A velocidade como imagem de marca
Por António Tadeia in O Jogo
O Benfica de Jorge Jesus ainda não joga o dobro do que fazia na época passada - até por lhe faltar esse "pormaior" de mostrar o seu valor em competição - mas já tem uma imagem de marca: velocidade. O controlo dos ritmos de jogo ainda não é totalmente eficaz, sobretudo porque lhe falta saber jogar mais devagar, mas sempre que a bola chega aos pés de Di María, Aimar ou Saviola, a equipa pode dar início a um carrossel vertiginoso, ainda que nem sempre preciso. É que, já diz o povo, "depressa e bem não há quem".
A maior arma ofensiva do Benfica passa pela aceleração do jogo assim que a bola entra no último terço do campo. Aimar e Saviola são exímios em jogar ao primeiro toque e Di María, ainda que mais lento a soltar a bola, imprime ao jogo acelerações igualmente difíceis de contrariar. Aliás, a contratação de Weldon insere-se nesta lógica, pois é um jogador que tem na recepção e na velocidade os pontos fortes. E o mesmo sucede com a passagem de Nuno Gomes para terrenos mais recuados, onde não tenha de jogar tanto de costas para a baliza e onde faça valer a sua inteligência no passe - embora possa jogar na frente, sobretudo em jogos onde seja necessário acalmar o ritmo, surgirá também algumas vezes como duplo de Aimar.
Este é, porém, um Benfica com defeitos. O próprio Jorge Jesus já identificou um: a pouca capacidade para controlar a posse de bola e os ritmos quando não tem Aimar e Saviola. Quer isto dizer que, se não joga a 200 à hora, o Benfica tem dificuldades para jogar dentro dos limites normais de velocidade. A progressiva integração de Ramires e Javi García pode dar uma ajuda neste particular, mas continua a faltar quem saiba jogar como um 10 de contenção, quem seja capaz de abrandar o jogo e beneficiar a segurança da circulação naquela posição. Carlos Martins, que mais vezes tem substituído Aimar, também é mais forte em ataques rápidos, quando lhe sai bem a transição, do que em ataque organizado. Por isso, a única resposta no actual quadro de jogadores pode muito bem ser Ramires, que Jesus fez jogar a 10 durante parte do desafio com o Atlético de Madrid - ainda que aí os objectivos fossem recuperar no marcador.
Depois, a facilidade que a equipa tem mostrado para as tais rápidas trocas de bola que são já a sua imagem de marca é facilitada pelo facto de os três médios que jogam à frente do "6" estarem sempre muito próximos uns dos outros, sem aproveitar toda a largura do campo - essa será a missão dos defesas-laterais - e, sobretudo, perdendo eficácia em transição defensiva, sempre que o adversário consegue virar o jogo de lado com rapidez. Para evitar ser surpreendido por equipas com boa qualidade de passe e boa transição atacante, o Benfica precisa de melhorar muito a primeira zona de pressão, quase sempre feita por Saviola, Cardozo e um dos alas. E isso só se consegue de uma forma: pelo treino. Daí que, estando melhor, este Benfica ainda não esteja totalmente afinado. O contrário é que seria estranho.
2 comentários:
O António Tadeia é um belo palhaço....
Ai ai, como é que é possível, um senhor destes sem qualquer cultura desportiva, ser um comentador desportivo.
Eu nem sou portista...
http://youtu.be/tc56iJiQFQg
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