Por Filipe Duarte Santos e Pedro Candeias in ionline
... o Benfica? Sim, a olhar pelos últimos anos, desta vez a história do FC Porto não se confirma. Nem sequer a do Braga. A dez jornadas do fim o líder costuma ser campeão
O campeonato pode ser a coisa mais previsível do país. Onze para cada lado, bola ao centro e no final ganha o FC Porto. Nos últimos tempos tem sido quase sempre assim, salvo uma ou outra excepção que pode agora repetir-se, com o Benfica a adiantar-se a dez jornadas do fim.
Não vale a pena fazer muitas contas de cabeça, basta ter um dado em atenção: quem costuma estar à frente nesta altura acaba sempre campeão. Sim, pelos vistos estar em primeiro lugar ajuda alguma coisa porque isto do futebol não é uma corrida de caças, onde quem vai atrás tem vantagem. "O Benfica é favorito porque vai à frente. O calendário nesta altura pouco conta", diz Álvaro Magalhães, eterno optimista e adjunto de Trapattoni quando o Benfica quebrou o jejum, em 2004/2005.
Nessa temporada, Benfica, FC Porto e Sporting arrastaram-se até final da época como se nenhum merecesse ser primeiro, mas até nesse campeonato atípico a regra se cumpriu: à vigésima jornada, a equipa que haveria de ser campeã estava no topo (em igualdade pontual com o FC Porto). Daí para cá, o campeonato voltou à normalidade, ou seja, desde 2005/06 os dragões já eram sempre líderes isolados por esta altura. E daí não saíram. Mas será que este ano ainda têm alguma hipótese, apesar dos seis pontos de atraso para o Benfica? "Estão trinta pontos em disputa, tudo está em aberto. A equipa está diferente do início da época e melhorou muito com a chegada do Ruben Micael", diz o portista Jaime Magalhães, ainda com esperança na recuperação. É mesmo uma questão de fé, de qualidade, porque a ausência de Hulk nem sequer o incomoda: "Quando foi suspenso também não estava em grande momento de forma, nem sequer era sempre titular. O Varela veio colmatar a sua ausência e mesmo o Mariano está muito bem. O que vai fazer diferença para as últimas jornadas é o físico."
Só aqui os dois Magalhães coincidem: no físico. O Inverno aperta e a Liga também pode ser uma questão de pernas nos lamaçais que aí andam. O Benfica dá sinal de força em todas as variáveis- melhor defesa, melhor ataque - mas não pode viver descansado, até porque as exibições dos últimos tempos já não são demolidoras. Aliás, na última jornada o FC Porto é que apareceu como papão do campeonato, a golear como ainda não tinha conseguido, ainda por cima a suposta melhor defesa da Europa. "É o adversário que mais deve ser respeitado. O Benfica tem um grande plantel, recheado de grandes jogadores, mas é normal que depois de muitos jogos a equipa perca algum fulgor. O físico vai ser importante", termina Álvaro.
NÃO SE DESISTE, AINDA POR CIMA A UM PONTO O Braga, em segundo lugar na Liga, é o terceiro elemento da história. Quem olha de fora tende a acreditar que a equipa não vai conseguir ultrapassar o desastre no Dragão, mas quem anda lá por dentro nem sequer equaciona essa possibilidade. "A derrota com o FC Porto foi um caso à parte, quem tem seguido o campeonato sabe que aquilo não é o Braga, foi um dia em que mais valia não ter saído de casa. Não é a dez jornadas do fim que se desiste de um objectivo, para mais quando se está a um ponto do primeiro lugar", explica Barroso, o antigo pé canhão do Minho.
As gentes de Braga falam como se a equipa em causa se tratasse de um clube grande. É legítimo, esta época trouxe-lhes essa expectativa, mas convém lembrar-lhes que o exemplo mais próximo do objectivo a que se propõem, o Boavista campeão de 2000/2001, também não foge à regra - nessa temporada, a dez jornadas do final, a equipa de Jaime Pacheco já liderava o campeonato com quatro pontos de vantagem em relação ao FC Porto.
PS: Ao contrário de Álvaro Magalhães, se acha que o calendário conta para alguma coisa, veja ao lado por onde vai passar a caravana dos candidatos.
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