram admoestados com o cartão amarelo, já depois das advertências verbais que Duarte Gomes entendera dirigir-lhes.
Mais do que os cartões, na 1ª parte, foram os golos. Os três primeiros em lances de bola parada (canto,livre e penalty), com Javi, Luisão e Cardozo na concretização, e Aimar nas assistências. Depois, Aimar fez o que quis a Djikiné, para Ramires concluir uma jogada de Di Maria e Cardozo. O eixo da defensiva de Setúbal estava de rastos, apesar de reforçado, e a conta subira para 5-0.
Só perto do intervalo, o Vitória chegou à baliza de Quim, vindo a repetir a graça, nos primeiros minutos após o descanso, ao desperdiçar uma boa ocasião, numa altura em que o Benfica estava decididamente balanceado na ofensiva. Jesus remodelou o lado esquerdo, com as entradas de Peixoto e Coentrão, e lançou ainda Nuno Gomes. O Benfica ganhou nova embalagem, que lhe proporcionou mais três golos. Cardozo festejou o seu primeiro "hat-trick" e Nuno Gomes voltou a marcar.
O Vitória alcançou o ponto de honra, por Hélder Barbosa, já sobre o final, antecipando-se a David Luiz e a Quim, subscrevendo a única coisa acertada que este V.Setúbal fez na Luz. Carlos Azenha não pôde, assim, dar uma alegria aos seus amigos, que dele tanto aguardam. O Benfica estava mesmo indomável.
8 comentários:
Muito simples.
É mais um comentador que, embora disfarçado, também considera que o Benfica ganha porque os outros ... perdem! Ou seja, o Benfica não ganha por mérito próprio, mas sim por demérito dos outros.
Basta comparar a quantidade de texto (crónica) que ele passa a destacar as fragilidades do Vitória com a que ele reserva a pôr em destaque a qualidade do jogo do Benfica, a sua velocidade, a sua garra e querer, a sua capacidade técnica, os méritos dos seus jogadores.
Não engana ninguém!
Caro Gil Vicente,
Não te enganaste na crónica que querias criticar? É que esta do Tovar destaca bem a qualidade demonstrada pelo Benfica.
cumps
Não, caro Tiago, com a tua permissão e o devido respeito pela tua, aliás, ilustre opinião.
Eu tenho, porém, uma opinião ligeiramente diferente, retirada da interpretação que faço do que está escrito e que é, evidentemente, subjectiva.
É bem verdade o que dizes. Só que se deve ler nas entrelinhas. Ele, cronista, passa muito mais tempo a destacar as fragilidades do Vitória. Repara só nestes resumos:
As debilidades do Vitoria:
«um V.Setúbal, que nem nas épocas mais atribuladas mostrou tanta fragilidade e descontrolo»
«ontem, a coisa deu mesmo para tudo» (significado dúbio)
«As fragilidades dos visitantes ficaram à vista logo no primeiro lance, com a defesa sadina a ver»
«Podia ter sido um lance fortuito de uma equipa apanhada a frio e apenas isso, mas esse sinal - confirmou-se mais tarde - foi o claro e inequívoco anúncio do que iria passar-se durante todo o
jogo»
«V.Setúbal viu-se obrigado a jogar muito atrás, quase sempre sobre a sua defensiva. E mal» (destaco esta expressão «e mal.»
«o Vitória também não teve discernimento para utilizar outros argumentos que não fosse a rispidez»
«O eixo da defensiva de Setúbal estava de rastos, apesar de reforçado»
«O Vitória alcançou o ponto de honra, por Hélder Barbosa, já sobre o final, antecipando-se a David Luiz e a Quim, subscrevendo a única coisa acertada que este V.Setúbal fez na Luz»
As virtudes do Benfica:
«A marca fixou-se nos 8-1, mas os encarnados poderiam ter ido para lá dos dois dígitos, que, ontem, a coisa deu mesmo para tudo»
(coloco agora toda esta frase para se verificar que o «ir para lá dos dois dígitos» podia parecer um elogio mas «a coisa deu mesmo para tudo», com o seu significado altamente dúbio, deixa-nos sem saber se ir para lá dos 8 foi mérito do Benfica ou demérito do Vitória. Podemos considerar a frase de sentido neutro.
«dada a força e maior clarividência do seu meio-campo e da interligação perfeita e constante com os homens mais adiantados. A isso juntou-se uma dinâmica linha de retaguarda, que, sempre a defender bem à frente, nunca concedeu espaços às escassas manobras dos sadinos nesses terrenos»
«Acossado por um adversário em noite de grande inspiração» (elogio pelo mínimo)
Verifica, assim, elogios ao Benfica pelo mínimo, quando o destaque maior é dado às fragilidades do adversário.
Com que intenção?
Em algum lado o cronista diz que as fragilidades foram causa directa da capacidade futebolística muito superior do adversário, em todos os sentidos?
