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27 janeiro 2010

Mundividência



Por João Malheiro in Destak

Com orgulho muito seu, ouve-se no tema imenso de Luís Piçarra, o Benfica passou anos a dilatar os olhos e a alma às gentes da bola. Que orgulho era esse? O orgulho da portugalidade. Certo é que o sistema colonial jogou a favor da soberba vermelha. Espírito Santo, Coluna, Santana, Eusébio, Jordão, outros muitos, eram tão portugueses como os demais portugueses. Só no desespero da causa perdida (leia-se hegemonia) é que o Benfica recrutou jogadores de diferentes latitudes.

Hoje, o clube perdeu a matriz nacional. Uma dezena de executantes brasileiros, outros tantos de diversas nacionalidades, apenas alguns herdeiros do paradigma que vigorou durante décadas. O novo arquétipo é uma originalidade lusitana ou benfiquista?

Irrecusavelmente, não é. Todas as grandes equipas europeias aderiram ao mesmo modelo.

No ranking de clubes planetários com mais potenciais seleccionados para o próximo Mundial da África do Sul, lidera o Chelsea com 17 jogadores susceptíveis de serem chamados. Seguem-se o Real Madrid (16), o Inter de Milão (14) e o próprio Benfica a par do Liverpool (13). O registo só pode ser motivo para o clube da Luz reforçar, também aqui, o "orgulho muito seu". Mais ainda, quantos atletas indígenas têm os clubes do top five mundial?

O Chelsea aparece com 4 ingleses (outros tantos até são portugueses), o Real Madrid com 5 espanhóis, o Inter de Mourinho com 2 italianos, o Liverpool com 3 ingleses. E o Benfica? Com 4 portugueses (Quim, César Peixoto, Fábio Coentrão, Nuno Gomes). Ainda que não tenham actuado na fase de qualificação, daí que afastados de menção neste estudo, Carlos Martins e Ruben Amorim até não são hipóteses descartadas de uma viagem à África do Sul.

Há um novo Benfica? Irrecusavelmente. Orgulhoso? Irrecusavelmente também. No pelotão da frente a nível internacional? Irrecusavelmente ainda. Só não entende quem continua instalado no apeadeiro do passado, quem se recusa a tomar a carruagem da modernidade.

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