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02 setembro 2009

Entrevista a Felipe Menezes ao Jornal a Bola


«O Benfica é a realização de um sonho!»

O Ajax e o Manchester United tinham-no referenciado, o Benfica avançou e contratou-o antes que, perante a campanha do Goiás, a sua cotação atingisse um valor mais elevado. Porque escolheu o Benfica?
— Sabia que havia alguns clubes europeus que estavam a observar-me lá em Goiânia, mas o que chegou perto e firme, mesmo, foi o Benfica. Fez a proposta ao Goiás... Foi maravilhoso, uma proposta boa para o clube e para mim, repito, é maravilhoso estar num dos grandes clubes da Europa e do Mundo! Nem hesitei ou pensei duas vezes: é uma daquelas oportunidades que não se pode desperdiçar, uma chance muito boa de trabalho, e a visibilidade do meu trabalho será muito grande. Espero ter, aqui no Benfica, um bom desempenho e conquistar títulos, que é aquilo a que mais aspiro!

— Para além das posições que pode jogar e da sua apetência para rematar de fora da área, quais são as suas principais características?
— Jogo com os dois pés, de cabeça também não tenho problemas, pois a minha estatura, 1,84 metros e 78 quilogramas, também ajuda. E posso jogar em qualquer posição no meio-campo. Mas gosto de jogar a número dez.

— A adaptação, de que tanto fala, será mais fácil num país onde fala a mesma língua e tem tantos compatriotas junto de si? Quais as primeiras impressões do Benfica?
— Sem dúvida! Isso foi outro factor decisivo para a minha vinda, é bastante fácil com muitos brasileiros no grupo. Os adeptos do Benfica, deu para perceber no jogo com o V. Setúbal, são muito calorosos. Na rua, já me reconheceram e dei autógrafos, todos de dão as boas-vindas e desejam muita sorte. É impressionante como o Benfica abarca tantos adeptos no Mundo, em Portugal e, especialmente, aqui em Lisboa.

— A marcação é mais apertada na Europa do que no Brasil, especialmente a um número dez...
— Sim, no Brasil o polícia sempre dá um pouco mais de espaço. Mas tudo isso é questão de adaptação. Nunca tive problemas em jogar com um adversário a marcar-me directamente.

— Não serão exactamente golos que se lhe vão exigir, antes passes de para os seus companheiros finalizarem. Está ciente desse papel?
— Essa é a função de um número dez. Mesmo assim, este ano nem me estava a correr mal nesse domínio: no Goiás, em 19 jogos do Brasileirão, metade do Campeonato, já tinha conseguido três golos...

«OXALÁ CONSIGA O TÍTULO ESTA ÉPOCA!»

— Está a par da exigência dos adeptos e dos pergaminhos do Benfica? Não basta ganhar, há que jogar bem e vencer. Aos 21 anos, está preparado para essa responsabilidade?
— Sei que o Benfica não conquista o título nacional já há algum tempo, quatro anos. Mas a responsabilidade não me assusta, o Benfica está bem e na briga pelo título, que, espero, consiga esta época!

— Chega como aposta para o futuro e, como disse o técnico, é aposta não imediata, antes a médio e longo prazo. Com o Benfica a golear e a jogar bem, como sucedeu diante do V. Setúbal, está mentalizado para passar muito tempo no banco ou bancada, nesta sua época de estreia na Europa?
— Jorge Jesus conversou comigo. Deu para perceber que o futebol cá é um pouco diferente, e, pelo que vi neste último jogo, o ritmo é muito diferente, mais rápido. Terei de me adaptar rapidamente para poder ajudar a equipa dentro de campo. A minha expectativa é essa. Entendo que ainda não é o momento de jogar, que vou ter de me adaptar e entrosar mais com os companheiros. Sei que investiram em mim e me trouxeram com o objectivo de ser útil e ajudar a equipa talvez dentro de um ou dois anos, não imediatamente. Mas se conseguir adaptar-me rapidamente, espero enquadrar-me no perfil que Jorge Jesus pretende e conquistar a sua confiança, para poder jogar.

