Por João Pinto in O Jogo
Leixões-Benfica
1 - Benfica deu a melhor resposta possível
O Benfica deu uma boa resposta à vitória do Braga sobre o Olhanense, sobretudo após três jogos em que não conseguira impor o mesmo ritmo que impôs no de ontem. Isso tinha levado a que se levantassem dúvidas quanto à condição física dos seus jogadores, se não estariam a perder o gás… A vitória de ontem foi importante também a esse nível, de resposta às dúvidas sobre a frescura física, mas sobretudo porque manteve o primeiro lugar e transmitiu a mensagem de que é uma equipa muito perigosa, o que intimida os adversários. É que mesmo após a obtenção do primeiro golo, manteve sempre um ritmo elevado.
2 - A mesma atitude ao longo da época
O controlo do jogo pertenceu sempre à equipa do Benfica. O Leixões limitou-se a assinar um ou outro lance perigoso quando o resultado ainda estava em 0-0. Os mais destacados foram protagonizados por Paulo Tavares, logo aos quatro minutos, e por Pouga, aos 20', que não conseguiu antecipar-se e depois Seabra não deu o melhor seguimento à jogada. O Leixões ficou por aí e foi o Benfica que esteve sempre mais próximo de marcar, mesmo depois de fazer o 1-0. Depois do golo manteve a atitude que tem demonstrado ao longo desta época, com muita velocidade, pressão sobre o adversário e grande dinamismo. Isso ficou patente não só no resultado como também no número de oportunidades de golo criadas.
3 - Ganhar segundas bolas é controlar o jogo
Os maiores desequilíbrios da equipa encarnada foram provocados pelo lado esquerdo, onde estava Di María e aparecia Saviola. Mas vale a pena sublinhar que, além de ter sido sempre a equipa mais rápida, o Benfica ganhou mais segundas bolas. Ao ter uma boa organização, a conquista das segundas bolas permite controlar o jogo, o que o Benfica conseguiu fazer no meio-campo leixonense, isto é, longe da sua baliza. Aliás, na segunda parte ainda foi mais forte do que na primeira, na tentativa de chegar o mais rapidamente possível ao segundo golo, o da tranquilidade. E manteve o pé no acelerador até final do encontro!
4 - Leixões recuou muito mas nem assim…
O Leixões recuou muito no terreno! Não conseguiu acertar com as marcações, a equipa mostrou-se receosa e isso levou-a a recuar. Mas nem assim, com muitos homens atrás da linha da bola, conseguiu segurar a dinâmica do Benfica. E a vida não está nada fácil para o Leixões. Vai ter de ganhar em casa aos adversários directos na luta pela fuga à despromoção e tentar pontuar o máximo possível fora de casa. Mas, repito, a tarefa não é fácil.
5 - Di María já é um jogador para grandes clubes
Di María foi o grande desequilibrador do Benfica, beneficiando também do trabalho de Saviola, que recuava para receber a bola entre linhas, o que provocava grande instabilidade na defesa do Leixões. Di María é hoje em dia um jogador mais maduro e mais completo. Melhorou em termos tácticos - ontem vimo-lo a fazer também trabalho defensivo -, tornando-se num jogador de equipa, que é aquilo de que necessita um clube grande.
6 - Airton bem enquanto teve forças; Éder Luís sacrificado em nome da segurança
Airton mostrou grande preocupação em dar à equipa os equilíbrios necessários. Substituir Javi García não é fácil, mas enquanto teve forças conseguiu-o. É um jogador forte, posiciona-se bem e mostrou uma boa atitude colectiva e táctica - qualidades que Rúben Amorim também evidencia -, num campo difícil em que eram precisos homens como ele, fortes fisicamente. Já Éder Luís trocou muito com Saviola, em particular quando o argentino recuava. Jogou mais como avançado do que como médio, daí ter sido substituído na segunda parte: o Benfica ainda ganhava por 1-0 e Carlos Martins é um jogador que transmite maior segurança defensiva, lucidez e ainda possui um remate forte.
7 - Bom futebol e muitas opções no plantel
Jorge Jesus afirmou esta semana que o Benfica é a equipa que melhor futebol pratica em Portugal. Aquilo que é certo é que é aquela que tem maior número de vitórias por números folgados e isso, não sendo obra do acaso, demonstra que tem grandes períodos de bom futebol. A isso não é alheio o grande número de opções que tem no plantel. Ontem faltava Javi García mas havia Airton e Rúben Amorim; para o lugar de Aimar ainda há mais alternativas - Filipe Menezes, Carlos Martins e Éder Luís. O Benfica possui várias opções para cada posição e por isso o número de jogos não é tão significativo como para as outras equipas que não possuem tantas e tão boas opções.
8 - FC Porto já estava pressionado
O FC Porto já estava pressionado porque não podia falhar mas penso que os resultados de ontem do Braga e do Benfica não vão alterar a sua forma de jogar, pois a margem de erro é a mesma: zero! Em relação à luta pelo título, com as coisas a manterem-se como estão, continua a parecer-me que se decidirá nos confrontos entre os candidatos. O Braga mantém-se na luta, o Benfica continua com o mesmo entusiasmo e o FC Porto está a melhorar mas mesmo que hoje vença o Sporting continuará a seis pontos. A nove jornadas para o fim, é uma diferença significativa, tendo em conta que a luta é a três.
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