O processo eleitoral na FPF mostra que os
contorcionismos são surpreendentes, em nome de exposição, algum poder e
as linhas de um “projeto”. É o tempo de se conquistar exaustivamente
para a “lista” quem se espezinhou no passado; agora é o tempo de
prolongar o “consenso” com nomes elogiados pelos arautos de uma “nova
era”. O “power point” está pronto e a “literatura” afinada. As avenças
escondidas passam para outro espaço. Até ao fim do mês, após a
desistência de Soares Franco, espera-se pouco, a não ser política e
“papers” a rodar pelas cadeiras. Enquanto se constrói a (quase)
unanimidade pedida, o presidente “exaustivo” está a caminho. Até já
pediu audiência na confederação, que será o destino ansiado, abrindo
nessa altura a sucessão. Está montado um círculo de curto e médio prazo,
que não resistiria a um conjunto de lideranças inovadoras… Não será o
caso, mas que era mais interessante do que o óbvio, lá isso era.
Se
o óbvio acontecer (ou mesmo que não aconteça), abre-se o maior desafio
desde a sua fundação à Liga de Futebol Profissional. Em 2006, alguns
prognosticaram que os órgãos então eleitos iriam ser uma comissão
liquidatária de uma Liga decadente. Enganaram-se. Foi difícil
estabelecer a antonímia com o passado. Mas consolidou-se, apesar das
resistências geradas, o equilíbrio financeiro, a organização dos
recursos humanos, a redefinição da imagem e da credibilidade das provas,
a gestão mais profissional, a autonomia e a credibilidade das “áreas
críticas” (arbitragem e disciplina), a transversalidade do rigor e da
transparência. Depois de 2010, com o regime legal a esvaziar a Liga,
seria o tempo ideal para implantar o grande desafio da sua reconversão,
sem arbitragem e sem a disciplina das competições, mas com o futebol que
se quer acompanhar. Era o tempo de largar as “amarras” que se eternizam
(apostas e televisão, por exemplo) e montar em definitivo uma
organização e uma indústria feitas para o interesse dos clubes. Já
percebemos que esse desafio, além do “show off” e do “consenso” que
tanto se preza por cá, não foi nem é para um qualquer “funcionário”.
A
meio do mandato anterior da Liga, a UEFA revelou que o nosso principal
campeonato ocupava o 10.º lugar em média de espectadores presentes nos
estádios, atrás da Bélgica ou da Escócia. O panorama não mudou
entretanto e mantém-se desolador. Um novo período de uma Liga robusta
tem de começar por aqui – um “programa global” do adepto. Alguns traços:
1) impor a ocupação de 3/4 dos estádios através de ingressos baratos;
2) determinar pacotes familiares com custo baixo e “marketing”
incorporado; 3) associação do adepto à aquisição de bens e serviços; 4)
ajustamento dos horários televisivos; 5) transformar o estádio em lugar
de animação. Um programa a quatro anos (Alemanha e França dão bons
ensinamentos) que dê o poder das massas aos clubes. Com esse novo poder
“sentado” nos estádios teríamos um futuro mais aberto no
profissionalismo, num ciclo difícil, em que será mais do que muita a
tentação de a Federação “engolir” a Liga. Falta saber, se assim for,
quem vestirá a pele do carrasco...
1 comentários:
patriarca disse:
Com A máfia instalada e o Sistema Corrupto a Comandar, basta ver o mandante que até, pasme-se, foi assistir ao jogo da Selecção, onde isto chegou, nada vai mudar, aliás vai mudar e muito, mas para pior, porque vão-se as moscas, mas a trampa fica e bem agarrada. O Sistema MAfioso Corrupto domina e actualmente não temos ninguém com capacidade para DERRUBAR o Sistema e como tal vai ser mais do mesmo.
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