Crónicas de Sílvio Cervan

É obrigatório correr riscos

Por Sílvio Cervan in A Bola

DEPOIS do K9 falta sermos campeões. Se estou a pedir muito? Talvez, mas por isso sou adepto do Benfica. Para ser exigente e ambicioso. Não sou muito dado nem a euforias nem a depressões de pré-época. Ganhar é sempre bem melhor do que perder mas não são as vitórias em torneios de verão que alimentam a nossa ilusão, antes o vermos a equipa a crescer, a jogar bem e com uma noção de jogo e uma atitude competitiva que à muito desejávamos.

Gostava de repetir uma ideia cansada sobre a necessidade de ver o Benfica com uma mentalidade atrevida, de assumir o jogo, de obrigação de ganhar e por isso de correr riscos. Este ano pode até acontecer vermos alguns desaires e sairmos do estádio com a sensação de que tudo fizemos para ganhar.
Quem for ao estádio ver o Benfica, vai com a certeza que vê o Benfica, coisa que por vezes não temos conseguido num passado recente.
Jorge Jesus não fará nenhum milagre mas seguramente que já percebemos que conquistou o coração dos adeptos não por insultar os adversários ou gritar patéticos vivas à Cristina mas por fazer aquilo que se pede a um treinador, pôr a sua equipa a render o máximo.

Gosto da ideia de jogo do Porto, e não acredito em tantas debilidades do Sporting. Vai ser um campeonato difícil em que apenas um Benfica muito profissional poderá vencer.

Gosto muito da minha selecção e quero vê-la ganhar, mas sou contra a naturalização de jogadores. Não está em causa o valor de Liedson, como não esteve nem o de Pepe, nem o de Deco. Está em causa o princípio daquilo que deve ser a representação de uma selecção. Gosto de Liedson e gostava de o ver na selecção Brasileira. Estas naturalizações são a derrota do melhor daquilo que Carlos Queiroz representa enquanto projecto para Portugal e para a sua selecção.

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