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20 janeiro 2010

Honestidade e ambição



Por Jacinto Lucas Pires in JN

Tenho cá para mim que o que nos safou no domingo foi a suave tristeza de Óscar Cardozo. Não terá sido a única razão da vitória, mas foi a primeiríssima, a que desengatilhou o zero no relvado dos Barreiros.
Peçanha, o guarda-redes do Marítimo, é um tipo tramado, defende tudo, como sabemos bem demais. Lembra aqueles alunos que, gostando tanto de saber, sabem até para fora dos livros, dos programas, das perguntas. Domingo, na primeira vez que o Benfica furou até à baliza dele, o nº1 madeirense aplicou-se e defendeu três chutos seguidos. A reacção normal dum avançado perante tal resistência seria insistir, chutar cada vez mais furiosamente, até a bola entrar ou, o que é mais comum, sair, desvairada, para a bancada. Salvou-nos a elegante tristeza de Cardozo.
Sob a pressão do momento, o paraguaio conseguiu o mais difícil para qualquer artista: ganhar distância em relação a si próprio e resolver a obra de arte pelo lado da honestidade. Aquele toque para o golo de Saviola, aquilo devia ser estudado em todas as escolas de arte. O título podia ser: “A difícil arte da verdade”.
Mas a partida de domingo (0-5) teve outras razões e dá, quero crer, para outras lições. Se a vitória começou nesse instante altruísta de Cardozo, a goleada teve no azar de Souza o seu ponto-chave. E aqui, caros especialistas do “futebol objectivo”, deixem-me que refira a importância de factores mentais, paranormais e sobrenaturais nas sortes de qualquer jogo da bola. Leio num jornal tão sisudo como o Financial Times que grande parte do sucesso norte-americano nos campos da economia se deve ao “pensamento positivo”. O sucesso do Benfica também (digo eu). Só isso explica o facto do azar de David Luiz, ao minuto 1, ter ido ao poste e o azar de Roberto Souza, ao minuto 51, ter entrado na própria baliza.
Mas, como uma história não pode ser só princípio e meio, deixem-me rever ainda o primeiro golo a contar do fim: Luisão, um dos favoritos aqui no bairro do Sacramento, sobe aos céus, a cabeça mais alta do que as mãos de Peçanha, e, só com um sorriso e um toque de inteligência, zip, faz o golo 5. Agora é continuar, caros amigos. Sim e sim. Trabalhar de verdade e pensar para cima.

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