Imagine o Benfica campeão nacional, mas impedido de participar na Liga dos Campeões. Difícil? Nem por isso! E nem sequer é preciso ter imaginação rebuscada, aliás, há muito clube europeu que pode dar um exemplo real disto mesmo já a partir da temporada 2013/14, quando a UEFA implementar o chamado "fair play financeiro", ou seja, as novas regras de licenciamento que impedem a inscrição nas competições europeias caso os clubes apresentem prejuízos acentuados. Mas não vamos mais longe, fiquemos em Portugal: se a lei já estivesse em vigor, a Benfica, SAD - que ao longo das últimas três temporadas perdeu 53 milhões de euros - não poderia ter entrado nesta Champions nem estaria agora na Liga Europa. Portanto, não se admire quando nas próximas horas os encarnados apresentarem algum jogador contratado a custo zero ou, mais importante, derem por concluído o maior negócio de Inverno da sua história, a venda de David Luiz ao Chelsea, por valores entre os 25 e os 30 milhões de euros. Como se diria em qualquer conversa de elevador, é 2011, é a crise, é a vida...
Em Janeiro de 2007 o Benfica fez a última grande transferência da reabertura de mercado, quando cedeu Ricardo Rocha ao Tottenham por 5 milhões de euros. Daí para cá, o início tem servido principalmente para dispensar (quem não se impôs) e comprar (quem deveria ser reforço). Ricardo Rocha até foi o rapaz que abriu vaga para a chegada de David Luiz - na altura um miúdo desconhecido proveniente do Vitória da Bahia - mas comparar estes dois negócios é o mesmo que pôr lado a lado uma mercearia de rua com o supermercado do El Corte Inglés. Agora, sim, o Benfica faz uma aposta clara no plano financeiro, porque abdica de um titular indiscutível, um potencial capitão, líder de balneário, referência entre adeptos e jogador de selecção brasileira. Rocha estava longe da selecção portuguesa e de tudo o resto. "Não admito perder David Luiz", disse recentemente Jorge Jesus, num lamento normal de um treinador que deseja mas não pode contrariar a crise. É que este "fair play financeiro", ao contrário do outro, não é uma treta e pode vir a condicioná-lo ainda mais, no próximo Verão, quando Luís Filipe Vieira fechar a torneira a mais um daqueles investimentos típicos dos últimos defesos, sempre a rondar os 30 milhões de euros. Fonte do Benfica confirmava ontem ao i esta preocupação dos dirigentes em acautelar a realidade económica actual e as exigências da UEFA.
E PARA CÁ? Para além de dinheiro, o negócio de David Luiz pode resultar na cedência de jogadores ao Benfica. A imprensa inglesa avançava ontem que o Chelsea estava na disposição de oferecer Slobodan Rajkovic, um defesa-central que os londrinos têm emprestado no Twente. O holandês Patrick Van Aanholt, defesa esquerdo, foi outro dos nomes apontados ao clube encarnado. Ainda assim, David Luiz - o maior investimento dos últimos anos para o Chelsea, depois dos 35 milhões de euros pagos por Shevchenko - tem já a sua vaga preenchida no Benfica depois da contratação de Jardel ao Olhanense: lá está, um negócio feito por trocos quando comparado com aquilo que tem sido o passado recente na Luz. Aliás, como todos aqueles que parecem estar em marcha nesta altura (veja em baixo).
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