Por Rogério Azevedo in A Bola
JÁ estive dentro de muitos barris de pólvora e recordo, a abrir, um jogo verdadeiramente épico em Krasnodar, há cinco anos, em que, se não fosse a ajuda dos meus colegas de redacção, talvez me tivesse sido impossível escrever, com um mínimo de credibilidade, a crónica desse CSKA Moscovo-Benfica. Estive também em muitos outros jogos quentes (Luz, Alvalade, Antas, Bonfim, Faro), mas nunca sentira, em Portugal, que a minha integridade física estivesse em risco. Ontem, porém, durante meia dúzia de minutos, senti receio. Talvez não por mim, porque nenhuma palavra dura me foi dirigida, antes por camaradas meus. Não importa, agora, se foram adeptos do FC Porto ou do Benfica. Sinceramente, não me parece decisivo. Importante parece-me, sim, tentar entender onde nasceu tanto ódio. Todos terão culpas no clima a que se chegou entre as duas mais importantes equipas nacionais: dirigentes, jogadores, treinadores, jornalistas, cronistas, povo. No fundo, no fundo, somos todos filhos da mesma massa. Talvez o ódio tenha nascido quando Adão e Eva nasceram. Mas é preciso que alguém encontre forma de o exterminar. Ou alguém voltará a morrer. Como morreu, um dia, no Jamor.
1 comentários:
e não morreu também alguém esfaqueado num Estrela Porto??? ou isso n interessa porque foi fora do estádio?
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