Por José António Saraiva in Record
Para fugir a falar sempre do Benfica, tenho procurado temas alternativos: Liedson e o "novo" Sporting, Varela e a ausência de Hulk, as novas tecnologias no futebol, etc. Mas cada vez é mais difícil deixar de falar do Benfica: depois da minha última crónica, ganhou em Marselha e derrotou o FC Porto na final da Taça da Liga.
Jesus não confirmou o que eu disse sobre ele antes de vir para a Luz: Jesus excedeu largamente as minhas expectativas. O Benfica está a jogar como poucos se lembram de o ver jogar.
A dinâmica de jogo desta equipa vê-se no seguinte: os jogadores mudam e o rendimento mantém-se. No último domingo, não jogaram de início cinco dos titulares de Marselha e a equipa conservou a personalidade e o ritmo. Trocam-se as peças - mas a máquina continua a funcionar. Jesus instalou na Luz uma nova forma de pensar o jogo, uma nova confiança, uma nova energia. E se é difícil conseguir isto, muitíssimo mais difícil é consegui-lo apenas num ano.
Mas atenção: nos momentos de euforia é preciso saber manter os pés no chão. O facto de o Benfica jogar bem com diferentes soluções não significa que não haja nesta equipa jogadores fundamentais. E são eles David Luiz e Di María. São os dois jogadores geniais do Benfica. Um tem a personalidade dos grandes defesas-centrais da história do futebol, sendo praticamente imbatível e saindo depois a jogar, o outro conserva a espontaneidade dos miúdos da rua - que os futebolistas, quando atingem a idade adulta, em geral perdem.
O Benfica poderá vendê-los - e, se Jesus se mantiver, até poderá continuar a ganhar jogos. Mas, sem David e Angel, o Benfica nunca mais será o mesmo.
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