Foi uma espécie de réplica da frase "uma equipa joga o que a outra deixa jogar". Mas foi dita com o sentido de que, como o Setúbal não jogou nada, o Benfica aproveitou-se e pumba!
Ora, para mim, o que se passou foi que, se o Setúbal não jogou nada foi porque o Benfica a não deixou jogar. Foi o Benfica que mandou, não foi o Setúbal que foi um coitadinho.
O Setúbal foi mau não por sua culpa mas porque o Benfica, com a sua classe, o seu querer, a sua garra e a sua competência individual e colectiva o obrigou a ser mau. Ontem, perante aquele Benfica, todos seriam maus.
São estas pequenas diferenças que os cronistas menos ousados disfarçam muito bem.
Claro que o caro Tiago fez muito bem em colocar a crónica no seu post. Eu dou-lhe mesmo os parabéns por isso. E foi por achar bem que a tenha colocado que a comentei.
Serve para irmos sabendo melhor quem está do lado do Benfica, quem está contra e quem faz nim!
Este cronista fez nitidamente nim!
Um abraço, caro Tiago.
O comentário anterior foi do GIL VICENTE, que é o mesmo que agora coloca o esclarecimento.
Um abraço, caro Tiago
Caro Gil,
Por falta de criatividade e de tempo para a arte da escrita decidi fazer um blog sobre artigos/crónicas que por aí andam (publico também com muito orgulho, e com a devida autorização, alguns artigos de blogs sobre o nosso SLB do Amigo Alexandre e de um visitante assíduo o Tiago) ). Limito-me a fazer copy/paste que é mais simples e rápido! ;)
Tive como inspiração os textos do falecido jornalista Rui Cartaxana e o gato Ricardo A Pereira.
Tento escolher aqueles que mexem comigo "pró bem e pró mal" de tudo o que é dito sobre o nosso Glorioso. Curiosamente até hoje ainda não tinha postado nada sobre o Rui Tovar porque ainda nada me havia agradado!
Hoje quando coloquei pensei mesmo que havia essa possibilidade de interpretação, ou foi o SLB que jogou bem ou foi o Setúbal que jogou mal???
É claro que não há dúvida nenhuma!!! ;)
Caro Tiago
Fez bem, muito bem. Sabe, é bom que os Benfiquistas, todos na defesa do seu Benfica, uns se dediquem a uma coisa, outros a outra.
Só assim se podem complementar e melhor lutar pela defesa do nosso Benfica.
Olhe, uma das razões que me fez seguir o seu blogue e colocá-lo em referência no meu foi precisamente o facto de fazer a transcrição de muitas crónicas.
Sabe por quê?
Eu não compro jornais nem TV.s dos nossos inimigos, não os ajudo. Vou espreitando os do café e vendo o que está on line de graça.
Mas nem se consegue ver tudo, nem se consegue ter tempo para tudo.
Logo, ver as crónicas que transcreve também me ajuda muito a escrever os meus textos que são, em geral, de crítica às personagens que atacam o nosso Benfica.
O seu blogue, como está, é uma excelente fonte de inspiração para mim.
Ou seja, o seu blogue é um blogue que defende muito bem o nosso Glorioso. Dá a conhecer aos Benfiquistas o bom e o mau daqueles que andam para aí, uns a escrever decentemente, outros a gatafunhar contra o Benfica. Prepara melhor os Benfiquistas para a luta.
Um abraço
Eu tenho em grande consideração o Rui Tovar até porque se ele foi excomungado da RTP numa altura em que desapareceram cassetes com a agressão do Paulinho Santos ao JVP por alguma razão será... ou será que a minha consideração por ele vem do facto de ter sido ele a comentar grandes jogos europeus numa altura em que chegamos a finais...
O Vitória de Setúbal não está nada bem, porque com aquele treinador não era de esperar outra coisa. Aquela mudança radical de plantel faz lembrar o que o Artur Jorge fez no SLB. Também é certo que o Setúbal não está assim tão mal porque senão nas 2 primeiras jornadas também teria sido goleado.
É assim evidente que só um grande Benfica, que não facilitou e não desacelerou é que pode ter construído um resultado destes. Provavelmente se o jogo tivesse sido antes de um compromisso europeu tinha sido o JJ a mandar aclamar os jogadores em vez de fazer substituições para acelerar o jogo :)
Naturalmente que um jornalista com a experiência do Rui Tovar e perante os escaldões que tem apanhado, devido a perseguição que é feita a todos os jornalistas que tendem para o SLB,tem de moderar as suas crónicas.
Aquela voz do Rui Tovar nunca se esquece!!!
Vale apena ver:
http://www.youtube.com/watch?v=4YHMoLKebRI&fmt=18
Rui Tovar (min 1.50) entre outros!! :D
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