NUNO, que no futebol ganhou o nome do Gomes, que não é o seu, vai nos 34 anos, calça as chuteiras nos jogos considerados de menor pressão, sem, sequer, mostrar ressentimentos, mantendo uma atitude digna de capitão do Benfica.
Vai sendo, aliás, cada vez mais, um embaixador do clube, o homem em quem o Benfica pode confiar uma representação que não trai nem a dimensão nem a responsabilidade a que uma missão deste tipo obriga.
Nuno Gomes assumiu, ontem, que era chegado o tempo de anunciar que, no final da época, deixaria de jogar no Benfica. Disse-o com a clareza e a serenidade de quem sabe o que diz e o que faz. Ele é um dos casos em que o jogador de futebol se submete à dimensão do homem. Não há assim tantos, no futebol português, que nos permita desvalorizar, mais do que a atitude, consciente e sensata, a qualidade humana de pensar pela sua própria cabeça, fugindo a estigmas de comunicação em que, infelizmente, têm caído demasiados protagonistas do futebol.
Nuno gomes atingiu grande notoriedade na sua carreira de futebolista profissional. Teve épocas de altíssimo nível e nunca apagou a sua personalidade no brilho da estrela em que se tornou. Seria bom que, mesmo deixando de jogar, não deixasse o futebol, porque é o futebol que mais precisa de homens como Nuno Gomes, como Vítor Baía, como Pauleta. Não se pode exigir que todos eles estejam condenados a continuar no mundo desgastante e, por vezes, demasiado complexo do futebol, mas que alguns se mantenham e que possam render uma geração que, no seu todo, não foi muito feliz, por tanto apostarem na ideia de que os sucessos valem todos os preços da vida.
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