O médio está onde quer estar - casado, à espera de um segundo filho, decide jogos e bate à porta da selecção
O miúdo que se punha de joelhos no relvado com as mãos na cabeça a lamentar o enésimo falhanço deu lugar ao homem que puxa os colegas pelo colarinho e discute quem bate os livres, como fazem os líderes numa equipa de futebol. Carlos Martins já manda o seu quinhão no Benfica e deve-o aos golos que marca e à consistência revelada jogo após jogo. Quer ser aquilo que toda a gente lhe dizia que ia ser quando crescia em Alvalade: importante. Aos 28 anos vai a tempo, porque já não é o mesmo.
Por mais que diga que não, que está igual ao que sempre foi e que isto acontece só porque sim, porque tem mais jogos nas pernas, estes argumentos nunca vencerão - Martins estará apenas a viver em negação. Ele e quem o rodeia e alimenta esta visão distorcida da realidade. Que ninguém se sinta ofendido. Martins está diferente e para muito melhor. João Martins, o irmão mais novo, médio do Gil Vicente, mantém a charada e diz que "o Carlos nunca mudou". "Ele sempre foi assim, não está mais nem menos maduro. É uma questão de o porem a jogar." Que seja, mas poucos duvidam que o casamento com Mónica e o filho, Gustavo, lhe deram estabilidade emocional. Diz João Martins: "Vai ser pai outra vez, e ser decisivo no Benfica e sentir-se importante dá-lhe outra confiança. Ele quer ser o melhor, quer ganhar e marcar golos." O segundo filho está para nascer este mês e o festejo do golo, com o polegar na boca e a bola dentro da camisola, é uma homenagem que chega antes do tempo. "Porque é que ele apontou para as veias? Ainda não falei com ele sobre isso [risos]. Se calhar é a dizer que está vivo e que o sangue lhe corre bem. E aquele remate hã? Grande golo", brinca João Martins.
Três imagens de marca de Martins: o pontapé de pé esquerdo ao Braga, o de pé direito ao Nacional, este ano, e o de pé direito ao FC Porto, na final da Taça da Liga. "Ele acabou bem a época e ficou triste por não ter ido ao Mundial. E falo como adepto, e não como irmão, percebe? O Carlos fez uma segunda metade de época fantástica e devia ter ido." Nesta pré-época, Martins celebrou a dançar a "Waka Waka", de Shakira, o tema da prova. Provocação? "Nada disso! O Carlos não é de rancores." Será mesmo assim? O teste chega agora com a chamada à selecção: Bento e Martins já disseram cobras e lagartos um ao outro através dos jornais. Agora chegou a altura de uma trégua em nome da pátria.
1 comentários:
Se ele se apresentar na selecção como está no SLB, ganhamos de certeza logo à noite!
http://forcamagicoslb.blogspot.com/2010/10/vamos-indignar-nos.html
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