Crónicas de José Manuel Delgado

Bola quadrada, bola redonda

Por José Manuel Delgado in A Bola

O Benfica venceu ontem o Torneio de Amesterdão, ao somar vitórias naturais frente ao Sunderland e ao Ajax. Podia dar-se o caso de os encarnados terem ganho de aflitos ou com sorte. Nada disso. Se houve algo que pecou por escasso foi o resultado alcançado em ambos os jogos, onde a equipa de Jorge Jesus esteve sempre mais perto de terminar com triunfos mais dilatados...

Na campanha eleitoral — apesar do ar de PREC que por vezes lhe foi imprimido — Luís Filipe Vieira prometeu que o mandato agora iniciado seria dedicado à vertente desportiva. Hoje, ao ver-se o investimento feito, sabendo-se do que está em preparação e, sobretudo, tendo a certeza de que o Benfica não deixará sair nenhum dos elementos que fazem parte do seu núcleo duro por um valor inferior ao estabelecido nas cláusulas de rescisão, cria-se, de facto, a convicção de que os encarnados estão a preparar uma época altamente competitiva.
Curiosamente, nesta temporada em que o Benfica opta por um treinador português, a esmagadora maioria dos seus titulares são estrangeiros. Algo que o tempo, e a produção regular do Campus do Seixal se encarregará de desfazer, mas que não configura, a meu ver, nenhum pecado capital.

Aliás, não ouvi nenhum adepto do Inter de Milão protestar nos dias em que os nerazzurri jogaram sem italianos, ou os supporters dos gunners se rebelarem pela ausência de ingleses no conjunto escalado por Arsène Wenger.

Para já, enquanto o FC Porto acabou por refazer a equipa — entraram 11 jogadores — e o Sporting apostou decisivamente na continuidade, o Benfica está a revelar-se a maior sensação da pré-temporada. Porém, como há que nunca perder de vista que o que conta são os resultados no fim da temporada, bom será que os adeptos encarnados gozem este momento, mas não embandeirem em arco. As perspectivas são boas mas a procissão ainda não saiu do adro.

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