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30 setembro 2011

Canal Sport


O aparecimento de um novo canal de desporto para fazer concorrência à Sport TV é uma boa notícia. Primeiro, e antes de qualquer outra razão, porque – independentemente da sua natureza – os monopólios são perversos.

O Benfica desencadeou uma luta pelo retorno do seu valor comercial. Com indiscutível habilidade, sempre ao lado de Pinto da Costa, Joaquim Oliveira construiu um império. Com a sagacidade de se mover em todo o tipo de terrenos, a norte e a sul, teve um papel crucial na afirmação do FC Porto no panorama futebolístico nacional, ao mesmo tempo que concorria para o enfraquecimento de Benfica e Sporting. Joaquim Oliveira foi e continua a ser um dos maiores “bastiões” do “sistema”: ao lado do FC Porto; ao lado do Benfica e Sporting; ao lado do Boavista; ao lado da FPF; ao lado da Liga e... “last but not least...”, como cereja no topo do bolo, ao lado do poder político. Chegou o momento de deixar de “jogar”... sozinho.

Os dirigentes dos clubes lisboetas, ou porque estavam amarrados de pés e mãos (no caso do Benfica, durante muitos anos, as consequências resultantes da “guerra” movida por Vale e Azevedo falaram mais alto) ou porque a lógica dos financiamentos antecipados foram a almofada em que muitos clubes se quiseram deitar, nunca trataram de apurar os efeitos nocivos desse monopólio. Ao invés, alimentaram-no.

A sagacidade de Joaquim Oliveira criou a raiz: por cada financiamento antecipado, prorrogava a vigência dos contratos – e assim se chegou ao atual momento em que a solução achada por outros países, no sentido da centralização pela(s) Liga(s) das receitas resultantes dos direitos de transmissão televisiva, não parece mais do que uma miragem.

A Sport TV vende as imagens a quem quer, quando quer, nos horários que mais lhe convêm, faz a administração da relação custo/audiências relativamente aos interesses dos seus parceiros, e ninguém lhe sai ao caminho, porque a luta é difícil e também porque ninguém está para fazer ao negócio do dia-a-dia aquilo que Raul Solnado pedia em relação à guerra, que era qualquer coisa como “parem lá com isso um bocadinho para irmos almoçar”. E, neste impasse, e também com a sagacidade extra de ter marcado terreno na comunicação social (onde se dirimem lógicas de emprego e de alinhamentos vários), foi possível ver florescer um negócio que aparece agora seriamente ameaçado com o posicionamento “premium” de Miguel Pais do Amaral neste sector.

Infelizmente, a regulação, nesta conjuntura, só pode ser realizada através da concorrência. Os monopólios geram poderes diretos e indiretos e o que se paga é excessivo face à qualidade da oferta. A Sport TV não deveria ser o 17.º clube dos treinadores – o 1.º entre os técnicos desempregados – e deveria mostrar-nos as imagens que não nos mostra, porque sabe que o poder da imagem é fortíssimo e na sua (não) divulgação também é um grande negócio. E, também nesse aspeto, convém ter mais atenção ao pormenor e aos ângulos das repetições...

NOTA – Chegou a altura de Pinto da Costa confirmar que André Villas-Boas era, de facto, o “adjunto” de Vítor Pereira.

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