«RUI COSTA PASSOU-ME MUITA CONFIANÇA»

— Conversou com o presidente, Luís Filipe Vieira, e com Rui Costa, antes de se decidir. Este último terá tido um papel decisivo para terminar com as suas dúvidas. Que lhe disseram?
— Foram muito gentis comigo. Rui Costa já conhecia, foi um enorme jogador, para mais na mesma posição que a minha. Foi uma honra falar com ele e depois tê-lo a receber-me, no Seixal, a explicar-me a grandeza e dimensão do Benfica. Fiquei muito lisonjeado com o que me disse e as expectativas que depositam em mim, vindo de quem vêem, daquele que foi um jogador de selecção e de eleição. Ter um ídolo nacional, como Rui Costa, a receber-me, foi... soberbo! Rui passou-me muita confiança. Também me inteirou da responsabilidade que é jogar no Benfica.

«Agarrar oportunidade de jogar a champions!»

— Está com 21 anos. Há no plantel compatriotas que deram o salto para o Benfica e para a Europa, ainda mais cedo, como Sidnei, David Luiz ou Fellipe Bastos. Esta era a altura certa para dar o salto para a Europa? A melhoria da sua condição financeira também o seduziu?

— Sim. A questão financeira até ficou em segundo plano: tratou-se, mais do que tudo, de uma oportunidade de trabalho que não poderia desperdiçar. Já tenho três anos como profissional no Goiás, adquiri um pouco de experiência. É lógico que não é uma bagagem muito grande, ainda, mas vai ajudar-me a triunfar aqui e a auxiliar o Benfica a conquistar títulos, espero!

— Que sonho lhe falta cumprir?
— Estar no Benfica já é a realização de um sonho! Mas agora não quero parar por aqui, não. Quero dar um título nacional ao Benfica, esse é o meu sonho profissional, agora. E disputar a Champions League, que é o sonho de qualquer jogador! Sei que o Benfica já foi campeão da Europa duas vezes e esteve cinco vezes nas finais. Deve ser dos que tem mais, com o Real Madrid, Milan e Liverpool, não? Espero estar a jogar a Champions pelo Benfica dentro de um ano!

«Aqui tenho tudo para ser feliz!»
Se a exibição diante dos sadinos o impressionara, Felipe Menezes rendeu-se às condições de treino no Seixal e ao acolhimento que o grupo lhe dispensou

ALÉM do jogo com o V. Setúbal, na Luz, já esteve no complexo de treinos. Que primeiras impressões recolheu?
— Já tive oportunidade de me treinar no Seixal, e com os meus companheiros, no domingo, segunda-feira eles não estavam lá, estavam em estágio para o jogo com o V. Setúbal, ainda antes da partida para o Canadá. O centro de treinos é muito bonito, grande. Gostei bastante, os campos são muito bons. Não conhecia os quartos, ainda, mas o balneário e complexo tem todas as condições.

– Como foi reencontrar tantos compatriotas no plantel ? Fica mais fácil adaptar-se, com tantos brasileiros no Benfica...
– Foi muito bom. Já conhecia Keirrison, Júlio César, Sidnei, Weldon, Ramires, David Luiz, todos me receberam bem e me acarinharam muito Percebi que aqui, tenho tudo para ser feliz!

– E Jorge Jesus? Teve oportunidade de conversar com o treinador? Que lhe disse?
– Foi muito correcto. Conversou comigo, explicou-me o que pretende. Um diálogo bem tranquilo.

– O treinador afirmou que pode jogar na posição de número sete, dez, 11 ou até segundo avançado, mas que veio para crescer no Benfica, que é uma aposta de futuro. Sente-se capaz de alinhar em qualquer dessas posições?
– Sim, não há problema algum, estou habituado, dentro de campo, fazer o que o treinador pede, onde puder ser mais útil e ajudar a equipa.

«JOGO ONDE PUDER AJUDAR E FOR ÚTIL»

– Mas era número dez no Goiás e é essa a posição em que se sente melhor, a municiar o ataque?
– É verdade. O meu melhor momento no Goiás sucedeu com dois médios a meu lado no apoio ao ataque. Aqui, jogam com dois médios mais centrais em apoio de dois avançados. Esta época, no Goiás, deu para jogar nessas posições, a sete, dez ou 11, ou como segundo avançado. Confessei isso a Jorge Jesus. Estou disposto a ajudar no que a equipa precisar, independentemente da posição.

— O Benfica tem um número 10 de eleição, Aimar, a jogar no lugar que mais gosta. Será difícil desalojá-lo da titularidade, se jogar como fez com o V. Setúbal...
— Sem dúvida. Já conhecia o talento do Pablo Aimar. Fez um golaço e bela exibição. É um grande jogador e vai ser difícil. Mas tenho de começar por algum lado. Vim para aqui para crescer, e, para já, o importante é estar no grupo. Cinco anos, o tempo que assinei, acho que vai dar para evoluir bastante e ajudar o Benfica.


