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16 março 2009

Crónicas de Ricardo Araújo Pereira no Jornal abola


16-03-2009
A credibilidade sazonal das irmãs Salgado

No momento em que escrevo, nenhuma das irmãs Salgado é de fiar. No entanto, nem sempre foi assim. No princípio, Carolina Salgado era uma respeitada primeira dama, e o presidente do Porto tinha nela confiança suficiente para a fazer fotografar junto dos mais importantes troféus ganhos pelo clube, tendo ficado especialmente célebre o retrato em que Carolina aparece a enfiar um rafeiro dentro de um caneco obtido em Gelsenkierchen. Quando Carolina Salgado acusou Pinto da Costa de entregar um envelope com dinheiro ao árbitro Augusto Duarte, a sua credibilidade desvaneceu-se, e nunca mais foi autorizada a introduzir canídeos em taças, nem sequer na da Liga Intercalar. Foi nessa altura que a credibilidade da família Salgado migrou de Carolina para a irmã Ana. Até que Ana Salgado acusou Pinto da Costa de lhe ter dado um primeiro envelope com 500 euros, e depois um envelope mensal com 5.000 euros, para que depusesse a seu favor no julgamento do Caso do Envelope.

O leitor já terá reparado que há mais envelopes nesta história do que na Papelaria Fernandes. Tenho estado a elaborar um projecto para abrir uma papelaria em frente ao Estádio do Dragão, uma vez que, a confirmarem-se todas estas acusações, Pinto da Costa gasta tantos envelopes que a Portucel terá de fazer horas extraordinárias.

Seja como for, assim que falou nos envelopes, Ana Salgado perdeu toda a credibilidade que tinha. Essa é outra recorrência deste caso: sempre que alguém fala em envelopes, perde credibilidade. A referência a sobrescritos é inversamente proporcional ao prestígio dos intervenientes. Não é por acaso que Pinto da Costa, a personalidade mais credível de toda esta história, não só não fala em envelopes como parece muito pouco interessado em ouvir falar neles.

Ainda assim, o Caso do Envelope, por mais polémico que seja, consegue cristalizar aquilo que o futebol e o desporto têm de mais positivo. É bonito constatar que dois adversários como Miguel Sousa Tavares e eu conseguem dar as mãos, ainda que metaforicamente, e encontrar um ponto de concórdia precisamente a propósito deste processo judicial. No histórico dia 21 de Agosto de 2007, Miguel Sousa Tavares escreveu, nestas mesmas páginas, o seguinte: «Por que razão a D. Carolina — com o curriculum vitae e as motivações de vingança que se conhecem — é uma testemunha tão credível para a dra. Maria José Morgado, e a irmã, sem passado nem motivações correspondentes, é apenas uma difamadora, quando se atreve a vir a público desmentir a maninha?» É o que se chama ter razão antes do tempo, e só está ao alcance dos grandes analistas. Resta-me esperar que alguém oiça Miguel Sousa Tavares e dê a Ana Salgado a credibilidade que ele reclama.

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