Por Rodrigo Cortez in O Jogo
Pela segunda vez consecutiva, o Benfica de Jorge Jesus entrou mal no campeonato. Se, na última época, as águias empataram em casa com o Marítimo (1-1), desta vez foram derrotadas pela Académica (1-2), também na Luz. A reacção da massa associativa ilustra as diferenças significativas entre os dois encontros: em 2009/10, a equipa deixou o relvado sob uma entusiástica salva de palmas, enquanto desta vez, sendo verdade que não houve assobios, foi perceptível bem menor entusiasmo vindo das bancadas.
A manifestação popular não se ficou apenas a dever ao resultado: empate num dos casos, derrota no outro. Teve a ver sobretudo com o efectivo desempenho nas quatro linhas. Sofrendo um golo quase ao mesmo tempo - a Académica marcou aos 26', o Marítimo aos 25' -, verificaram-se diferenças notórias na reacção que as águias foram capazes de produzir.
Subjectivamente, pode dizer-se que os encarnados massacraram o Marítimo praticando bom futebol e construindo um sem-número de oportunidades de golo, enquanto frente à Académica foram inegavelmente superiores, sim, mas estiveram bem longe de deslumbrar.
Objectivamente, reparemos nos dados estatísticos de ambos os encontros e comprovamos a teoria. É um facto que o Benfica deste ano não foi tão incisivo no ataque à baliza contrária ou, numa palavra, tão massacrante. Mesmo com mais uma unidade a partir dos 50' (Addy foi expulso), as águias tiveram desta feita menor tempo de posse de bola (61 por cento, contra 70 na temporada anterior) e, sobretudo, assustaram bem menos a defesa contrária.
Contra o Marítimo, para além do golo de Weldon (87') os encarnados tinham falhado um penálti por Cardozo e atirado ao poste por Aimar. A frequência de remates foi também mais elevada, contribuindo para a eleição de Peçanha como melhor homem em campo. Desta vez, Peiser teve trabalho, mas apenas foi obrigado a duas defesas complicadas. Na época passada, aliás, o Benfica fez mais remates à baliza na segunda parte do jogo (seis) do que esta época em toda a partida (cinco). Em cantos, outra diferença significativa (dez, contra os seis de anteontem) e, individualmente, registamos as duas grandes exibições de Fábio Coentrão, melhor do Benfica em ambos os encontros. Desta vez, porém, impossível não reparar nas 18 perdas de bola de César Peixoto, assim como na fraca contribuição de Cardozo, que fez apenas nove passes, quatro deles errados. Aliás, a reacção de Jorge Jesus no final de ambas as partidas comprova a teoria: se na época de estreia afirmava peremptoriamente que se tinha visto "um Benfica à campeão", este domingo foi bem mais comedido na apreciação.
ALGUMAS DIFERENÇAS NA ESTREIA NO CAMPEONATO
ACADÉMICA (2010/11) MARÍTIMO (2009/10)
19 REMATES 21
5 REMATES À BALIZA 8
7 REMATES CONSENTIDOS 6
6 CANTOS 10
61% POSSE DE BOLA 70%
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