«Espero dedicar título aos adeptos este ano!»

Felipe Menezes pode sagrar-se bicampeão nacional em dois países, Brasil (pelo Goiás) e Portugal, no Benfica. Os seus olhos brilham perante a possibilidade. «Seria um outro sonho tornado realidade! Era óptimo! O Goiás está a fazer uma boa campanha, aqui o Benfica é o que se vê, tem uma grande equipa, onde já percebi que não vai ser fácil ganhar o lugar, todos temos que dar o máximo. Confio que, com o meu trabalho, lá chegarei, e que poderei ajudar o Benfica. Comemorar dois títulos de campeão seria... sensacional», diz a propósito, acrescentando um desejo: «Para já, é óptimo ver que o Benfica está fortíssimo na disputa pelo título! O investimento que fizeram foi enorme, e com jogadores de qualidade indiscutível. Com o empenho e qualidade, espero que possamos dedicar o título aos adeptos este ano!»

Goiás sempre no coração

A contratação de Felipe Menezes envolveu grande secretismo e tudo foi selado sem demora, com o jogador a viajar para Lisboa sem sequer se despedir dos amigos, adeptos e companheiros do Goiás.
«Não deu. Penso que a torcida ficou um pouco triste: afinal, tinha dez anos de casa no clube. Terei sempre o maior carinho pelos adeptos e pelos responsáveis que me acompanharam ao longo dessa década no clube, mas acho que é normal, na vida de um profissional de futebol, cada um seguir o seu caminho. O futebol é assim mesmo, temos de estar preparados para agarrar a oportunidade certa, no momento em que ela surgir, como aconteceu. Quanto aos meus amigos, agora é que lhes tenho ligado: só souberam pela comunicação social. A vida é assim, sei que me perdoam [risos]! Todos estão um pouco mais felizes por mim e a torcer pelo meu sucesso no Benfica!»

De casamento marcado

Felipe Menezes viajou até Portugal apenas na companhia do empresário, Luís Carlini. Mas em breve terá mais apoio afectivo e psicológico. «Estou noivo [risos]! Namoramos há quatro anos e vamos casar em Junho do próximo ano. Ela se chama Raquel, tem a minha idade, 21 anos, e está a concluir a licenciatura em Direito, lá, em Goiânia. No final de 2010, concluirá o curso, esperamos. Falta ano e meio. Não a trouxe já, espero que ela conclua os estudos. Depois, virá ter comigo. Mas a partir do momento que escolha um apartamento para morar, a minha mãe deve vir fazer-me companhia. O que será óptimo, para atenuar as saudades», revela o brasileiro.

Encantado com Lisboa

O que Felipe Menezes já viu da cidade de Lisboa «deu para ficar a gostar muito e ainda mais curioso», diz.
«É uma cidade muito bonita, e já fui nas praias aqui mais perto. Lá em Goiás não tinha [risos]. A comida portuguesa achei boa, parecida com a brasileira. Por isso lhe digo que por aí também não vou ter problemas». Diz que tem «num bom churrasco, mas sempre sem ter tido problemas de engordar», o seu prato preferido mas na cozinha, confessa nem um ovo saber estrelar: «Nada sei fazer admito. Por isso, a vinda de minha mãe, primeiro, e, depois, da Raquel, será bom para mim [risos].»

Jolie e ritmo sertanejo

Nas suas folgas, confessa-se «pacato» e sem um passatempo especial.
«Gosto de ficar em casa, com a Raquel ou a minha família, tranquilo, a descansar. Gosto muito de cinema e de ver filmes. Robert DeNiro e Anthony Hopkins, ou a Angelina Jolie, estão entre os preferidos da Sétima Arte. Na música, prefiro a da região, a música sertaneja, caipira. Não sei tocar nada, mas sei ouvir [risos]».

Pelé, Zidane e Ronaldo

Não destoa do comum dos mortais quando lhe perguntamos quem foram ou são os seus ídolos dos relvados:
«Pelé, sem dúvida. No Brasil, é como um Deus, muito querido. Gostaria muito de o ter visto jogar ao vivo. Dos que acompanhei, os que mais gostei foram o Zidane e continua sendo o Ronaldo Fenómeno».

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